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Educação

Little Maker: fomentando uma escola mais conectada

Diego Thuler, fundador da startup, explica como a cultura maker pode contribuir para a modernização da escola, desenvolvendo capacidades das crianças

Por Débora de Souza

08 de novembro de 2019, às 11h51 • Última atualização em 29 de abril de 2020, às 15h10

Há tempos a escola tal como a conhecemos dá sinais de defasagem. Transformar o ambiente escolar em um espaço mais interessante às novas gerações têm sido um desafio para os educadores nos últimos dez anos. Ter conteúdo não é o bastante. É preciso que o aluno seja capaz de aplicar o conhecimento adquirido em seu dia a dia, respeitando princípios como étnica, sustentabilidade e justiça social.

Para tanto, a BNCC (Base Nacional Comum Curricular) estabeleceu dez competências gerais a fim de nortear o trabalho das escolas e professores para desenvolver o aluno tanto no aspecto intelectual como emocional, cultural e social.

Foto: Divulgação
Diego Thuler, fundador da Little Maker

São elas: conhecimento; pensamento crítico, científico e criativo; repertório cultural; comunicação; cultura digital; argumentação; autoconhecimento e autocuidado; empatia e cooperação; responsabilidade e cidadania; trabalho e projeto de vida.

“As competências gerais fazem parte do currículo da escola, mas devem ser trabalhadas de forma transdisciplinar, ou seja, durante as tarefas de todas as áreas do conhecimento”, comenta o fundador da Little Maker, Diego Thuler.

Segundo ele, a dificuldade das escolas em desenvolver as competências em sala de aula, de maneira ampla, compromete a autonomia do aluno. “Hoje a escola está muito orientada a trabalhar o conhecimento e não essas outras competências. Dessa forma ela não dá voz ao aluno, então, como ela vai trabalhar a autonomia dele, que é o que se espera que ela [a escola] faça hoje?”, questiona Thuler.

A BNCC é um documento normativo, em vigor desde dezembro de 2017, que norteia o currículo de todas as escolas do Brasil, indicando competências e habilidades que o aluno da educação básica (do Ensino Infantil ao Médio) deve desenvolver ao longo de sua vida escolar.

Filosofia do Lápis de Cor

A cultura maker (faça você mesmo) tem se tornado uma grande aliada no processo de aprendizagem justamente por desafiar os alunos a colocar em prática o conhecimento adquirido e habilidades como comunicação, empatia e criatividade, por exemplo.

“Além das competências exigidas pela BNCC, a Little Maker estimula o trabalho em equipe, a autoestima do aluno, pois ele se percebe enquanto agente transformador da realidade, e o ajuda a lidar com as frustrações que possam surgir de um projeto que não saiu como o esperado”, explica Diego Thuler.

A proposta da Little Maker é incorporar as exigências trazidas pela BNCC através da cultura maker ou da Filosofia do Lápis de Cor. “O maker é visto como algo tecnológico e não é isso. A tecnologia digital, a robótica e a eletrônica são usadas como ferramentas para se chegar a um fim que é a concretização do projeto da criança. Uma hora trabalhamos com tecnologia, noutra com artesanato. A tecnologia como disciplina se torna desinteressante, sem contar que ela muda a toda hora. Já o lápis de cor nunca sai de moda e é a principal ferramenta na hora de colorir, que é o real objetivo”, explica.

O método aplicado pela Little Maker está presente em mais de 50 escolas em todo o País, através da capacitação de professores e instalação de oficinas makers dentro da própria instituição, onde são realizados os projetos.

Dúvidas com relação a forma de avaliar as competências – se estão sendo desenvolvidas durante as tarefas – é outro ponto que reforça a dificuldade das escolas em trabalhá-las. A avaliação interna (formativa) é apontada como método eficaz para tal fim. Por ela, o educador pode analisar todo o processo de criação do aluno, desde a ideia de partida ao resultado obtido.

O método faz parte da plataforma Significa, uma ferramenta que pode ser operada a partir do computador ou celular (app). “Pela avaliação formativa, o professor leva em consideração as competências trabalhadas e de que forma o aluno a desenvolveu durante o processo. É um processo sensível, mas que a plataforma ajuda a mensurar isso. E toda a evolução da criança é registrada e acompanhada nessa plataforma, em forma de gráficos, também pelos pais e o próprio aluno”, diz o fundador.

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