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Motors

O lado negro da estrada

Indian Vintage Dark Horse encarna o espírito estradeiro com conforto e tecnologia atualizada

Por Ricardo Silverio - Auto Press

22 de maio de 2021, às 11h35

Aos poucos, a Indian está abrindo sua gama de motocicletas para tocar novos segmentos e ampliar a capacidade de atrair consumidores. Com isso, hoje a marca tem duas famílias de motores, com três variantes cada. Os blocos com arrefecimento líquido, de 1.000 cm³, 1.100 cm³ e 1200 cm³, e os refrigerados a ar e óleo, com 108, 111 e 116 polegadas cúbicas – 1.768 cm³, 1.811 cm³ e 1.890 cm³ respectivamente.

A primeira família para modelos mais esportivos, Scout e a linha FTR, e a segunda para máquinas imensas e poderosas, dispostas a encarar muitos quilômetros de estrada. Caso da Vintage Dark Horse avaliada nesta matéria.

O modelo traz detalhes de design que caracterizam o estilo muito particular da Indian – Foto: Divulgação

O modelo traz detalhes de design que caracterizam o estilo muito particular da Indian, como o para-lama dianteiro que cobre boa parte da roda com o clássico rosto de um nativo americano esculpido em material acrílico.

O modelo é do segmento de baggers, com assento único e alforges laterais, ambos em couro. No estilo mais purista, essas malas seriam baixas, mas isso não funciona na vida real, pois raspariam no asfalto nas curvas. Por isso, elas ficaram acima da linha do escapamento.

O cuidado com os detalhes nessa Indian é evidente. Praticamente todo parafuso leva a assinatura da marca, e a qualidade dos materiais é de primeira linha e emulam motos do passado com botões clássicos.

A linha Dark Horse tradicionalmente usava a tonalidade preta fosca, eliminando os cromados, mas agora ganhou opção em cores como vermelha fosca, verde fosca e também cinza brilhante. A Vintage Dark Horse chega com o motor Thunderstroke 111, 1.811 cm³ de dois cilindros em V, com uma potência não declarada de aproximadamente 100 cv e torque de 11,84 kgfm a 3 mil rpm.

O câmbio tem seis marchas e a transmissão é por correia. Quanto às dimensões, o modelo é bastante imponente. O comprimento total é de 2,58 metros e a largura é de 1 m, e a altura de 1,17 m, com uma altura de assento em 66 cm. O entre-eixos de é de 1,70 m e a altura livre para o solo é de 14,2 cm – o que exige cuidado em situações, como passagem em quebra-molas.

– Foto: Divulgação

Primeiras impressões

Sob o abrigo da canadense Polaris, a Indian tem buscado criar produtos mais funcionais e melhor construídos. Sem dúvida, o elemento mais importante nessa mudança é o chassi, que se mostra mais ágil e gerenciável.

Apesar de ser próximo ao solo, o modelo permite alcançar inclinações muito boas em curvas extremas. O alto peso do modelo se traduz em muita estabilidade, e a tem também uma poderosa capacidade de frenagem. Mas, obviamente, não vence a física. Ou seja: numa frenagem mais forte, a grande pressão da massa vai pousar no eixo dianteiro. Nesses casos, é preciso sempre acionar o freio traseiro, para evitar o risco de perda de aderência traseira.

A aceleração é contundente e até a quarta marcha dá para sentir o empuxo do motor. A partir da quinta marcha, o objetivo é manter boas velocidades de cruzeiro e economia, já que é bastante longa. Ainda assim, até mesmo em sexta, há ainda torque suficiente para boas retomadas.

A Vintage Dark Horse, definitivamente, não é uma moto feita para a cidade. E mesmo que não aqueça tanto, faz o condutor sofrer com o calor em um dia de tráfego pesado – onde ela provavelmente terá a mobilidade próxima à de um carro.

As alavancas de embreagem e freio são ergonômicas, juntamente com uma posição de condução confortável. Mas como não tem para-brisa, todo o vento atinge diretamente o piloto. Os 20,8 litros de capacidade do tanque permitem uma boa autonomia na estrada, com a sexta marcha, se não houver abusos no acelerador. Ainda mais porque é um tipo de moto que convida a viajar em uma velocidade constante, admirando a paisagem. Mesmo que esse som do motor seja instigante.

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