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Vegetarianos

Como evitar que nutrientes façam falta ao organismo

Sendo adequada e bem planejada, dieta pode ser feita em todos os estágios da vida, incluindo a infância

Por Marina Zanaki

18 de junho de 2019, às 21h42 • Última atualização em 20 de junho de 2019, às 16h12

São muitas as razões que podem levar as pessoas a adotarem uma dieta com restrições a alimentos de origem animal. Contudo, a principal é o respeito à vida animal. Esse ideal envolve evitar a morte de um ser vivo como, também, combater a crueldade envolvida no processo de produção de carne.

O que pouca gente sabe é que, sendo adequada e bem planejada, essa dieta pode ser feita em todos os estágios da vida, incluindo a infância. Além disso, há estudos que indicam que o vegetarianismo tem fatores positivos quando se trata de alimentação saudável. Um estudo do Jornal Europeu de Pediatria de 2011 concluiu que a dieta vegetariana tem sido associada com menor risco de mortalidade por doença cardíaca e menor prevalência de obesidade. “Entretanto, requer alguns cuidados, desde suplementação de alguns nutrientes, quanto a ingestão adequada através de fontes alimentares essenciais para suprir as necessidades nutricionais das crianças, por exemplo”, orientou a coordenadora do curso de Nutrição da Centro Universitário Celso Lisboa, Juliana Pandini.

A indicação é que haja o acompanhamento de nutricionista quando os pais são vegetarianos e a criança seguirá o padrão da família desde a introdução alimentar.

Além disso, todas as pessoas que buscarem uma alimentação vegana também devem buscar orientação profissional. O cardápio de um vegano não utiliza qualquer alimento derivado de animais. Por conta do alto grau de restrição, possivelmente será necessária a suplementação.

DICAS. A nutricionista Juliana deu orientações para famílias que vão iniciar o cardápio dos filhos dentro da restrição de alimentos de origem animal. A primeira preocupação se refere ao consumo de proteínas. Essenciais no desenvolvimento de músculos e cognitivo, elas precisam ser consumidas em quantidades adequadas, principalmente no caso de crianças. A dica é utilizar proteínas vegetais, preferencialmente aqueles que contenham aminoácidos essenciais, como feijão, ervilha, lentilha e grão-de-bico.

Outra substância que merece atenção é a vitamina B12. Caso seja consumida abaixo do necessário, pode provocar fadiga, letargia, fraqueza, perda de memória, problemas neurológicos e psiquiátricos. Os níveis de B12 no leite materno podem variar de acordo com a ingestão da mãe e seus estoques da vitamina.

No caso de crianças amamentadas, a alimentação da mãe deverá será avaliada e a suplementação poderá ser indicada. O ovo será a principal fonte de vitamina B12 durante o início da alimentação complementar e o momento ideal de introdução de laticínios deverá ser avaliado. O DHA (ácido docohexanoico) é uma forma de ômega-3 muito importante para o desenvolvimento do cérebro e visão do bebê. Dietas vegetarianas contém pouco ou nenhum DHA, mas é possível fazer a conversão de outro tipo de ômega-3, o ALA (ácido alfa-linolênico). Ele é encontrado em sementes de linhaça, chia e nozes.

Famílias precisam estar atentas ao consumo de ferro e zinco. Esse último pode ser obtido de derivados do leite, cereais integrais, leguminosas (feijões, lentilha, grão-de-bico, ervilha), castanhas e sementes.

Já o ferro pode ser consumido em folhosos verdes escuros e leguminosos. Contudo, quando encontrada em alimentos que não tem origem animal sua absorção é menor.

A nutricionista explicou que dietas vegetarianas apresentam maior teor de fitatos, substância que se liga ao ferro e zinco e reduz sua absorção. Os fitatos estão presentes em cereais integrais, vegetais, sementes, leguminosas e castanhas.

“É possível reduzir o conteúdo de fitato dos alimentos através da técnica do remolho, que consiste em deixar os grãos de molho em água por 12 horas, descartando essa água antes do cozimento”, orientou a profissional.

Para melhorar a absorção de ferro, uma fonte de vitamina C pode ser incluída junto às refeições principais, como laranja, limão, abacaxi, morango e kiwi.

Saiba mais sobre o assunto
Tipos de dietas com restrições a alimentos de origem animal:

  • Ovolacto-vegetariano
    Consomem ovos, leite e derivados na alimentação.
  • Lacto-vegetariano
    Não consome ovos, mas consome leite e derivados.
  • Ovo-vegetariano
    Consome ovos, mas não consome leite e derivados.
  • Vegetariano
    Não utiliza nenhum derivado animal na sua alimentação.
  • Vegano
    Não utiliza qualquer alimento derivado de animal na sua alimentação, nem produtos ou roupas contendo estes alimentos e produtos. Nesse caso, por se tratar de uma dieta mais restritiva, a suplementação poderá ser necessária, devendo ser avaliada por um nutricionista.

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