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Balé

Perseverança e talento resumem carreira de Vinícius Dorta

Americanense de 19 anos tem chamado atenção em concursos e festivais de balé dentro e fora do Brasil, sendo premiado em Portugal

Por Danilo Reenlsober

26 de junho de 2019, às 09h34 • Última atualização em 26 de junho de 2019, às 09h42

Os traços sutis e o corpo esbelto de Vinícius Dorta, de 19 anos, se contrapõem a sua força e explosão quando o bailarino sobe no palco e é iluminado pelas luzes da ribalta. O americanense possui uma carreira um tanto quanto curta no balé – são apenas quatro anos dançando –, mas o talento do jovem, que já começa a acumular participações e prêmios em competições importantes em todo o Brasil e até na Europa, já chama a atenção.

Foto: Marcelo Rocha / O Liberal
Vinícius Dorta, de 19 anos

Em abril deste ano, entre os dias 4 e 7, Vinícius participou do Concurso Internacional de Bailado de Porto, em Portugal. Ao lado de Sarah Ferraz, 15, ele conquistou o primeiro lugar na categoria duplas com a coreografia “O Outro Lado”. Além disso, alcançou o segundo lugar na categoria solo, com a coreografia “Um Instante”. “Foi uma experiência maravilhosa e completamente nova, pois nunca tinha dançado fora do País”, lembra o bailarino.

A conquista desse reconhecimento em Porto sacramentou um ano inteiro cheio de vitórias para o jovem, iniciado em 2018. Antes de viajar para a Europa e encantar a todos nos palcos portugueses, o americanense participou de diversos festivais pelo Estado de São Paulo, como a competição internacional Passo de Arte, em Indaiatuba. O dançarino também se apresentou no Prêmio Desterro de Dança, que ocorre anualmente em Santa Catarina.

“2018 foi um ano incrível e cheio de novidades, porque conseguimos muito reconhecimento e conquistamos vários prêmios”, salienta o dançarino da Companhia da Dança, de Americana. “Participar dessas competições ajuda a gente a crescer e ter experiências, afinal, são palcos diferentes e quanto mais a gente experimentar, melhor”.

Foto: Marcelo Rocha / O Liberal
Foi devido ao hip-hop que o americanense se deu conta que sua paixão era mesmo o balé

Começo foi no hip-hop

Para comemorar um 2018 tão vitorioso, o jovem precisou trabalhar duro. Foram cerca de dois meses de ensaios nas duas coreografias, criadas por Cris Furlan, coreógrafa e diretora da Companhia da Dança, antes de iniciar as apresentações em competições pelo Estado. “Essas coreografias são criadas especialmente para cada bailarino, para mostrar o que cada um tem de melhor”, reforça Vinícius Dorta. Embora seja um jovem talento do balé, ele iniciou seus estudos na dança em outro estilo: o hip-hop, aos 13 anos, além de uma curta passagem pelo teatro.

“Desde criança sempre tive essa vontade de fazer algo referente ao corpo. Já fiz aulas de natação, mas percebi que não era muito a minha praia”, diz.

Curiosamente, foi devido ao hip-hop que o americanense se deu conta que sua paixão era mesmo o balé. Em uma apresentação especial de final de ano, ele precisou contracenar com bailarinos de outros estilos, como o jazz e o balé. “Comecei a perceber a beleza da dança, o movimento… E vi que era aquilo que eu queria, mas eu mesmo tinha certo receio, porque para mim era meio óbvio que homem não podia dançar balé”.

Vencendo o próprio preconceito

O bailarino teve de superar o próprio preconceito para alcançar o seu sonho de dançar pelos palcos do Brasil. Quando criança ele achava que balé era apenas “coisa” de menina, já que a quantidade de homens não era representativa nas academias de dança. Vinícius relata nunca ter sido vítima de preconceito em casa e nem na escola.

“No entanto, era uma coisa minha”, reconhece. A coragem de superar esse pensamento veio da vontade de brilhar nos palcos. Esse, aliás, é um dos conselhos que o jovem talento tem para dar para quem sonha com o sucesso na dança. “Primeiro de tudo, as pessoas devem se libertar de todo o tabu que ela possa ter, além de pesquisar e estudar muito”, diz o adolescente.

“O mundo da dança não é tão fácil… É preciso ter talento e, também, sorte de estar no lugar certo na hora certa. Quero que, no futuro, eu ainda esteja fazendo isso profissionalmente”, projeta Vinícius. O jovem talento do balé defende que as pessoas devem ser perseverantes para alcançar seus sonhos.

Foto: Marcelo Rocha / O Liberal
Vinícius relata nunca ter sido vítima de preconceito em casa e nem na escola

Sucesso exige trabalho duro

Vinícius Dorta reúne todos os predicados necessários para se tornar um grande bailarino de destaque internacional. As palavras são de Cris Furlan, coreógrafa, diretora e professora da Companhia da Dança, onde o jovem frequenta as aulas. “Ele vem conquistando esse espaço pois é um menino muito empenhado”, diz.

De acordo com a professora, ele tem o perfil ideal para alcançar um futuro promissor. “As pessoas acham que, para ser bailarino, basta ser magro, mas não é bem assim”, explica. “Falando tecnicamente, o Vinícius tem uma musculatura muito forte e uma rotação muscular [movimentos funcionais do tronco] bem desenvolvida, além, claro, de um talento nato. Mas não adianta talento sem esforço”, afirma.

Segundo Cris, o bailarino tem muita facilidade em aprender os passos propostos, além de consciência corporal. “Ele trabalha duro para alcançar seus objetivos, tem gana e vontade de se aperfeiçoar. A junção de tudo isso só pode resultar em coisas boas”, aponta.

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