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Cross-country

Mitsubishi Cup ao alcance de todos

Qualquer pessoa pode disputar o campeonato de rali da montadora japonesa: basta se filiar à CBA e ter um carro da marca

Por Rodrigo Alonso

26 de outubro de 2019, às 10h56 • Última atualização em 26 de outubro de 2019, às 11h12

Qualquer pessoa sem experiência no automobilismo pode disputar a Mitsubishi Cup, competição nacional de rali cross-country. Não há necessidade de curso. No entanto, existem aulas disponíveis para aqueles que querem aprender a pilotar.

No último sábado, Americana sediou pela primeira vez uma etapa do campeonato. Um dia antes, nos treinos livres, o LIBERAL conferiu de perto a estrutura do torneio e deu uma volta como passageiro em um dos carros.

Foto: João Carlos Nascimento / O Liberal
Qualquer pessoa pode disputar o campeonato de rali da montadora japonesa; basta se filiar à CBA e ter um carro da marca

Interessados em participar da Mitsubishi Cup precisam apenas se filiar à CBA (Confederação Brasileira de Automobilismo). A taxa é R$ 694. Após o pagamento, a pessoa recebe uma carteirinha válida pelo período de um ano.

Quando for atrás da filiação, o futuro piloto deve, primeiro, entrar em contato com a federação do respectivo estado. No caso de São Paulo, os canais de comunicação são o telefone (11) 2577-0522 e o e-mail fasp@faspnet.com.br.

A Mitsubishi Cup também exige que o competidor tenha um desses quatro modelos da marca: L200 Triton Sport RS, L200 Triton ER, L200 Triton Sport R ou ASX RS. Segundo o regulamento, a inscrição para cada etapa custa R$ 1,1 mil, mas a organização diz que os valores variam.

Organizadora do torneio, a empresa Spinelli Racing oferece treinos específicos para rali cross-country. Interessados devem mandar um e-mail para contato@spinelliracing.com.br. “Seria interessante fazer alguns cursos, porque é uma pilotagem totalmente diferente”, sugere Rodrigo Mange, engenheiro da Mitsubishi.

Para ter chance de vitória, o veículo precisa passar por mudanças. Normalmente, os pilotos removem o banco traseiro, os vidros traseiros e o painel, entre outros acessórios que não ajudam na corrida.

Foto: João Carlos Nascimento / O Liberal
Rodrigo Mange, engenheiro da Mitsubishi

“Deixa o carro mais leve possível”, afirma Mange. Outros itens, como motor e suspensão, recebem melhorias. A Mitsubishi é a única montadora da América Latina que tem uma linha de produção de veículos de corrida. A Spinelli Racing faz a comercialização de carros da marca já adaptados, tanto usados como novos.

O valor da transformação varia conforme o automóvel e as pretensões do piloto. A reportagem, por exemplo, andou numa L200 Triton Sport R que participou do Rally dos Sertões e cujas mudanças custaram cerca de R$ 80 mil. O carro, do jeito que está, vale em torno de R$ 250 mil.

Os competidores, porém, tentam manter equipamentos originais dos carros, como freio e câmbio. “Tudo isso para que a gente tenha um conhecimento também do que o nosso carro é capaz e mostrar para os outros o que a Mitsubishi tem por dentro de um carro de rua normal”, explica Mange.

Terra e velocidade em uma nova experiência

Para mim, foi uma novidade do começo ao fim. Desde o momento em que coloquei o macacão até a hora que saí do carro, passei por experiências que nunca tinha vivido.

Ao pegar o macacão, por exemplo, eu não sabia nem por onde me enfiava. Para a minha sorte, o assessor de imprensa Thiago Padovanni percebeu a dificuldade e me auxiliou. O cenário praticamente se repetiu quando eu tentava vestir a touca.

Foto: Divulgação
O repórter Rodrigo Alonso ao lado do engenheiro e piloto Rodrigo Mange

Depois, um susto: Thiago me mostrou a planilha de navegação e disse que, se eu não orientasse o piloto devidamente, haveria risco de acidente. Com certo medo, entrei e sentei ao lado do engenheiro da Mitsubishi e piloto Rodrigo Mange.

Começamos, então, a andar. Estávamos no parque de apoio e iríamos para a pista de pilotagem, que estava a quilômetros de distância e, naquele dia, recebia treinos livres.

Antes mesmo de sairmos do parque do apoio, perguntei ao meu xará se ele poderia me dar umas dicas de navegação, para que eu pudesse ajudá-lo. Mas, para o meu alívio, ele me falou que não precisava de ajuda, até porque já conhecia a pista.

Thiago, na verdade, estava apenas me sacaneando. Infelizmente, funcionou. Confesso que fiquei tenso. Enfim, chegamos à Fazenda Salto Grande, que sediava a 6ª etapa da Mitsubishi Cup. E, após uma contagem regressiva, largamos.

Por incrível que pareça, não existiu nenhuma tensão na pista. É claro que, em alguns momentos, houve um frio na barriga, principalmente quando o carro derrapava ou fazia curvas, que eram bem estreitas e acentuadas em um piso difícil.

Mas, como Mange já tinha todos os macetes, fiquei tranquilo e apreciei todo o percurso, apesar de todos os buracos e as variações do terreno, que não impediam o carro de ultrapassar 100 km/h. Para quem tiver a oportunidade, recomendo a experiência no rali.

Por Rodrigo Alonso – rodrigo@liberal.com.br

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