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Turismo

Isolado e distante de casa

O conceito de anywhere office parece ter vindo para ficar

Por Nathalia Molina / Agência Estado

08 de maio de 2021, às 09h57

Foi viajar para dar um tempo: era como se dizia antigamente sobre a pessoa que, cansada da rotina, tinha ganhado a estrada – e até o mundo. Atualmente, por causa da situação crítica em que se encontra o Brasil em relação à covid-19, o máximo que se pode fazer é planejar o futuro.

Sem desbravar destinos, explicam os especialistas, a gente ajuda a diminuir os números da pandemia e tem a vida (e as viagens) de volta o quanto antes. Até lá, dar um tempo só se for com a gente mesmo, em turismo de isolamento.

O aluguel de imóveis onde se possa estar na natureza, mantendo o distanciamento, passa a ser uma opção em tempos de pandemia – Foto: Leandro Hang / Pexels

“Isso pode ser seguro sim. Posso me transferir de um grande centro populacional para um lugar onde o distanciamento social é naturalmente mais fácil. É uma opção interessante para quem tem condições, e até recomendável para a pessoa não pirar, mas desde que tomadas algumas precauções importantes”, afirma Fernando Aith, professor titular do Departamento de Política, Gestão e Saúde da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP/USP).

“Casa alugada é mais seguro do que hotel ou pousada porque você tem domínio de quem está entrando e não é obrigado a cruzar com mais pessoas.”

Segundo Aith, é indicado levar produtos de limpeza de casa. “Mas a carga viral nos ambientes vai diminuindo em 72 horas. Já sabemos que o maior problema da contaminação é pelo ar, no contato com os outros.”

O aluguel de imóveis onde se possa estar na natureza, mantendo o distanciamento, passa a ser uma opção em tempos em que a interação entre seres humanos é proibitiva.

Enquanto a vacinação em massa não ocorrer no Brasil, o que infelizmente é esperado, na melhor das hipóteses, só para o segundo semestre de 2021, casas no litoral ou no campo surgem como alternativa para um turismo de isolamento.

NOVA REALIDADE
Na era da Covid-19, tudo muda em uma velocidade espantosa. No entanto, assim como o trio composto por máscara, álcool em gel e distanciamento social, o conceito de anywhere office parece ter vindo para ficar. O escritório, que na expressão em inglês era atrelado ao espaço físico de casa (home), agora pode ser realizado de qualquer lugar com conexão à internet.

Dessa tendência nasceram variações específicas para o turismo, que juntam vacation (férias) com work (trabalho) ou flex (flexível): workcation e flexcation.

De acordo com levantamento da Booking.com, dois em cada cinco (44%) brasileiros estão interessados em combinar trabalho com férias, e quase metade (47%) fez isso ao menos uma vez em 2020.

A pesquisa online foi realizada em novembro com 47.728 pessoas em 28 países, sendo quase 2 mil do Brasil. Enquanto a praia é o lugar predileto para workcation para 63% dos brasileiros, 56% desejam ficar em um lugar de natureza onde possam ir a parques. A acomodação divide opiniões: 22% escolhem hotéis e pousadas; 22%, resorts; e 21%, apartamentos, casas ou vilas.

SEM GALERA
O Airbnb lançou uma página neste mês para vizinhos de imóveis alugados pela plataforma denunciarem aglomerações e festas. Com a pandemia, a empresa reduziu para 16 o máximo de pessoas, mesmo em casas capazes de acomodar mais.

Desde maio de 2020, cresceu a procura por lugares no campo ou na praia, a até 300 quilômetros dos centros urbanos, com infraestrutura para conciliar férias e trabalho. Para quem busca algo assim, há também hotéis que oferecem casas separadas ou preferem receber uma única família.

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