28 de março de 2024 Atualizado 09:47

8 de Agosto de 2019 Atualizado 13:56
MENU

Publicidade

Compartilhe

Revista Pets

Guia de primeiros socorros para pets

Saiba como agir diante de imprevistos que colocam em risco a vida e o bem-estar do seu cão ou gato

Por Isabella Holouka

15 de março de 2022, às 07h15 • Última atualização em 15 de março de 2022, às 07h16

Fazemos de tudo para que nossos pets estejam sempre saudáveis, confortáveis e seguros, mas acidentes sempre podem acontecer. Nessas horas é fundamental ter uma clínica veterinária de confiança, onde o animal possa ser atendido por uma equipe qualificada, tendo à disposição todo o equipamento necessário, o mais rápido possível.

Na maioria das situações, especialmente nas mais graves, agir rapidamente e da maneira correta faz toda a diferença na recuperação da saúde do animal.

Agir rapidamente e da maneira correta faz toda a diferença na recuperação – Foto: Adobe Stock

Por isso, a Revista L Pets consultou a médica veterinária Yves Soares, do Granpet Clube Pet Shop, de Americana, sobre os primeiros socorros em cães e gatos.

Além de agir depressa, ela ressalta a importância de manter a calma e passar tranquilidade ao pet, o que pode facilitar ainda mais a ação. “Acalme o animal na conversa. Eles sentem muito a nossa energia, e se ficarmos muito ansiosos e nervosos, eles também ficam. Quanto mais a nossa energia estiver calma, mais eles vão sentir que está tudo bem também”, orienta.

Intoxicação ou envenenamento

Alguns alimentos são tóxicos para os animais, como os chocolates, cuja ingestão pode causar salivação, vômito e diarreia. O ideal é saber qual alimento, quantidade e há quanto tempo o animal ingeriu, para ajudar o veterinário no tratamento dos sintomas.

Já o envenenamento, através de raticida ou outras substâncias, tende a causar pupila dilatada, salivação em excesso e muco anal semelhante à diarreia, de cor esverdeada ou amarelada. Também pode haver paralisia, olhares fixos, tremores e, em casos mais graves, sangramento. Os efeitos tendem a aparecer em 30 minutos, mas a situação depende de diferentes fatores, como o peso do animal, quantidade de veneno ingerida e o tempo de ação da substância.

Para neutralizar o veneno enquanto busca atendimento médico veterinário, a indicação é a ingestão de carvão ativado. “Ele é vendido em pó ou em pasta, e não existe uma dose correta, o importante é dar para o animal; quanto mais carvão ativado, mais conseguimos neutralizar o veneno no organismo. Colocar em uma seringa e injetar na boca, para que ele engula. Enquanto fizer isso, ir correndo para o veterinário. Na dúvida, não espere”, orienta, apontando os gatos como principais vítimas dos envenenamentos, especialmente os semi-domiciliados.

A veterinária orienta os tutores a terem carvão ativado em casa se houver outros casos de envenenamento na rua ou se for um costume dos vizinhos o uso de venenos contra ratos.

Queimadura

O respingo de água ou óleo quente, por exemplo, se for em pouca quantidade, pode não afetar os animais devido à pelagem, que funciona como uma barreira de proteção. Mas em grande quantidade causará um susto e uma queimadura exigindo cuidados.

“No momento, o que pode ser feito é enrolar o animal em uma toalha úmida, para tentar abafar a dor e a sensação de queimadura, e levar ao veterinário. Ele vai remover o pelo, fazer uma boa limpeza, entrar com antibioticoterapia, com anti-inflamatório, analgésico. E depois, ir cuidando na cicatrização, com pomada e proteção do sol”, orienta a veterinária, que recomenda protetor labial ou infantil de boa qualidade para a proteção solar dos pets, especialmente focinhos de cachorros.

Briga com outros animais

Em caso de briga com outros animais, resultando em ferimentos, o primeiro passo é retirar o máximo do pelo com uma tesoura, máquina ou lâmina de barbear, abrindo o maior acesso possível, da maneira que conseguir. Depois, a veterinária orienta lavar com água e sabão diariamente, três vezes ao dia, até a ferida cicatrizar. Iodo ou pomada Nebacetin também podem ser usadas. A dica da veterinária do Granpet Clube Pet Shop é tê-los em casa.

Lesão por queda ou atropelamento

Em caso de lesão devido a uma queda, por exemplo, o membro quebrado deve ser imobilizado e o pet pode ser medicado para diminuição da dor. Ele deve ser levado a um ortopedista, que vai analisar a fratura e a melhor conduta. Além de cirurgia, fisioterapia pode ser necessária. Mas se o cão ou gato sofreu um atropelamento, é mais importante que um médico veterinário cheque as condições de seus órgãos internos, o mais rápido possível.

Engolir ossos ou objetos estranhos

O animal tentar engolir um osso ou objeto e ficar engasgado é outra situação possível. A veterinária não indica que o tutor tente puxar, com o risco de machucar a traqueia. “É necessário fazer uma endoscopia ou uma cirurgia, mas em alguns casos o objeto é engolido e simplesmente encontrado depois, quando o veterinário faz um exame por outro motivo. Geralmente manifestam sintomas, vômito, dor de barriga, cólicas”, descreve a médica veterinária Yves Soares.

Picada de inseto ou animal peçonhento

Se forem picados por abelhas ou outros insetos, cachorros e gatos podem ter edema facial, cujo principal sinal é o inchaço na região afetada. Nos cachorros, as picadas são comuns nas patas ou região do focinho, causando inchaço próximo à boca e nariz.

O tutor pode retirar o ferrão, se houver, e observar a ocorrência de inchaço – um sinal de alergia e de que o animal precisa ser levado ao veterinário o mais rápido possível, para que seja medicado, evitando problemas maiores.

A mesma urgência ocorre no caso de picada de animais peçonhentos, como escorpiões. O tutor deve buscar uma unidade de atendimento médico veterinário apta o mais breve possível, aumentando as chances de salvamento do animal, através de soro. Enquanto isso, pode fazer um torniquete para dificultar a circulação do veneno.

Queda na piscina e afogamento

Mesmo se o cachorro souber nadar, existe a chance de ele não conseguir sair da piscina sozinho. Portanto, depois da queda, o tutor deve retirar o pet da piscina. Também pode tirar o excesso de água e cobrir o cão com uma toalha, tentando acalmá-lo e analisar as condições da queda para entender a gravidade da situação.

Logo depois, em consulta, o veterinário pode checar se o ocorrido teve desdobramentos mais graves, como um edema pulmonar, acúmulo de líquido no interior dos pulmões, indicando a melhor conduta. 

Publicidade