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Revista Pets

Calopsitas são alegres, interativas e fáceis de cuidar

Rotina com os pets envolve assobios, liberdade no interior de casa e muita companhia, segundo moradores da região; veja recomendações de veterinário especialista

Por Isabella Holouka

10 de março de 2022, às 09h43

“Vem comer papinha” e “o que que foi?” estão entre as frases curtas ditas com frequência por Frango, calopsita macho que há 16 anos encanta a auxiliar administrativa Júlia Rosolen Martins, moradora do Parque Novo Mundo, em Americana, de 23 anos.

A interação entre a ave e os homens da família, pai e avô de Júlia, é intensa, mas é só para ela que Franguinho solta uma risadinha após ouvir barulhos de beijos, além de assobiar bastante. “Eu sou a pessoa com quem ele mais se dá bem, talvez por termos crescido juntos”, conta ela.

Júlia e Frango, uma amizade que já dura 16 anos – Foto: Claudeci Junior / O Liberal

O animal foi a melhor opção encontrada pela família para que Júlia, aos 7 anos, tivesse um pet. Até mesmo o nome da ave derivou de uma brincadeira da criança. Franguinho costumava ficar solto pela casa, se recolhendo em sua gaiola apenas para se alimentar ou dormir, mas hoje, por conta da idade, passa a maior parte do tempo preso. 

Bem cuidado, ele não tem problemas de saúde e nunca sofreu uma fratura, mas acabou ficando cego de um olho, motivo pelo qual Júlia prefere que ele fique protegido, com exceção nos momentos de brincadeiras com a ave livre. Mesmo assim, Franguinho continua sendo como um alarme para a família, alertando para a chegada de visitantes.

A calopsita Bebê é companhia e diversão para Eulina Alves de Carvalho, aposentada de 78 anos e moradora do bairro Nova Americana, em Americana.

Ela já conhecia a espécie de ave, pois há cerca de 20 anos foi tutora de Elvis, calopsita que dançava ao som das músicas de Presley. Com a chegada da pandemia, em 2020, e a solidão do isolamento social, Eulina adotou Bebê.

A calopsita Bebê é companhia e diversão para dona Eulina – Foto: Claudeci Junior / O Liberal

O nome unissex caiu como uma luva para o pet, que ainda não teve o sexo identificado pela tutora. A calopsita adora música e televisão, não fala mas assobia bastante, e vive solta pelo apartamento, sendo abrigada na gaiola apenas para dormir. 

“Ele adora o jornal, quando eu vou ler, ele sobe em cima do papel e fica tentando pegar as letrinhas. Eu coloco ele na mesa de café da manhã, coloco o prato dele e ele fica ali comigo. Eu fico coçando a cabecinha dele o tempo todo”, conta a aposentada, com a ave em seu ombro.

Assim como Eulina, Luís Filipe Nascimento e sua família batizaram sua calopsita macho de 3 anos como Bebê. O que mais chama a atenção do desenvolvedor para IOS de 22 anos e morador do bairro Morada do Sol, em Americana, em seu contato com a ave é a liberdade com que pode ser criada, livre no interior de casa.

Isabel, a calopsita Bebê, e Luís Filipe: a ave é membro da família – Foto: Marcelo Rocha / O Liberal

“Ele fica bem solto, bem independente. Sabe os horários de almoço, por exemplo, e que tem que ir para a cozinha. Na hora de a minha mãe trabalhar, ele já vai para aquele local. Faz bastante companhia para os meus pais”, contou à Revista L Pets.

Já na casa de Adriana Zambello, administradora de 47 anos, ela e o marido é que fazem companhia para as oito aves adquiridas ou criadas entre os anos de 2005 e 2019. O casal chegou a ter 20 calopsitas e, além de ter adaptado a casa para evitar fugas, também construiu o próprio viveiro.

“Fui numa avicultura para ver outra coisa, mas vi a calopsita, vi aquele cabelinho e achei bonitinho. Me apaixonei. Depois comecei a pesquisar, e ver que são companheiras, gostam de ficar no ombro, e realmente. As vezes estou com meu marido tomando um café e a mesa fica forrada de passarinho. Ficam brigando no ombro do meu marido por causa do espaço”, conta a moradora do bairro Cândido Bertine, em Santa Bárbara.

Adriana, que já chegou a ter 20 calopsitas, hoje mantém oito soltas pela casa – Foto: Claudeci Junior / O Liberal

O período da manhã é quando elas ficam mais ativas, brincando no quintal ou no interior da casa. As aves ficam soltas e se recolhem no viveiro quando desejam descansar. Duas fêmeas e seis machos, todos eles têm nomes e personalidades distintas, segundo a tutora.

Pitoco, por exemplo, adora ColdPlay; Chiquinho quer ocupar o ombro até das visitas; Coisinho adora manteiga, e por aí vai… Todos amam tomar banho de chuva. Adriana garante que as aves não dão trabalho e nem gasto excessivo, exceto quando ficam doentes.

Cuidados com as aves

Alegres, interativas e relativamente fáceis de cuidar, as calopsitas são excelentes animais de estimação, especialmente para crianças e idosos.

Médico veterinário especialista em aves e animais exóticos, Renato M. Sarmento, da Tratadog Veterinária, em Americana, opina que as aves não costumam fazer muita sujeira, nem ter custo elevado e dependem de alimentos acessíveis e fáceis de se encontrar. 

“A calopsita é uma ave de região de deserto originária da Nova Zelândia. Na cor selvagem, o macho costuma ser cinza, com a cabecinha amarela, marcas na cor laranja nas bochechas e asinhas brancas; e a fêmea é mescladinha de cinza e amarelo. Mas quando são amarelos ou albinos, nem sempre é fácil diferenciar macho e fêmea”, descreve Renato.

“Ela gosta muito do contato social, interage, assobia, canta, chega a falar, mas somente os machos, e a habilidade tem que ser desenvolvida. Ela pode viver solta, porém não deve ficar solta sem supervisão, porque pode se machucar”, acrescenta.

A alimentação das calopsitas é à base de grãos, com mistura de sementes, que precisa ser de boa qualidade, vendida embalada com marca e data de validade. Também há rações específicas para a espécie, bastante ricas nutricionalmente, e que podem ser oferecidas em paralelo.

Algumas aves podem gostar de frutas e verduras, embora não sejam unanimidade; os tutores podem oferecer maçã, pera, melão, milho na espiga, e outras verduras cruas, com cascas e sementes. Água limpa e fresca também precisa estar disponível na gaiola.

A gaiola de calopsita não deve ter cantos de madeira, que podem ser destruídos com os bicos fortes da espécie, então a dica é optar pelas de metal. A preferência deve ser por gaiolas ou viveiros grandes, com espaço suficiente para o bater de asas. Quanto mais aves estiverem convivendo juntas, maior deve ser a gaiola, permitindo a movimentação de todas elas. 

Os puleiros de madeira podem ser feitos com galhos, com grossura
suficiente para a calopsita conseguir se agarrar e até desgastar as unhas.

No inverno é importante cobrir a gaiola à noite, nunca com plástico, sempre com tecido, e de preferência de cor escura, cuidado que também deve ser feito se a gaiola ficar em ambientes iluminados no período noturno.

A expectativa de vida do animal varia em torno de 14 anos, podendo chegar a 20. Os problemas de saúde que mais acometem as calopsitas são respiratórios ou decorrentes de traumas, como fratura de asas e patinhas – e por isso as aves não devem ficar soltas sem supervisão. 

Já os problemas respiratórios, como sinusite e aerossaculite (uma espécie de inflamação dos sacos aéreos), podem ser impedidos com cuidados no uso de ar condicionado, evitando correntes de ar, poeira, produtos de limpeza muito fortes e fumaça de cigarro. 

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