SUV
Nissan Kicks recorre à eletrônica para se diferenciar no segmento dos SUVs compactos
Objetivo é manter o mesmo patamar de vendas em território brasileiro, na casa de 3 mil unidades mensais
Por Eduardo Rocha / Auto Press
31 de julho de 2021, às 14h33 • Última atualização em 16 de agosto de 2021, às 19h09
Link da matéria: https://liberal.com.br/mais/motors/nissan-kicks-recorre-a-eletronica-para-se-diferenciar-no-segmento-1577957/
O mercado de SUVs compactos no Brasil está especialmente competitivo. O segmento tem representantes em uma ampla faixa de preços – entre R$ 80 mil e R$ 140 mil , com diferentes propostas e recursos. Quando atualizou o modelo, em março, a Nissan decidiu que o Kicks migraria da faixa de entrada para o miolo do segmento, entre R$ 95 mil e 127 mil.
E para justificar essa mudança, tratou de injetar uma boa dose de recursos eletrônicos e colocou todos eles na versão Exclusive Pack Tech, que fica na extremidade superior da gama.
Em busca desse novo status, a Nissan incluiu o pacote Safety Shield (basicamente, o tal Pack Tech), que inclui sensor de ponto cego, alerta de colisão com frenagem automática, monitor de faixa, alerta de tráfego cruzado traseiro e farol alto automático.
Além dos itens de segurança, o modelo conta também com som de alta fidelidade da Bose, sistema de câmeras 360°, faróis full led, sistema multimídia de 8 polegadas com GPS interno, chave presencial para travas e ignição.
A expectativa da marca no lançamento era que o SUV compacto passasse da média mensal de vendas na casa das 3 mil unidades para pouco acima de 4 mil. Mas as mudanças efetuadas no SUV compacto aparentemente não foram suficientes para mudar a história do modelo. Até aqui, o Kicks ficou na mesmíssima média de 3 mil-mês – o que não chega a ser uma má notícia para a marca.
Sob o capô, o Kicks manteve o mesmo motor 1.6 16V de 114 cv de potência máxima a 5.600 rpm e torque de 15,5 kgfm a 4 mil rpm, gerenciado por um câmbio CVT. Apesar de não ser um propulsor propriamente moderno, é um eficiente e capaz de movimentar com agilidade o Kicks, que é um modelo extremamente leve para o segmento, com 1.139 kg. A relação peso-potência fica ligeiramente abaixo de 10 kg-cv, índice considerado bem satisfatório.
No visual, o Kicks recebeu discretas mudanças. Na frente, adotou a linguagem de design Double V-Motion, que vem se espalhando pelos modelos da marca. O para-choque recebe nas extremidades um cluster para o farol de neblina em led.
Esse desenho projeta a grade, que também ficou maior. Ela ainda ganha uma moldura dupla com uma faixa em preto brilhante. Na traseira, o para-choque passa a ter a parte inferior pintada na cor da carroceria e as lanternas são conectadas por uma faixa reflexiva.
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Por dentro, a não ser pela central multimídia com tela um pouco maior, com 8 polegadas em vez de 7, consoles, volante e painéis das portas não mudaram. Além dos equipamentos hi-tech, o Kicks traz retrovisor interno eletrocrômico, painel multifuncional de 7 polegadas, rodas de liga leva de 17 polegadas e setas instaladas nas capas dos retrovisores.
IMPRESSÕES AO DIRIGIR
O Nissan Kicks é um SUV especialmente bom de conviver. É fácil de entrar, ligar, interagir, movimentar e sentir familiaridade. Aliás, a classificação de SUV só tem algum sentido por conta dos critérios da portaria 522 do InMetro, pois o Kicks é essencialmente um crossover, no melhor sentido da definição.
Ele une conforto e a dirigibilidade semelhante aos de um carro de passeio com a altura interna e tem distância livre para o solo de um SUV. E nesta atualização de meia-vida, promovida este ano, ganhou diversos recursos tecnológicos que o colocam em uma situação favorável no segmento.
O conceito dinâmico não mudou e manteve o foco na racionalidade. É leve, tem motor de potência mediana e uma relação peso-potência próxima de 10 kg-cv.
O arsenal eletrônico inserido no Kicks, principalmente na configuração mais cara, mudou o patamar do modelo. A versão Exclusive Pack Tech ainda conta com o sistema de som da Bose, que traz alto-falantes no encosto de cabeça do motorista.
Em relação ao conforto, os bancos ergonômicos aliviam, mas não evitam que a rigidez da suspensão e a fraca filtragem de irregularidades afete um pouco o conforto. O isolamento sonoro é de muito boa qualidade – de outra forma, seria um desperdício da qualidade do equipamento de som.
O espaço interno é bom, o sistema de câmera 360° facilita a vida na hora de manobrar e o trem de força é equilibrado, e o câmbio CVT até oferece agilidade, mas sem qualquer pretensão esportiva.