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Revista L

Capacitação por meio de plataformas online

Universidades oferecem cursos online gratuitos como alternativas acessíveis para quem busca atualização ou deseja melhorar o currículo

Por Débora de Souza

12 de novembro de 2019, às 11h57 • Última atualização em 27 de abril de 2020, às 12h53

Ter acesso ao conteúdo das maiores universidades, nacionais e internacionais, sem precisar se dedicar ao vestibular é possível. O segredo são as plataformas e-learning, canais utilizados por essas instituições para o oferecimento de cursos online, videoaulas e e-books gratuitos. Harvard, Stanford, USP, Unicamp e Unesp são algumas das universidades nesta lista.

A diversidade de conteúdo abordado é enorme, variando de acordo com a grade dos cursos de graduação e pós-graduação de cada instituição. Geralmente os temas são sugeridos pelos próprios professores ou pela universidade através de editais.

“Por vezes, é oferecido uma quantia em dinheiro para que ele [docente] faça um vídeo com a temática proposta no edital, pela universidade”, explica o coordenador do GGTE (Grupo Gestor de Tecnologias Educacionais) da Unicamp, grupo responsável pelo e-Unicamp, Marco Antônio Garcia de Carvalho.

Os cursos são online e podem ser acessados por qualquer pessoa, independentemente do nível de instrução, desde que esteja cadastrada na plataforma. E elas variam. A Unesp, por exemplo, disponibiliza a Unesp Aberta com mais de dois mil conteúdos abertos. Desde sua fundação, em 2012, já passaram por ali cerca de 320 mil pessoas.

Foto: Freepik
Harvard, Stanford, USP, Unicamp e Unesp são algumas das universidades nesta lista

A Unicamp oferece cursos gratuitos através do e-Unicamp, e cursos gratuitos e pagos pela plataforma de EAD (ensino a distância) Coursera. A diferença entre os conteúdos é que, no primeiro, o foco está no público interno (os alunos da universidade) e, no segundo, o foco é no público externo com a possibilidade de emissão de certificado mediante pagamento de uma pequena taxa.

“O curso online é um auxílio ao curso de graduação e pós-graduação, mas ele não os substitui. Eles são disponibilizados com o intuito de divulgar o nome da universidade e levar conhecimento de qualidade ao público, principalmente aos alunos, permitindo que se preparem para uma aula e assim se tornem alunos melhores, além de chamar a atenção para possíveis colaboradores da universidade”, explica Marco.

Sou um aluno?

A oferta de conteúdo nas plataformas e-learning resultou em polêmica no meio acadêmico. Os cursos são ministrados 100% em ambiente online e, por isso, classificados como cursos EAD (ensino a distância).

Nesse caso, a pessoa que realiza o curso online pode ser considerada aluna da instituição que oferece o conteúdo? A resposta é: depende.

Embora algumas instituições emitam certificado de conclusão, nem todas reconhecem o documento como um vínculo efetivo com a instituição. “São cursos de qualidade que servem como suporte aos cursos de graduação, pós-graduação e especialização. Assistir a uma aula enquanto aluno efetivo do ensino Superior é bem diferente do que acompanhar aulas online. A universidade toma o cuidado de não oferecer conteúdos iguais. E mesmo o aluno da universidade, que passou no vestibular, não fica dispensado de uma disciplina só porque assistiu aos cursos na plataforma”, explica Marco Garcia de Carvalho, da e-Unicamp.

Em outras palavras: ainda que conclua um curso online gratuito oferecido pela Universidade de Harvard (EUA), a pessoa só será considerada aluna (ou ex-aluna) se tiver sido aceita no processo de admissão da universidade – no Brasil corresponde ao vestibular.

Atualização

Os conteúdos produzidos pelas universidades atendem, não apenas os estudantes, mas profissionais que buscam atualização e não têm grana para investir em cursos particulares. E, mesmo para esse público, a oferta é grande: marketing pessoal, desenvolvimento e design de apps para iPhone, introdução à ciência da computação e maneiras para otimizar o capital humano de uma empresa são alguns dos exemplos de conteúdos disponíveis gratuitamente pelas instituições.

“Neste momento de economia instável, muitas vezes não conseguimos investir recursos financeiros em curso de aprimoramento e estes cursos online oferecem a oportunidade de o profissional continuar se atualizando gratuitamente”, diz a coordenadora de R&S do Grupo A Executiva, Kelly Cristina Campanholo Alves.

Vale ressaltar que esses conteúdos online não substituem um curso de graduação ou pós-graduação e, muitos deles, tampouco registram vínculo da pessoa à instituição. No entanto, é válido incluí-los no currículo como cursos de aperfeiçoamento.

“É interessante incluí-los no currículo, pois mostra que o candidato busca atualização e não fica parado. As empresas ficam com ‘o pé atrás’ quando uma pessoa, que se graduou há dez, cinco anos, não possui curso algum na área depois disso”, aconselha Kelly.

“A dica que dou é se concentrar em cursos da sua área. Para quem trabalha com administração, por exemplo, um curso de liderança faz mais sentido que técnicas de massagem”, completa.

Marco Antônio Garcia de Carvalho, da e-Unicamp, concorda: “Eles [cursos] podem sim serem acrescentados ao currículo e, aí, depende do empregador se ele faz questão de um certificado ou não. Mas acho válido sim mesmo porque são cursos de qualidade, elaborados por doutores na área”, observa.

Quem fez indica!

Para lidar com as responsabilidades que seu novo cargo exigia, a profissional de Comércio Exterior, Raïssa Rezende, se inscreveu no curso online de liderança e inteligência emocional oferecido pela americana Case Western Reserve University. Segundo ela, o curso a ajudou a enfrentar a pressão e cobranças inerentes a sua função, em Business Development de uma multinacional de logística. “Quando fui promovida eu precisava aprimorar a liderança através da inteligência emocional e valeu super a pena”, diz Raïssa, que hoje atua como E-Solution Specialist. “Existem cursos gratuitos sensacionais na internet. Faço outro em francês para aprimorar a língua”, conta.

Para salvar

• USP (www5.usp.br/ensino/cursos-on-line/)
• Unicamp (www.ggte.unicamp.br/e-unicamp/public/ e www.extecamp.unicamp.br/adistancia.asp)
• Unesp / Unesp Aberta (www.unesp.br/unespaberta)
• UnB (www.escoladotrabalhador.gov.br)
• FGV (educacao-executiva.fgv.br)
• Coursera (pt.coursera.org/) – atende universidades de 28 países: Unicamp e USP (nacionais), MIT, Yale e Princeton (internacionais), e empresas como Amazon, Google e National Geographic.
• EDX (www.edx.org) – atende universidades como Harvard, Berklee, Oxford e Notre Dame

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