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Bem-Estar

Os perigos do câncer de pele

Existem três principais tipos da doença: o melanoma, o carcinoma basocelular e o carcinoma espinocelular

Por Da Redação

15 de dezembro de 2019, às 09h36 • Última atualização em 15 de dezembro de 2019, às 09h40

Foto: Divulgação
A exposição prolongada ao sol, mesmo que de forma esporádica, é fator de risco para o desenvolvimento do câncer

O câncer de pele é o mais comum no mundo e é provocado pelo crescimento anormal das células que compõem a pele. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são diagnosticados anualmente 180 mil novos casos da doença no Brasil. Isso significa que 1 em cada 4 novos casos de câncer, é de pele. A alta prevalência da doença fez com que a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) iniciasse, em 2014, o movimento Dezembro Laranja, para a conscientização nacional sobre o câncer de pele.

Existem três principais tipos da doença: o melanoma, o carcinoma basocelular e o carcinoma espinocelular. De acordo com o médico dermatologista do Alta Excelência Diagnóstica, João Avancini, os dois últimos são, em geral, mais comuns e menos agressivos, com altos índices de cura quando diagnosticados e tratados precocemente.

O terceiro tipo, o melanoma, corresponde a aproximadamente 3% dos cânceres de pele. Apesar de raro, é o mais agressivo e potencialmente letal. Entretanto, quando descoberto no início, tem mais de 90% de chance de cura. “Por isso é importante ficar atento aos sinais de suspeita e realizar os exames dermatológicos periódicos para um diagnóstico precoce”, enfatiza Avancini.

CONDIÇÕES DE RISCO. A exposição prolongada ao sol, mesmo que de forma esporádica, é fator de risco para o desenvolvimento do câncer de pele, assim como se submeter a câmaras de bronzeamento artificial. De acordo com Avancini, é importante redobrar a atenção no verão e, principalmente, proteger as crianças e adolescentes, que costumam curtir as férias na praia e na piscina, com bastante exposição ao sol. “As queimaduras solares, quando ocorrem na infância e adolescência, elevam o risco de desenvolvimento do melanoma na idade adulta”, diz o especialista.

Outros fatores de risco são: pele e olhos claros, mais comuns em pessoas loiras e ruivas, presença de muitas pintas e histórico de câncer de pele na família. Com algumas medidas simples, como o uso de protetor solar em horários de maior intensidade do sol (entre 10h e 16h) e de camisetas e bonés, já é possível reduzir as chances de surgimento da doença em cerca de 40%. Outra importante recomendação é realizar uma consulta dermatológica por ano, além de ficar atento aos sinais de alerta.

DIAGNÓSTICO. O diagnóstico é feito por meio do exame clínico da pele, podendo ter o auxílio de um dermatoscópio, ferramenta que permite a visualização das estruturas mais profundas das lesões cutâneas. Aliado ao dermatoscópio, o mapeamento corporal de nevos, que inclui a associação de fotos do corpo e a dermatoscopia, com possibilidade de um seguimento das pintas a longo prazo, é indicado apenas para casos de maior risco, ou seja, para aqueles que têm muitas pintas, que já tiveram câncer de pele ou casos da doença na família.

O mapeamento corporal de nevos fotografa as lesões encontradas em intervalos que podem variar de 3 a 12 meses e, com isso, identifica as pequenas mudanças ocorridas durante o período, muitas vezes imperceptíveis a olho nu.

Conheça os mitos e as verdades em relação ao câncer de pele

De acordo com Elimar Gomes, dermatologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, o câncer de pele está relacionado à radiação ultravioleta, emitida pelo sol. “Tanto a exposição solar diária, ou seja, receber pequena quantidade de sol ao longo da vida em partes expostas do corpo, quanto episódios de exposição intensa e desprotegida, aumentam as chances de desenvolver um câncer de pele”, afirma.

“É evidente que o fator genético também é muito importante. Quem tem familiares com histórico de câncer de pele, principalmente o melanoma, deve ficar mais atento. Os cuidados precisam ser redobrados também por pessoas com muitas pintas, cicatrizes, feridas crônicas ou imunossuprimidas”, ressalta o dermatologista da BP, que também é coordenador da Campanha Nacional de Prevenção do Câncer de Pele da Sociedade Brasileira de Dermatologia, que anualmente no mês de dezembro intensifica as ações de conscientização sobre diagnóstico e prevenção ao câncer de pele.

Os filtros solares são dispensáveis nos dias sem sol?
Mito. A luz solar que atinge a superfície terrestre possui diversos tipos de radiação, que vai desde a luz visível, aquela que determina a claridade e o espectro de cores, até radiações que não vemos, como os raios infravermelho (IV), que sentimos apenas como calor, e os ultravioletas (UV), divididos em ultravioleta A (UVA) e ultravioleta B (UVB). Os raios UVA são praticamente constantes durante o dia e representam 95% da radiação que atinge o corpo e o rosto. Eles penetram profundamente na pele e são os principais responsáveis pelo fotoenvelhecimento, reações cutâneas, manchas solares e câncer de pele. Já os raios UVB são intensos entre 9h e 15h e provocam na pele morena o agravamento de manchas e, na pele branca, vermelhidão, queimaduras solares e uma série de alterações que determinam o câncer de pele.

É possível manter a pele saudável no verão?
Verdade. Durante o verão, a radiação solar incide com mais intensidade sobre o planeta e como fazemos mais atividades ao ar livre aumentam os riscos de queimadura, câncer da pele e outros problemas. Por isso, é necessário ter cuidado redobrado com a hidratação da pele. No banho, recomenda-se usar sabonetes compatíveis com o tipo de pele, mas sem excesso. E a temperatura da água deve ser fria ou morna para evitar o ressecamento. Além do filtro solar, no verão é importante usar roupas de algodão durante as atividades ao ar livre.

Alimentação previne contra câncer de pele?
Mito. A alimentação pode ajudar apenas a prevenir os danos que o sol causa à pele, mas não reduz riscos ou previne esse tipo de câncer. Itens como cenoura, abóbora, mamão, maçã e beterraba contêm carotenoides e têm ação antioxidante, ou seja, protegem as células sadias do organismo.

Sinais de alerta

Para facilitar a identificação de lesões suspeitas, é consenso entre os dermatologistas “a regra do ABCDE” que lista os sinais importantes e de fácil percepção pelo paciente, e atentar para feridas que não cicatrizam.

  • A de assimetria: se a pinta ou mancha apresentar assimetria;
  • B de bordas: bordas irregulares, com contornos mal definidos;
  • C de cor: múltiplas cores na mesma lesão (tons pretos, azuis ou avermelhados etc.);
  • D de diâmetro: lesões com mais de 5 ou 6 milímetros;
  • E de evolução: mudanças na cor, tamanho, forma ou na sensibilidade de uma lesão ou pinta.

Fatores de risco

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) Alerta para outras condições que podem levar ao câncer de pele: ter tido mais de seis queimaduras de sol, daquelas em que a pele fica muito vermelha e ardendo; ter muitas sardas ou mais de 50 pintas no corpo; pele muito clara que sempre queima no sol e nunca bronzeia; se já teve a doença antes; e ter mais de 65 anos.

Você sabe o que é fotoenvelhecimento?

Foto: Divulgação
O fotoenvelhecimento é um processo desencadeado pela exposição à radiação ultravioleta (UV) do sol e resulta no envelhecimento prematuro

O envelhecimento cronológico da pele é aquele relacionado à idade, ocorre de forma bem lenta e progressiva e causa leve atrofia, rugas finas e flacidez. Já o fotoenvelhecimento é um processo desencadeado pela exposição à radiação ultravioleta (UV) do sol e, portanto, resulta no envelhecimento prematuro.

De acordo com Elimar Gomes, dermatologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo , quando o raio UV penetra na pele, danifica todas as camadas e provoca mudanças na textura e na pigmentação, promovendo, gradativamente, manchas, perda das fibras de colágeno e produção anormal de elastina, determinando rugas mais profundas e perda de elasticidade da pele.

“Em qualquer idade, podemos claramente perceber a diferença entre o envelhecimento cronológico e o fotoenvelhecimento: basta comparar a pele localizada na parte interna com a da parte externa do nosso braço”, ressalta o especialista. Além das manchas e rugas visíveis, a exposição à luz solar provoca em todas as células da pele pequenas alterações no DNA celular. “Nossas células têm alguns mecanismos de reparo que corrigem essas alterações.

Com o excesso de exposição ou com o dano cumulativo, nem todas se recuperam e, consequentemente, acontecem mutações que promovem o crescimento anormal e descontrolado de algumas células, dando origem ao câncer de pele”, conta o dermatologista.

Fonte: Alta Excelência Diagnóstica

 

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