25 de abril de 2024 Atualizado 18:10

8 de Agosto de 2019 Atualizado 13:56
MENU

Publicidade

Compartilhe

Tecnologia

Telefonia blindada e criptografada

Entenda as diferenças e porque empresas devem ter as duas; especialista explica as características de cada sistema de segurança

Por Redação

08 de junho de 2021, às 07h09

Quando se trata de proteção contra ciberataques, muitas dúvidas são geradas de como proteger os aparelhos móveis. É claro que, muitos sistemas não são acessíveis para todas as pessoas, que acabam buscando alterativas simples, como cuidados com as senhas para se sentirem minimamente seguras. Porém, empresas, instituições e governos que, deveriam dar a devida atenção ao tema, sequer sabem como de fato fazer isso. Colocando em risco todo o patrimônio e, até mesmo, proteção dos dados dos seus clientes, parceiros e terceiros.

A criptografia – prática de codificar dados por meio da aplicação de algoritmos – já é algo comum aos ouvidos de muitos. Mas, a grande questão é que, para a segurança de uma companhia, criptografar os aparelhos internos e dos principais executivos passa a ser uma “meia solução”, é o que explica Augusto Schmoisman, especialista em defesa cibernética e CEO da Citadel Brasil, empresa israelense que atua com a última tecnologia mundial em defesa.

Criminosos podem ligar o microfone e a câmera do celular, sem que a vítima perceba, para espionar sua rotina empresarial – Foto: Sora Shimazaki / Pexels

“O problema com a criptografia é que, mesmo com canais de comunicação seguros, as chaves para descriptografar são salvas, muitas vezes, dentro do celular, o que deixa o aparelho ainda vulnerável a um hacker. Existem sistemas de telefonia blindada, onde o dispositivo móvel passa por um processo de blindagem que não permite a extração de informações do telefone. Se o aparelho não pode ser interceptado por um malware, ele não fica vulnerável a esses tipos de ataques que visam pegar as chaves para descriptografar mensagens e ligações encriptadas”.

Augusto afirma que, como todas as chaves, logins de acesso e senhas são salvos de forma automática, os criminosos podem acessar essas informações, além de abrir o microfone e a câmera do celular da vítima, possibilitando ver e ouvir toda a sua rotina, inclusive reuniões sigilosas. “Os celulares se tornaram uma máquina de espionagem remota poderosa para um hacker habilidoso”, complementa.

O especialista conta que a blindagem é menos acessível, pois o aparelho móvel passa por um processo mais caro devido as licenças necessárias. Mas, uma outra forma de protege-lo é usar algum sistema que não tenha chaves salvas no telefone. Mas, ainda assim, isso não é 100% seguro. “Se o celular for infectado por um malware, é possível gravar a tela e visualizar o código que está sendo digitado”.

Caso a empresa decida por investir na proteção dos aparelhos da companhia com a blindagem e criptografia, se o executivo ou até mesmo uma pessoa de cargo político fizer uma ligação ou trocar mensagens com alguém que não tenha o mesmo sistema de segurança, as conversas podem ser hackeadas. “A forma 100% segura é que os dois aparelhos em ligação ou troca de mensagens sejam encriptados pelo mesmo sistema e que não sejam vulneráveis a malware por meio da blindagem. Se não for possível realizar a blindagem, ter uma ligação encriptada diminui bastante os riscos, mas não é totalmente seguro”, finaliza o especialista.

Publicidade