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Outubro Rosa

É hora de prevenir o câncer de mama

Outubro é marcado pela campanha contra câncer de mama, que atingiu quase 60 mil pessoas no País no ano passado

Por Marina Zanaki

10 de outubro de 2019, às 10h05 • Última atualização em 10 de outubro de 2019, às 10h06

Foto: Ribbon photo created by freepik - www.freepik.com
É importante lembrar que existem diversos tipos de câncer de mama, a depender da célula cancerígena

Outubro é conhecido nacionalmente como o mês em que cidades se pintam de rosa para a campanha de prevenção ao câncer de mama. A relevância da ação se explica pela alta incidência desse tipo de neoplasia entre as mulheres. É importante lembrar que existem diversos tipos de câncer de mama, a depender da célula cancerígena, e que evoluem de diferentes formas.

Contudo, mesmo com suas especificidades, o câncer nessa região do corpo é o tipo mais comum entre mulheres no mundo e no Brasil, depois do câncer de pele não melanoma.

De acordo com dados do Inca (Instituto Nacional do Câncer), foram cerca de 60 mil casos da doença no País no ano passado. Em Americana, 20 mulheres morreram em 2018. Dessas, 15 tinham mais de 50 anos.

O SUS (Sistema Único de Saúde) preconiza a realização da mamografia a cada dois anos a partir dos 50 anos. Contudo, a SBM (Sociedade Brasileira de Mastologia) recomenda que o exame seja feito anualmente a partir dos 40 anos.

Presidente da Regional de São Paulo da SBM, João Bosco Borges explicou que essa recomendação leva em conta a importância do diagnóstico precoce para o tratamento. Ele apontou que o período de dois anos entre uma mamografia é muito longo, já que nesse tempo o tumor pode crescer.

O médico explicou que o índice de cura entre mulheres com tumores com menos de um centímetro chega a quase 90%. Já quando é identificado com mais de dois centímetros e já se formaram ínguas nas axilas – os chamados linfonodos – o prognóstico pode cair para 50%.

O profissional foi taxativo com relação à importância da mamografia como a melhor forma de rastreio do câncer. Sobre o autoexame, o médico reconheceu a importância da mulher estar atenta ao próprio corpo, mas afirmou que não é um método preventivo.

“O que sabemos sobre a paciente que se examina é que ela é mais atenta à questão da mama. Mas o autoexame não é recomendado como método para diagnóstico, ele não protege. Quando você apalpa a mama e encontra um nódulo, ele já tem mais de um centímetro e meio. O ideal é achar o nódulo pequeno, achar a microcalcificação. Com mamografia, vai ter diagnóstico mais precoce e prognóstico muito melhor”, orientou o presidente regional da SBM.

A Sociedade Brasileira de Mastologia alerta que, mesmo pelo critério do SUS, apenas 25% das mulheres estão com o exame em dia. Questionado sobre como ampliar essa cobertura, Borges explicou que é necessário melhorar o acesso da população. Ele apontou a necessidade de buscas ativas de pacientes para realizarem os exames de rastreio, a exemplo do que ocorre em alguns países, com notificação por meio de ligações, mensagens e e-mails.

Para redução das mortes e ampliação dos índices de cura, o médico lembrou a importância de iniciar o tratamento o quanto antes. Lei Federal 12732/2012 determina que o SUS forneça o tratamento para câncer em no máximo 60 dias após o diagnóstico.

Na prática, segundo Borges, esse prazo nem sempre é cumprido.

Médico defende empoderamento

Diante da dificuldade de acesso aos exames e a demora no início do tratamento, o presidente da Regional de São Paulo da Sociedade Brasileira de Mastologia, João Bosco Borges, defendeu a importância de empoderamento para que as mulheres conheçam seus direitos e possam exigi-los.

“A mulher que está atenta à questão da mama vai na consulta ginecológica; e se o médico não examina a mama, ela exige que ele a examine. Se acabou a consulta o médico não pediu a mamografia, deve pedir. Se o resultado saiu alterado, mas só tem vaga para daqui 3 meses, vai até a Secretaria de Saúde e começa a brigar”, orientou o profissional.

Segundo a Prefeitura de Americana, o tempo médio para a realização do exame é de 15 dias. Atualmente, os exames são realizados no Hospital Municipal Dr. Waldemar Tebaldi e Radiologia Sidney de Souza Almeida.

Números

  • Homens também podem ser acometidos pela doença, mas a incidência é rara – cerca de 1% do total de casos
  • 20 mulheres morreram de câncer de mama no ano passado em Americana
  • 15 tinham mais de 50 anos, as demais tinham entre 15 e 49 anos
  • Coeficiente de câncer de mama em Americana é de 8,55 (casos por cem mil habitantes)

Fontes: Inca e Prefeitura de Americana

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