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Bem-Estar

Geriatra esclarece dez mitos do Alzheimer

35,6 milhões de indivíduos sofrem com esse mal; no Brasil o número chega a 1,2 milhões de pessoas portadoras da doença

Por Da Redação

08 de outubro de 2019, às 19h29

De acordo com a Associação Brasileira de Alzheimer, cerca de 35,6 milhões de indivíduos sofrem com esse mal e no Brasil o número chega a 1,2 milhões. Estima-se que a quantidade de pessoas que receberão esse diagnóstico crescerá exponencialmente nos próximos anos por causa do envelhecimento da população. Seus sintomas característicos são perda de memória, dificuldade de atenção, orientação e outras atividades cognitivas, mudanças de comportamento e dificuldade para encontrar as palavras corretas durante uma conversa.

Os especialistas ainda não sabem explicar exatamente porque eles aparecem, mas já se sabe que entre os portadores há um aumento de proteínas, as beta-amiloides e a Tau, que prejudicam os neurônios e as conexões entre eles. Infelizmente a doença não tem cura e é progressiva. Por isso, os tratamentos são apenas paliativos, diminuindo o seu avanço e melhorando a qualidade de vida do paciente. Estar cercado de pessoas que saibam como lidar com a doença é muito importante para o indivíduo, o que faz com que os lares para idosos sejam boas opções quando a família não tem disponibilidade para dar o devido apoio à pessoa ou contratar um profissional especializado para fazer isso. Outra forma de ajudar as pessoas que sofrem com a doença é saber o que é e o que não é verdade em relação a ela.

Foto: Adobe Stock
Tratamentos são apenas paliativos, diminuindo o seu avanço e melhorando a qualidade de vida do paciente

Campanha para a conscientização da doença

O dia 21 de setembro marcou o Dia Mundial da Doença de Alzheimer, que visa aumentar a conscientização sobre a demência e diminuir o estigma associado a essa condição. Alzheimer é uma doença neurodegenerativa que provoca a diminuição das funções cognitivas e se agrava ao longo do tempo – a progressão da doença acarreta problemas como esquecimento de fatos mais antigos, desorientação no espaço e irritabilidade.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a DA é responsável por 60% a 70% dos casos de demência, representando perda de qualidade de vida para os pacientes e familiares. No Brasil, a expectativa é de que o cenário se torne ainda mais dramático, uma vez que, em 2060, o percentual da população com 65 anos ou mais ultrapassará os 58 milhões, segundo relatório do IBGE. O número de pacientes diagnosticados com Alzheimer deve crescer em proporção semelhante.

O preconceito pode ser um obstáculo considerável no trato com os problemas relacionados à doença de Alzheimer e outras demências, incluindo os baixos índices de diagnóstico além da disponibilidade e utilização de serviços de saúde. “A ampliação do acesso aos tratamentos via Sistema Público de Saúde contribui para minimizar a progressão da doença, melhorando a qualidade de vida dos pacientes, familiares e cuidadores”, comenta o presidente da Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz), o neurologista Rodrigo Rizek Schultz.

TRATAMENTO. Entre as terapias medicamentosas para tratamento da Doença de Alzheimer disponíveis no SUS, estão: cápsulas, comprimidos e cápsulas de liberação prolongada. Há um ano, o Ministério da Saúde também disponibiliza o medicamento Rivastigmina em formato de adesivo transdérmico. Ele age inibindo uma enzima responsável por degradar a acetilcolina, um neurotransmissor essencial nos processos cognitivos, principalmente a memória. De acordo com a Constituição Federal, o Sistema Público de Saúde deve fornecer o acesso gratuito ao tratamento completo para a doença, envolvendo a medicação indicada. Para isso, o paciente deverá procurar seu médico para orientá-lo no processo de obtenção do medicamento. O Protocolo Clínico de Diretriz de Tratamento (PCDT) do Ministério da Saúde prevê que geriatras, neurologistas, psiquiatras ou qualquer médico especialista no tratamento de demências podem prescrever medicações para o tratamento de Alzheimer.

Os mitos mais comuns

1. Doença só acomete pessoas idosas. Ele mais é frequente em indivíduos com idade avançada, já que está relacionada com o envelhecimento do cérebro. A chance de desenvolvê-la duplica a cada cinco anos depois dos 60, chegando a quase metade dos indivíduos com 85 anos ou mais. “Isso não significa que os jovens estão livres de enfrentá-la, mas, nesse caso, o problema costuma ser genético” afirma Amabile Pandori, geriatra do Vivenda Quinta das Flores. Na dúvida, o ideal é procurar um geriatra, neurologista, psiquiatra ou clínico para que possam fazer uma investigação mais detalhada.

2. Ter um parente com a doença é sinal de que os seus descentes provavelmente sofrerão com ela. Ela não costuma ser hereditária. Por isso, o fato de existir alguém na família que sofra com o mal não significa que os outros membros obrigatoriamente corram perigo. No entanto, existem alguns genes que podem ser herdados e que aumentam as chances do Alzheimer dar as caras, mas isso só acontece de 2 a 5% dos casos e eles precisam estar associados a outros fatores, como o envelhecimento, o diabetes e a falta de exercícios mentais, por exemplo, para levarem ao surgimento do mal.

3. Esquecer as coisas na terceira idade é sinônimo de Mal de Alzheimer. “Pequenas falhas de memória e esquecimentos, principalmente de fatos recentes e detalhes, são normais nas pessoas mais velhas. E é bom que fique claro que eles não significam que a pessoa está sofrendo com a doença. Mas, se surgir qualquer dúvida, o ideal é procurar um médico para que ele faça os exames adequados e, se for o caso, comece o tratamento rápido para atrasar a evolução do quadro.

4. Perda de memória é o primeiro sintoma da doença. De acordo com Amabile, alguns indícios podem aparecer muito antes desse sintoma, como ansiedade, depressão, sentimento de pânico, apatia, comportamentos inesperados, distúrbios do sono, desorientação no tempo e no espaço e incapacidade para resolver problemas simples

5. Quem sofre com esse mal fica totalmente alheio ao que acontece ao seu redor. Isso só acontece quando o quadro já está bem evoluído. Antes disso, o indivíduo se mantém consciente do que está acontecendo e é importante que as pessoas saibam disso, pois alguns familiares podem falar sobre os problemas associados ao caso na frente do paciente, fazendo com que ele fique emocionalmente ferido.

6. Jogos que estimulam o raciocínio, as palavras cruzadas e o sudoku, por exemplo, ajudam a evitar a doença. Eles podem retardar o aparecimento da doença, amenizar os sintomas e até ajudar no tratamento, mas a sua prática não impede o desenvolvimento do mal. O mesmo vale para as atividades físicas.

7. Homens e mulheres correm o mesmo risco de desencadear a doença. Os integrantes do time feminino apresentam duas vezes mais chance de desenvolver esse quadro. Os especialistas ainda não sabem explicar o porquê, mas acreditam que uma possibilidade é que elas vivem mais do que eles e a idade é um dos principais fatores de risco para o mal.

8. Diagnóstico é muito difícil. Não existe um critério único confiável, mas com a ajuda de uma combinação de exames laboratoriais e de imagem e do perfil neuropsicológico do paciente é possível bater o martelo sobre a sua presença.

9. Portadores da doença se esquecem do que acabou de acontecer, mas se lembram de fatos mais antigos. Isso é verdade quando o quadro está no início, mas, com o seu desenvolvimento, a pessoa pode esquecer inclusive o que aconteceu há muito tempo.

10. Alimentação. O que comemos influencia tanto na sua prevenção quanto na aceleração do seu processo de desenvolvimento. Não há dúvidas de que uma dieta balanceada e voltada para alimentos naturais e recheada de itens riscos em ômega-3 é a melhor opção para prevenir e retardar os sintomas do Alzheimer. Além disso, pesquisas recentes apontaram que os probióticos ajudam a combater a sua evolução.

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