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Alerta

Pets obesos correm riscos

Não é apenas a saúde dos humanos que é prejudicada pelo excesso de peso: cães e gatos devem comer apenas o necessário e seguir uma dieta própria

Por Danilo Reenlsober

10 de novembro de 2019, às 16h51

Os dados mais recentes do Ministério da Saúde mostram que cerca de 20% da população brasileira sofre com a obesidade. Considerado um dos grandes males do novo século, o sobrepeso está longe de afetar somente os humanos: os pets também podem apresentar problemas relacionados aos indesejados quilos a mais. Alimentação inadequada e em excesso, além da falta de atividade física são os principais fatores causadores do distúrbio, segundo especialistas.

Foto: João Carlos Nascimento / O Liberal
Segundo a veterinária Salete Rodrigues Cândido, obesidade em pets podem causar diversas doenças

De acordo com a veterinária Salete Rodrigues Cândido, do LM Hospital Veterinário, em Americana, a obesidade animal pode ser o fato gerador de uma série de doenças. “O sobrepeso pode trazer problemas articulares e de coluna, devido à sobrecarga na região toracolombar, desenvolver síndromes metabólicas, como diabetes, e até problemas cardíacos”, aponta. Além disso, a especialista reforça que pacientes obesos correm mais riscos no caso de uma intervenção cirúrgica.

Segundo a especialista, o peso ideal para cada animal depende de vários fatores, como o tamanho, porte e idade. Além disso, há também o fator hormonal: assim como os humanos, alguns pets também podem ter predisposição para a obesidade.

Foto: Pixabay
Alguns cuidados devem ser tomados para evitar o excesso de peso em seu animal de estimação

“Todos esses são dados são importantes para o calcular a quantidade ideal de alimento em cada refeição. Aquela indicação que normalmente aparece na embalagem da ração, por exemplo, pode não ser a ideal para o seu pet”, explica.

Para evitar o sobrepeso, a veterinária ressalta a importância do acompanhamento especializado. Embora seja cada vez mais comum encontrar pets obesos nas clínicas, Salete reforça que os tutores estão cada vez mais preocupados com a saúde dos seus animais, inclusive, mais preocupados do que com a própria saúde.

“Muitos tutores começam a fazer o acompanhamento da alimentação do pet e acabam trazendo isso para a vida deles. E o alerta acaba servindo para o tutor também”.

Atenção aos comedouros!

Encher o comedouro de ração e deixar que o animal se farte à vontade está longe de ser uma atitude correta. Cães sedentários, por exemplo, não podem comer a mesma quantidade de ração que um animal que é bastante ativo e passeia todos os dias. “Deixar ração para que os cães comam sempre que sentirem necessidade é uma atitude errônea”, afirma a médica veterinária e coordenadora de Comunicação Científica da Total Alimentos, Bárbara Benitez.

A especialista ressalta que os tutores não devem simplesmente comprar ração e deixar à vontade nos comedouros: é preciso se atentar à quantidade ideal de alimento e a qualidade para que o pet possa receber todos os ingredientes nutricionais necessários.

Ela observa que o tutor deve entender que existe uma ração específica para cada fase da vida do cão, mas o mais recomendável é que visite um veterinário para que ele indique, com precisão, a quantidade que o cão deve comer. Lembrando que a raça, idade, porte e estilo de vida são fatores fundamentais na hora de comprar a ração.

Passeios e brinquedos

A veterinária Salete Rodrigues Cândido garante, no entanto, que é fácil evitar que os pets fiquem gordinhos. O primeiro de tudo, segundo a especialista, é manter um ambiente enriquecido e lúdico, que possua atividades e brinquedos que estimulem o animal.

“O importante é que ele se movimente dentro de casa, evitando que ele fique só no sofá dormindo, porque aí o animalzinho não vai ter gasto energético nenhum e pode ganhar peso”, orienta Salete.

Para os cães, o passeio diário é importante. Cerca de 30 minutos todos os dias já são suficientes. “Eles são como nós, precisam produzir e gastar energia. Se nosso corpo necessita de movimento, o dos pets também não pode ficar parado”, explica a veterinária.

No caso dos gatos, é ideal estimular a movimentação dos felinos com a gatificação, ou seja, a criação de um ambiente que incentive os bichanos a explorar os cantos da casa, como prateleiras e caixas. Além de tudo isso, o apoio e o acompanhamento de um veterinário também é essencial.

“É importante saber qual é o peso ideal para o seu pet e fazer visitas frequentes ao especialista para não deixar ele ganhar peso. Deve ser um trabalho preventivo, porque depois de obeso, é bem mais difícil reverter a situação”.

6 meses para voltar ao normal

A rotina do cãozinho Zé precisou passar por uma grande mudança quando seus tutores, o casal Mariana Beatriz Roma e Eduardo Zacheu da Silva, constataram que ele estava acima do peso.

“Tudo começou quando ele não quis mais comer ração, nem da melhor marca. Ficávamos preocupados com o fato de ele não comer e acabávamos dando várias ‘besteiras’ para ele”, lembra Eduardo.

O vira-latinha, que vivia nas ruas até ser adotado por Mariana, precisou de uma ajuda profissional para alcançar o peso ideal.

“Após a primeira consulta, ele fez alguns exames de sangue e a especialista montou a primeira opção de cardápio com a alimentação natural”, ressalta. Em cerca de seis meses, com uma alimentação feita específica para ele, o Zé já havia perdido o peso necessário.

O processo todo, no entanto, durou cerca de um ano, pois foram necessários alguns ajustes na alimentação para que ele não continuasse emagrecendo e mantivesse o peso ideal. “O processo de emagrecimento e melhoria de qualidade de vida do Zé culminou com uma mudança no estilo de vida meu e da minha esposa também. Estávamos todos acima do peso e sabemos todos os impactos negativos que o sobrepeso implica na saúde”, aponta Eduardo.

Hoje, o Zé esbanja saúde. “Ele adora a alimentação e parece que até rejuvenesceu alguns anos! Está mais disposto a brincar e fazer os passeios. Entendemos que fizemos um investimento ao pagar as consultas e optar por este tipo de alimentação, pois agora dificilmente ele fica doente, e todos saímos ganhando”, comemora o tutor.

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