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Revista L

Formação para a vida é um grande desafio da educação

Na opinião de especialista é preciso ter um novo olhar sobre o aprendizado e criar mecanismos que estimulem o interesse do aluno pelos estudos

Por Danilo Reenlsober

27 de janeiro de 2020, às 07h55 • Última atualização em 27 de abril de 2020, às 12h57

A Finlândia é uma das maiores referências mundiais quando o assunto é educação. O país nórdico constantemente ocupa as melhores posições no Pisa (avaliação internacional que mede o nível educacional dos jovens). É complicado comparar o país europeu com o Brasil – são realidades culturais e geográficas muito diferentes, mas segundo Diego Thuler, da Little Maker, a educação brasileira pode aprender muito com a finlandesa.

Foto: Arquivo - O Liberal
Segundo Diego Thuler, da Little Maker, a educação brasileira pode aprender muito com a finlandesa

A começar pelos objetivos da própria educação. De acordo com Diego, que fez uma visita a Finlândia junto a um grupo de educadores, o propósito dos países é um pouco diferente. Enquanto no Brasil a maioria das escolas ensina os alunos para que esses possam ir bem nas provas e seguir para o próximo ano, na Finlândia o foco é a formação para a vida.

Por lá, o mais interessante é fazer com que os jovens tomem gosto pelo estudo e busquem conhecimento durante toda a vida. Ou seja, enquanto o Brasil trabalha com provas e testes padronizados, a Finlândia se preocupa mais com uma avaliação formativa.

“Eles passaram por uma reforma há cerca de 70 anos e usaram a educação como um meio de sair da crise econômica. Sempre tiveram o olhar para a formação do indivíduo e não se preocuparam em fazer o aluno tirar notas altas. Eles entendem que o objetivo é formar o indivíduo para a vida e que ele continue aprendendo”, diz.

Em sua visita, Thuler pode observar como os finlandeses tratam a educação como um patrimônio nacional. “Por lá, os professores são valorizados, além de ser uma das profissões mais procuradas. Eles entendem a importância de uma educação de qualidade e continuada para o futuro, afinal, os alunos serão a mão de obra do futuro”.

Foto: Arquivo Pessoal
Mudanças simples no currículo poderiam ajudar, como por exemplo, a inclusão de mais atividades práticas

Apesar das imensas diferenças entre os países, a Finlândia pode ensinar algumas coisas ao Brasil. O primeiro ensinamento é justamente pensar na educação como um processo que também depende do engajamento do aluno. “O prazer e o interesse estão à frente de tudo. Quando o aluno não vai bem na escola, é necessário entender porque ele não está indo bem ou porque está desinteressado”, ressalta Diego Thuler.

Além disso, mudanças simples no currículo poderiam ajudar, como por exemplo, a inclusão de mais atividades práticas. “Não é necessário reestruturar fisicamente as escolas, assim como não é necessário ‘reinventar a roda’. É possível tornar nossa educação mais eficiente e interessante. Os finlandeses, por exemplo, têm aulas de economia doméstica onde aprendem a limpar a casa e a cozinhar. Tem muito de química, física e matemática nesse tipo de atividade”, exemplifica.

Maker como aliado

Ainda segundo Diego Thuler, a cultura maker, que no Brasil já tem se tornado um diferencial em diversas escolas, é algo totalmente incorporado na educação da Finlândia. “O maker é exatamente isso, botar a mão na massa e focar no desenvolvimento do aluno. De tecnologia à marcenaria, passando até pela produção de um bolo, tudo isso é maker, onde o estudante é o protagonista do aprendizado e aplica a teoria na prática”, diz.

Na opinião do especialista, o movimento maker não deve ser encarado como uma reformulação da educação: ao contrário, deve ser usado para fortalecer o aprendizado. “O maior erro da educação brasileira talvez seja não buscar o interesse do aluno. Aqui, a escola tem a visão de que é necessário transmitir um conhecimento para a criança utilizar na vida adulta, e isso não tem sentido, ela não ‘vai ser alguma coisa’, ela já é um indivíduo, por isso o maker vem para agregar, é um passo a mais”.

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