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quebra-crânio

Desafio da rasteira pode causar lesões irreversíveis e até morte

Especialista alerta para os riscos envolvidos na queda brusca, provocada pela rasteira da brincadeira que viralizou nas redes sociais nos últimos dias

Por Isabella Holouka

13 de fevereiro de 2020, às 18h00 • Última atualização em 14 de fevereiro de 2020, às 09h43

O desafio da rasteira, também chamado de “quebra-crânio”, pode resultar em lesões e traumas irreversíveis não só no crânio e no cérebro, mas também no tórax e na coluna cervical, em um quadro que pode evoluir ao óbito. Na última semana, viralizaram nas redes sociais vídeos em que adolescentes e crianças fazem a “brincadeira”, seja na escola ou até mesmo em casa. Um especialista ouvido pelo LIBERAL alerta para os riscos envolvidos na queda brusca, provocada pela rasteira.

“Nosso cérebro é uma gelatina muito sensível, com camadas mais pesadas e mais leves, sobrepostas umas às outras. Elas ficam dentro do crânio nadando em um líquido, que é uma proteção”, explica o neurologista Nestor Colletes Truite Júnior, de Americana. A desaceleração repentina, causada pela queda e pelo impacto contra o chão, pode causar graves problemas.

Foto: Reprodução
Neurologista destaca que a queda pode resultar em prejuízos para o funcionamento do cérebro de uma maneira generalizada

O neurologista destaca que a queda pode resultar em prejuízos para o funcionamento do cérebro de uma maneira generalizada, afetando raciocínio, sistema motor e de sensibilidade. Podem ocorrer lesões nos neurônios, rompimento de vasos sanguíneos, causando sangramentos e hematomas, edema cerebral, com o inchaço e aumento da pressão no interior do crânio, e  até mesmo lesão no tronco cerebral – em casos mais graves.

“No tronco cerebral diversas funções estão retidas, controle da respiração, por exemplo, e outras atividades automáticas que caracterizam a nossa vida primitiva. Essa lesão no tronco resulta em morte súbita”, explica o neurologista.

Além dos riscos cerebrais, a rasteira também pode causar um politraumatismo. O especialista lembra que o desafio provoca uma queda brusca, com possibilidade de lesões no tórax e na coluna cervical.

A “pegadinha” chegou a vitimar a estudante Emanuela Medeiros, de 16 anos, que sofreu um traumatismo craniano ao bater a cabeça no chão na escola em que estudava, em Mossoró, no Rio Grande do Norte, em novembro do ano passado.

O desafio, entretanto, voltou a se fazer presente nas redes sociais depois que um influenciador digital postou em seu canal no YouTube um vídeo em que aplica a rasteira na própria mãe, com a ajuda do irmão.

Nesta quarta-feira (12) a Sociedade Brasileira de Neurologia divulgou um comunicado em que alerta sobre a necessidade de se reforçar a atenção com crianças e adolescentes, que são maioria nos vídeos que circulam nas redes sociais.

O comunicado se dirige principalmente aos pais e educadores, com o objetivo de “interromper o movimento e prevenir a ocorrência de novas vítimas”, sendo que a informação seria a primeira linha de ação. Leia o comunicado na íntegra:

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Nesta semana, algumas escolas particulares da região já divulgaram vídeos de alunos conscientizando os colegas sobre o perigo da brincadeira.

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