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Casa

‘Amor à vida’: conheça o design biofílico

Trazer a natureza para dentro dos espaços é a base deste conceito, que mistura elementos naturais na decoração

Por Isabella Holouka

13 de março de 2022, às 09h57 • Última atualização em 13 de março de 2022, às 09h59

Com a proposta de criar um ambiente orgânico, as arquitetas Bárbara Di Monaco e Izilda Moraes e a designer de interiores Solange Tannuri projetaram este espaço na Campinas Decor 2021 voltado para a reunião de pessoas. Os principais materiais foram madeira petrificada, toras certificadas, palha, fibras naturais, mármore especial, espelhos e tecidos ecológicos – Foto: Studio Imagem – Touché Fotografia

A rotina mais restrita em função da pandemia da Covid-19, com as pessoas limitadas entre casa e escritório, impulsionou o desejo de ter nos interiores mais contato com a natureza através da decoração, na busca pela sensação de bem-estar. A reconexão entre as pessoas e a natureza é um dos motes do design biofílico que embora já fosse uma tendência, continua ganhando força na arquitetura e no design de interiores.

Biofilia é uma palavra que vem do grego e quer dizer amizade ou amor (philia) à vida (bios). “O design biofílico não é um estilo em si, mas sim o fato de trazer a natureza para dentro do espaço, independentemente do estilo de decoração, que pode ser contemporâneo, vintage, industrial ou super tecnológico”, explica a arquiteta Natalia Miello, do escritório SN Engenharia e Arquitetura. 

 Home office, sala de leitura ou área de descanso, este ambiente segue o estilo contemporâneo com design biofílico e afetivo, através da madeira, linho, palhinha e padrões inspirados na natureza, além do paisagismo tropical. O projeto é da arquiteta e paisagista Ana Michelle Betti e da paisagista e consultora de Neuro Feng Shui Victoria S. Barboni para a Campinas Decor 2021 – Foto: Marcelo Rocha – O Liberal.JPG

A arquiteta cita materiais como pedras, madeira e tijolos ecológicos, que podem ser combinados e aplicados como revestimentos para compor o design biofílico. O mobiliário continua privilegiando diferentes tons de madeira e traz detalhes em materiais como palha natural trançada, rattan, vime, bambu, sisal e cordas naturais. 

Na decoração, ganham espaço peças artesanais como cestos e leques de palha, além de peças em tricô, crochê, macramês e outras artes manuais que remetem a um estilo mais natural de se viver.

 Neste ambiente pensado para compor um escritório de arquitetura, o design biofílico está representado pela madeira ripada revestindo paredes e teto, que contrasta com a parede lateral combinando painel em pedras e jardim vertical. O projeto é da arquiteta Adriana Consulin para a Campinas Decor 2021 – Foto: Marcelo Rocha – O Liberal.JPG

A mistura de materiais também inclui tecidos naturais como algodão e linho e contribui para o aconchego dos espaços.

As cores costumam ter tons quentes, se aproximando da madeira ou das pedras, ficando entre os nudes e terrosos, indo em direção ao verde das plantas ou ao azul do mar. O ideal é aproveitar a iluminação natural, mas os ambientes biofílicos possuem tanto a iluminação com spots quanto os pendentes, que possibilitam infinitas possibilidades de decor.

 Projetado pelo publicitário e designer de interiores André Zimmerman para a Campinas Decor 2021, este dormitório combina um biombo de palha trançada como cabeceira com tapete de sisal, peças que remetem a um estilo afetivo e natural. A madeira fica evidente no mobiliário e o espaço é completo com uma jabuticabeira em vaso – Foto: Studio Imagem – Touché Fotografia

“O ambiente biofílico pede muito conforto. Ele quer te aproximar da natureza, então não pode faltar iluminação em tons amarelados e quentes”, sugere a profissional.

Por fim, para incorporar de vez o design biofílico a um ambiente, pensar no paisagismo é essencial. “É uma decoração que envolve as plantas no espaço, com folhagens bem verdes e espécies para ambientes internos”, aponta a profissional.  

 O design biofílico se faz presente neste lavabo projetado pela designer de interiores Paula Ballone para a Campinas Decor 2021, que teve como inspiração uma casa na praia. Além do piso amadeirado, ele utiliza objetos de decoração em palha e traz plantas, tanto nos vasos quando nos quadros – Foto: Marcelo Rocha – O Liberal.JPG

Madeira

Nos revestimentos, a busca por um visual natural e orgânico normalmente se dá pela escolha de pisos de madeira, laminados ou vinílicos – que hoje não se restringem apenas ao chão, também são aplicados nas paredes e no teto.

 Os tons amadeirados são protagonistas neste living projetado pela arquiteta Camila Corradi e pela designer de interiores Thatiana Mello, do Corradi Mello Arquitetura. A orquídea na mesa de centro contribui para um ambiente ainda mais vivo – Foto: Evelyn Muller

Dentre as três opções, a favorita costuma ser a madeira maciça. “É um piso que recebe dez camadas de verniz, e por isso costuma ter uma durabilidade de dez anos para o primeiro tratamento. Tem um valor agregado, e acaba sendo mais caro”, detalha Aline Sasse, arquiteta e urbanista, proprietária da Hausz, especialista em acabamentos.

Por outro lado, ela destaca a grande variedade de modelos de revestimentos laminados e vinílicos que se assemelham à madeira. No caso do vinílico, as vantagens também estão relacionadas à facilidade de instalação, custo-benefício e resistência.

O revestimento de paredes com tábuas de madeira maciça de demolição é outra possibilidade, que além de valorizar a matéria-prima é uma escolha ecológica.

Pedras e madeira em tons claros constrastam com o verde das plantas neste ambiente projetado pela designer de interiores Rita Diniz com a arquiteta e designer de interiores Patrícia Diniz para a Campinas Decor 2021. Integrado e com múltiplas funções, ele foi pensado para trazer aconchego e remeter à natureza – Foto: Studio Imagem – Touché Fotografia

“Através da logística reversa, um produto que já não serve a sua função original pode ser reutilizado. A madeira de demolição, que antes era aparente nas construções de casas, é reutilizada em móveis ou revestimentos”, aponta Silvana Suares Madureira, sócia proprietária da Ousadia di Madeira, ao lado de Valmir Aparecido Maioline Him, que também é designer de móveis.

Os painéis são feitos sob medida com tábuas cujo acabamento pode ser maquinado, semi-rústico ou rústico.

 Este living com parede na cor bordô contém pedras exóticas e texturas naturais, principalmente no painel criado com peças em palha. A iluminação possui detalhes em latão e capim dourado, que trazem glamour e o charme às peças. O projeto é do publicitário e designer de interiores André Zimmerman – Foto: Studio Imagem – Touché Fotografia

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