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Revista L - Motors

Mercado reage à pandemia de Covid e vendas superam 2020

Concessionárias consultadas pela Revista L Motors apontam a paralisia da indústria de carros novos como fator de impulsionamento das vendas de seminovos

Por Ana Carolina Leal

31 de agosto de 2021, às 08h41 • Última atualização em 31 de agosto de 2021, às 08h42

Em junho deste ano foram comercializados 2.165 automóveis seminovos - Foto: Ernesto Rodrigues - O Liberal

Após sofrer um baque no primeiro semestre de 2020 por conta das dificuldades impostas pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19), o mercado de carros usados reagiu e as vendas, em Americana, quase quadruplicaram em junho deste ano se comparadas com o mesmo mês do ano passado. De acordo com dados da Fenauto (Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores), que engloba concessionárias de carros usados, em junho deste ano foram comercializados 2.165 automóveis seminovos, 1.616 a mais do que no mesmo período de 2020, quando foram vendidos 549 veículos.

Também foram registrados bons resultados no acumulado do primeiro semestre de 2021, que foi 86,6% superior ao mesmo período do ano passado. Enquanto que nos seis primeiros meses deste ano foram comercializados 12.442 automóveis usados em Americana, na mesma época do ano anterior foram vendidos 6.669 carros. Um movimento que, guardadas as devidas proporções, se reflete em todo o País.

Concessionárias consultadas pela Revista L Motors apontam a paralisia da indústria de carros novos, com a parada na produção de dezenas de montadoras por causa da pandemia e com menor oferta de veículos, como fator de impulsionamento das vendas dos usados.

Silvana Fróes, gerente da Honda Aversa, informa que o boom nas vendas de usados começou em junho com a queda expressiva da produção de carros – Foto: Ernesto Rodrigues – O Liberal

“O boom começou em junho, com a queda expressiva da produção de carros. O veículo usado, neste momento, está superavaliado ainda pela falta de produto no mercado, porém, dependendo da marca e qualidade do produto, difícil perder no valor investido”, afirmou Silvana Fróes, gerente da Honda Aversa.

Proprietário da Souza Autos, Rodrigo Souza disse que as vendas de veículos seminovos vêm aumentando gradativamente nos últimos três anos, potencializado no segundo semestre de 2020 devido à pandemia, quando os valores de carros zeros dispararam e começaram a faltar alguns modelos no mercado. “Isso acontece até os dias de hoje porque as fábricas pararam a produção”. O crescimento na procura por carros usados acaba impulsionando também as vendas on-line. “Chegamos a vender Mercedez para Tocantins e em outra situação, enviamos uma Land Rover para Brasília”, afirmou Silvia Elena Olivatto de Melo, proprietária da São Jorge Multimarcas. Segundo ela, cerca de 90% das negociações realizadas pela empresa começam nas plataformas digitais.

De acordo com Silvia, as visitas presenciais acontecem sempre depois da visualização nas plataformas digitais. “Os clientes buscam o carro, o google nos direciona e eles nos visitam”, explicou. Presidente da Fenauto, Ilídio dos Santos, está otimista com a retomada econômica do mercado de usados e seminovos. “Nossa expectativa é a de manter números positivos ao longo de 2021, com ampliação da vacinação por todo o País e o retorno gradual das atividades econômicas plenas. Acreditamos que variações nas vendas de mês para mês podem acontecer, mas mantemos a expectativa de resultados melhores do que os do ano passado”. 

Um carro novo para acomodar a família

Professora optou pelo usado pela flexibilidade de financiamento e preço mais ajustado – Foto: Ernesto Rodrigues – O Liberal.JPG

Com um terceiro filho a caminho, a professora Jaqueline Bettini , 33 anos, e o marido resolveram trocar o carro da família por um maior. Eles optaram por um modelo usado – Hyundai Creta – devido o preço ser mais ajustado no mercado de veículos e uma negociação mais flexível com financiamento.

“Precisávamos de um carro mais espaçoso atrás, devido a utilização de três cadeirinhas. Estava grávida. Já tivemos a experiência de comprar um carro zero quilômetro e a depreciação desse mercado de um ano para o outro é nítida e não poderíamos ‘perder’ tanto devido à chegada de outro filho”.

Quando resolveu trocar de carro, no final do ano passado, o gerente comercial de vendas, Luiz Alberto Alexandre, 50 anos, tinha em mente comprar um automóvel usado. No entanto, as condições oferecidas do veículo novo foram melhores e a diferenças do seminovo para o zero eram poucas, afirmou. “Comprei um Honda HR-V LX 2020. Fatores como a valorização do meu usado, prestação de serviço do vendedor – atenção, esclarecimento de dúvidas – e a proposta atrativa para adquirir um novo me fizeram sair da concessionária com um modelo zero”, disse.

PRÓS E CONTRAS. Além da satisfação de sair da concessionária com um modelo exclusivo, a principal vantagem de comprar um carro zero é o fato de seus componentes não terem sofrido qualquer desgaste. O motorista pode, assim, rodar tranquilo, sem se preocupar com defeitos prévios.

No caso dos seminovos, a principal vantagem, atualmente, é que o cliente compra e já sai com o veículo da concessionária. “Como muitos modelos estão em falta nas montadoras devido à escassez de componentes para sua produção, algumas marcas estão pedindo até seis meses para entrega de alguns carros”, explicou Rodrigo Souza, proprietário da Souza Autos.

Em contrapartida, afirma Rodrigo, esse cenário faz inflacionar os preços dos seminovos, principalmente modelos que levam mais tempo para entrega. “Em tempos normais sempre foi mais vantagem a compra de um seminovo, às vezes, bem pouco usado, ainda na garantia de fábrica, por um valor menor que o zero quilômetro e ainda sem as despesas de documentação como o IPVA”. De acordo com ele, a desvantagem da compra de um usado são os possíveis defeitos que esse veículo pode vir a apresentar. “Por isso, sempre orientamos procurar uma loja que tenha referências”.

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