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Bem-Estar

Estudo alerta para o baixo consumo de fibras

Pesquisa aponta que os hábitos alimentares dos adolescentes estão fazendo com que as novas gerações consumam fibras abaixo do necessário

Por Marina Zanaki

09 de junho de 2019, às 09h26 • Última atualização em 09 de junho de 2019, às 09h34

Foto: Adobe Stock
Como agravante, parte dessa fibra tem origem em alimentos com baixo valor nutricional, ricos em gordura e açúcares

Você sabe a importância do consumo de fibras para o seu organismo? Uma pesquisa realizada pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) aponta que os hábitos alimentares dos adolescentes estão fazendo com que as novas gerações consumam fibras abaixo do necessário. Como agravante, parte dessa fibra tem origem em alimentos com baixo valor nutricional, ricos em gordura e açúcares.

A conclusão consta de um estudo de mestrado elaborado pela nutricionista Rafaela de Campos Felippe Meira. O Ministério da Saúde indica o consumo ideal de 12,5 gramas de fibras para cada mil calorias. Os adolescentes campineiros entrevistados pela nutricionista consumiram, em média, 6,4 gramas. Um quarto dessas fibras teve origem em alimentos como biscoitos, pães de pacote e achocolatados.

“A indústria alimentícia adiciona fibras alimentares aos alimentos ultraprocessados para atuarem como estabilizantes e espessantes. No entanto, tais alimentos não podem ser considerados saudáveis. As fibras da alimentação devem ser provenientes de alimentos in natura. Essa é a base de uma dieta saudável”, alertou Rafaela.

RISCOS. O consumo nacional de fibras também está abaixo do recomendado, já que a média do brasileiro é de 7,6 gramas a cada mil calorias.

As fibras são importantes ferramentas na prevenção de doenças como obesidade, câncer de intestino, doenças cardiovasculares e diabetes. Existem dois tipos de fibras, com funções diferentes no organismo – as solúveis e as insolúveis.

As primeiras absorvem água formando géis viscosos, que contribuem para a redução dos níveis sanguíneos de colesterol e para o melhor controle da glicemia. Já as insolúveis retardam o esvaziamento gástrico, promovendo maior saciedade e contribuindo para o bom funcionamento intestinal.

Mesmo sendo essenciais para o bom funcionamento do organismo e prevenção de doenças, as fibras foram reduzidas no cardápio por conta de mudanças nos hábitos alimentares.

A queda no consumo de cereais, leguminosas e raízes e tubérculos a partir da década de 1970, com gradativo aumento do consumo de produtos alimentícios ultraprocessados como biscoitos, doces e salgados, salgadinhos de pacote e achocolatado, ajuda na compreensão dos dados obtidos em relação à ingestão de fibras alimentares pelos jovens brasileiros.

Orientadora do estudo, a nutricionista Daniela Assumpção acredita que o primeiro passo para a mudança na alimentação dos jovens é o exemplo dos pais, restringindo o acesso a alimentos ultraprocessados.

“Quanto mais se ingere esse tipo de produto rico em açúcar, sal, e gordura, menos se consome alimentos saudáveis. O sabor é outro, eles acostumam o paladar e não conseguem mais colocar na dieta esses que são saudáveis. Tudo é ruim, nada se compara”, explicou.

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