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Bem-Estar

Saúde sem fake news: a importância das vacinas

Pesquisa apurou papel das informações falsas que circulam em redes sociais na queda de coberturas vacinais no País

Por Marina Zanaki

25 de novembro de 2019, às 08h57 • Última atualização em 25 de novembro de 2019, às 09h14

A cada 10 pessoas que não se vacinaram ou não vacinaram os filhos, seis apontaram como motivo uma fake news. Isso é o que mostra uma pesquisa realizada pelo Ibope a pedido da Sociedade Brasileira de Imunizações e da organização Avaaz.

A queda nas coberturas vacinais nos últimos anos é um fenômeno observado em todo o País. Segundo dados do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, nos últimos dois anos as coberturas vacinais entre menores de um ano de idade foram inferiores ao mínimo desejado.

Em Americana, a situação não foi diferente a cidade não atingiu a cobertura em cinco das oito principais vacinas aplicadas em bebês no ano passado.

Foto: Adobe Stock
Pesquisa a pedido da Sociedade Brasileira de Imunizações apurou papel das informações falsas que circulam em redes sociais na queda de coberturas vacinais

Os motivos apontados por especialistas para explicar a tendência são vários, mas a disseminação de informações falsas está sempre entre os mais lembrados. Contudo, a dificuldade em mensurar a importância das fake news na queda dos índices de vacinação é apontada por todos os profissionais da área.

Para a coordenadora de campanha da Avaaz Brasil, Nana Queiroz, a principal conclusão da pesquisa foi que o Brasil vive uma epidemia de desinformações sobre vacinas e que isso contribui negativamente para alcançar os índices de cobertura preconizados pelo Ministério da Saúde (que variam entre 90% e 95%).

“Quando você tem 21 milhões de pessoas que não vacinaram (considerando a proporcionalidade da pesquisa) e 57% alegando uma razão considerada incorreta, falsa, é uma hipótese bem forte de que fake news estejam impedindo as pessoas de se vacinarem”, declarou Nana Queiroz.

PESQUISA. A Sociedade Brasileira de Imunizações e a Avaaz encomendaram ao Ibope uma pesquisa nacional pessoal e domiciliar com uma amostra de 2.002 pessoas, representativa da população brasileira com 16 anos ou mais, com controle de cota por sexo, idade, escolaridade e ramo de atividade.

Das duas mil pessoas ouvidas, 13% disseram que não se vacinaram ou não vacinaram uma criança sob seus cuidados. Os principais motivos foram falta de planejamento ou esquecimento; não achar que a vacina era necessária; falta de informação; e medo dos efeitos colaterais graves. Além disso, a pesquisa apurou como essas informações falsas sobre vacinação circulam.

A proporção de pessoas que acreditam em desinformação sobre vacinas é maior entre os que usam redes sociais e/ou WhatsApp como fonte de informação 73% contra 60% para quem cita outras fontes. “Somos o País que mais oferece vacinas de graça. Quem vai sofrer com isso? A população. O que a gente entende é que precisamos empoderar e ajudar esse público”, declarou a vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Isabella Ballalai.

A pesquisa faz algumas recomendações para combater a epidemia de desinformações sobre vacinas. Em primeiro lugar, aponta que as redes sociais devem emitir imediatamente correções a todos os usuários que viram ou interagiram com desinformação.

O estudo ainda sugere que o Ministério da Saúde reveja suas estratégias de comunicação para disseminar informações verdadeiras de forma mais assertiva, e que o Congresso Nacional aprove leis que garantam que usuários de redes sociais recebam correções de notícias falsas a que foram expostos.

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