25 de abril de 2024 Atualizado 00:11

8 de Agosto de 2019 Grupo Liberal Atualizado 13:56
MENU

Publicidade

Compartilhe

Tecnologia

Instagram é a pior rede social à saúde mental, diz estudo

Dados mostram que ele aumenta a solidão e ansiedade; psicólogo dá dicas de como superar essas sensações

Por Tatiane Gonsales - Minha Vida

19 de fevereiro de 2022, às 10h16

Se você também tem uma conta no Instagram, provavelmente já passou um bom tempo olhando fotos de seus amigos e celebridades sorrindo ou em viagens incríveis. Porém, uma pesquisa concluiu que essa rede social é a mais prejudicial à saúde mental.

O estudo foi feito pela instituição Royal Society For Public Health, do Reino Unido. Cerca de 1.500 voluntários de 14 a 24 anos foram entrevistados e 90% deles utilizam mídias sociais.

De acordo com a pesquisa, este é o ranking de redes sociais mais aliadas à sensação de solidão e ansiedade:

  1. Instagram
  2. Snapchat
  3. Facebook
  4. Twitter
  5. YouTube

Para Shirley Cramer, CEO da instituição, o Instagram foi descrito pelos jovens entrevistados como mais viciante do que cigarros e álcool. Ela diz que a rede social, bem como o Snapchat, são plataformas “muito focadas na imagem e parece que elas podem estar gerando sentimentos de inadequação e ansiedade nos jovens”.

Ainda, dados da Pew Research Center revelam que os jovens adultos são os internautas mais ativos no Instagram: 64% dos usuários entre 18 a 29 anos têm um perfil na rede. Vale ressaltar que o Instagram possui mais de 1 bilhão de contas ativas.

Yuri Busin, psicólogo especialista em Neurociência Cognitiva, afirma que o Instagram virou uma rede social de exibição, pois o que é postado representa somente uma fração da realidade.

“O Instagram é uma maquiagem da vida do outro”, comenta. Devido à comparação excessiva com outras pessoas, além da exposição própria na web à espera de curtidas e visualizações, o usuário se sente frustrado, nutrindo um sentimento de insuficiência – o que pode levar à ansiedade, depressão e até suicídio.

De acordo com o psicólogo, se expor e acompanhar exposições alheias nas mídias sociais ativam o cérebro da mesma forma que outras drogas, como cigarro e álcool. Como resultado, internautas estão cada vez mais viciados em estar conectados.

Para ele, este vício é consequência de uma geração transacional. Ou seja, um público jovem que não teve informações de como utilizar as redes sociais de forma benéfica.

“Os pais e a escola ensinam os malefícios e como administrar o uso de drogas lícitas e ilícitas. Eles explicam que se você beber muito pode ficar bêbado, ter ressaca e o que tudo isso resulta. Mas ninguém nos ensinou como devemos nos comportar nas mídias sociais, até porque isso ainda não está fechado… Há poucos estudos também”, afirma.

Como evitar ou amenizar os males do Instagram:

O psicólogo Yuri Busin dá algumas dicas para diminuir ou mesmo driblar a dependência de redes sociais, principalmente do Instagram.

  • Reduza seu tempo diário no Instagram gradativamente.
  • Mentalize que a realidade mostrada na rede social é apenas um recorte da vida do outro, aquilo que ele realmente quer mostrar.
  • Escolha bem quem você segue: opte por perfis que agregam algo positivo – tanto em autoestima quanto em conhecimento.
  • Entenda que, ao se expor na rede, o que você posta pode ser aceito ou rejeitado por seus seguidores – e rejeições são normais e fazem parte da vida.

Vida real x vida nas redes sociais

A blogueira brasileira Karol Pinheiro criou um vídeo abordando que a vida exposta no Instagram é modificada para que pareça perfeita, se distanciando da realidade vivida no dia a dia.

Com o nome “A farsa da vida perfeita nas redes sociais”, a influencer assume seu vício em estar conectada ao Instagram e os prejuízos que teve com isso. Ela afirma que, ao ver seu próprio perfil, se sentia mal por saber que a suposta “realidade” ali tratada enganava seus seguidores. As bolsas, roupas, dentes brancos e um namoro perfeito, retratados na web, não eram de fato reais.

Em uma das postagens no Instagram, Karol está em um jantar romântico feito pelo namorado. Mas no vídeo comenta que essa era somente uma parte recortada da sua vida, pois ninguém poderia imaginar que o casal havia brigado no dia anterior.

Yuri explica essa sensação de Karol como um ciclo também vicioso em buscar por aceitação a todo momento. Ao publicarmos algo nas redes, sobretudo no Instagram, buscamos que o público goste, interaja positivamente – e nem sempre isso ocorre.

Por isso, os momentos retratados tendem a apresentar somente o “melhor lado da vida”: viagens, comidas bonitas, um relacionamento invejável, diversão, corpo sarado, dieta saudável, dentes brancos e sorrisos.

Término dos likes

Em julho de 2019, o Instagram passou a esconder a quantidade de likes (curtidas) nas imagens postadas na plataforma.

Para o psicólogo, a retirada do recurso é benéfica à saúde mental dos usuários. Isso porque os likes acabaram sendo usados como uma espécie de “medidor” do quanto os internautas são aceitos, legais e bem-sucedidos. Então, quanto mais likes sua postagem tivesse, mais “popular” você seria.

“Quem tinha muitos likes se enxergava como um ser perfeito. E depois faziam uma nova publicação querendo atingir tantos likes ou até mais likes do que a postagem anterior. Se isso não era atingido, havia muita frustração”, explica.

Publicidade