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Conscientização

Câncer de próstata é o 2º mais comum entre os homens

Novembro Azul tem foco na prevenção e combate ao câncer de próstata; veja quais são os sintomas, mitos e verdades sobre a doença

Por Marina Zanaki

11 de novembro de 2019, às 08h46

O mês de novembro é dedicado à conscientização da saúde do homem, principalmente em relação ao câncer de próstata. Esse é o segundo tipo mais comum de tumor entre eles, atrás apenas do câncer de pele não-melanoma. Assim como os demais cânceres, seu índice de cura está diretamente relacionado ao diagnóstico precoce.

Pacientes diagnosticados no início têm chance de cura de cerca de 90%. Se a detecção ocorre quando o câncer está localmente avançado, cai para 60%. Nos casos em que já está avançado, para 30%.

Foto: Divulgação
Câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens

Coordenador do Centro Especializado em Urologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Carlo Passerotti defende a realização de exames periódicos para a prevenção de doenças. “Os homens precisam se conscientizar sobre a importância de serem protagonistas de sua saúde. No caso do câncer de próstata, o acompanhamento médico preventivo é fundamental, além da adoção de hábitos saudáveis, como alimentação balanceada e atividade física que evitam a doença”, orientou o profissional.

Rastreamento

Existem diversos exames para a identificação do câncer de próstata – clínicos, laboratoriais ou radiológicos – que são realizados em pessoas com sinais ou sintomas sugestivos da doença, como dificuldade de urinar, diminuição do jato de urina, necessidade de urinar mais vezes e sangue na urina.

Existem também os exames periódicos em pessoas sem sinais, chamados de rastreamento. Eles são compostos pelo exame de toque e o PSA. Eles são indicados para homens a partir dos 50 anos. Quem tem casos anteriores na família deve começar aos 45 anos, e históricos familiares muito fortes para a doença têm indicação de iniciar aos 40 anos.

Contudo, o exame de rastreamento entre toda a população não é consenso. O motivo é que o aumento na próstata e indicações de alterações no PSA podem ocorrer por diversos motivos e o diagnóstico preciso depende da realização da biópsia – esse procedimento pode provocar infecções, dor, febre, sangue na urina e no sêmen.

Existe também a possibilidade de se identificar um câncer que não seja agressivo e que não demande tratamento. Nesses casos, o médico pode optar por uma vigilância ativa. A grande maioria dos tumores nessa região se desenvolve lentamente, levando cerca de 15 anos para atingir 1 cm³.

Contudo, a realização do rastreio permite a identificação de tumores agressivos, que podem crescer de forma rápida, espalhando-se para outros órgãos e podendo levar à morte. São prós e contras que devem ser avaliados caso a caso, mas o importante é que o homem faça as consultas com seu urologista de forma frequente.

Carlo Passerotti defende a realização de rastreio e pontua que é necessário ampliar o acesso a exames mais modernos, como ressonância. “O diagnóstico precoce é muito importante e é preciso realizar rotineiramente porque aumenta a sensibilidade. O homem que faz frequentemente sabe qual seu nível de PSA, se altera de um ano para o outro já é um sinal de alerta”, declarou o profissional.

Entrevista

Ouça mais sobre o assunto com o oncologista do Instituto Oncoclínicas, Dr. Ariel Galapo Kann, que concedeu entrevista ao LIBERAL No Ar, transmitido pelas emissoras de rádio FM Gold (94,7) e VOCÊ (AM 580):

https://liberal.com.br/wp-content/uploads/2019/11/08.11.19-DR-ARIEL-GALAPO-KANN-NOVEMBRO-AZUL.mp3?_=1

Números da doença

O Inca (Instituto Nacional do Câncer) estima que foram registrados 68 mil novos casos de câncer de próstata no ano passado no Brasil. A Sociedade Brasileira de Urologia calcula que 20% dos casos são diagnosticados tardiamente e 25% dos pacientes morrem em decorrência da doença. Em 2017, fora mais de 15 mil mortes pela doença no País, segundo o Inca.

Mitos e verdades sobre câncer de próstata

O câncer de próstata não apresenta sintomas em fase inicial

Verdade – Na fase inicial, não apresenta sintomas e quando alguns sinais começam a aparecer, cerca de 95% dos tumores já estão em fase avançada, dificultando a cura. Na fase avançada, os sintomas são dor óssea, dores ao urinar, vontade de urinar com frequência, presença de sangue na urina e/ou no sêmen.

O toque retal é essencial para o diagnóstico

Verdade – O diagnóstico é realizado por meio do exame clínico (toque retal) associado ao exame da dosagem do antígeno prostático específico (PSA, na sigla em inglês) no sangue. Nos casos suspeitos, é indicada a realização da biópsia prostática.

PSA baixo é sinal de que não tenho câncer de próstata

Mito – Ele está presente em 15% dos homens com níveis normais de PSA, e o teste é útil para diagnóstico. Porém, para se ter uma análise completa do caso, é importante o exame de toque retal e biópsia da próstata.

O aumento da próstata é sinal de câncer

Mito – Quando o homem envelhece, sua próstata começa a aumentar. Esse processo é chamado de hiperplasia prostática benigna e não está relacionada ao câncer de próstata.

Fonte: Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

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