Homenagem
Ford reedita o emblemático Mustang Mach 1
Versão é vigorosa, tecnológica e mais atraente, criada diretamente pela engenharia da marca norte-americana
Por Alexander Konstantonis / Auto Press
12 de junho de 2021, às 08h19 • Última atualização em 12 de junho de 2021, às 09h34
Link da matéria: https://liberal.com.br/mais/motors/ford-reedita-o-emblematico-mustang-mach-1-1537972/
A Ford recorreu à designação emblemática Mach 1 para registrar uma versão do Mustang criada diretamente pela engenharia da marca, posicionada logo abaixo da poderosa variante Shelby.
Apesar de ser um nome marcante, é apenas a terceira vez que o nome Mach 1 é adotado. A primeira vez foi em 1969, como homenagem pela quebra da barreira do som: 1.234,8 km/h pelo piloto Chuck Yeager, em 1947, a bordo do caça experimental Bell X-1.
O esportivo vinha numa configuração fastback 2+2 e era animado por um motor Windsor V8 de 5.752 cm³, de 250 cv.
Este primeiro Mach 1 se manteve em linha até 1978, já enfraquecido pelas leis de emissões criadas em 1974 em função da primeira grande crise do petróleo no mundo.
O nome ficou engavetado até que, em 2003, a Ford ressignificou o modelo, com uma releitura retrofuturista, para marcar o centenário da marca e os 40 anos do Mustang. A versão foi criada pelo SVT – Special Vehicle Team – e acabou provocando o ressurgimento de Pony Cars no mercado – casos do Chevrolet Camaro e do Dodge Challenger.
Ele trazia sob o capô um V8 de 4.6 litros de 309 cv e ficou em linha apenas até o ano seguinte. Somente agora, na linha 2021, a Ford resolveu recriar a Mach 1, que deve ficar em linha apenas este ano.
Ele traz de volta os elementos estéticos clássicos da versão, como os detalhes em preto fosco na carroceria e as entradas de ar no capô, só que desta vez bem mais discretas. Na grade, no lugar onde ficariam os faróis auxiliares – dispensáveis em um carro com iluminação full led –, a Ford instalou duas molduras redondas como referência estética, ladeando o emblema em cinza. Para finalizar, as rodas são pintadas de preto brilhante.
Essa massa é movimentada pelo consagrado motor 5.0 litros V8, mais conhecido como Coyote. Ele passou por uma atualização de software na divisão Ford Performance, que conseguiu espremer mais 17 cv para chegar a 483 cv de potência no total, com um torque de 56,7 kgfm ao modelo.
Esta mesma melhoria estava disponível como opcional na versão Bullitt, que foi substituída na gama pelo Mach 1. No Brasil, ele é sempre gerenciado pelo mesmo câmbio de 10 marchas presentes nas versões anteriores, mas a variante testada trazia o câmbio manual de seis marchas, com direito a alavanca de marchas com pomo esférico, como no original.
A suspensão é um dos destaques desse Ford Mach 1. Ela é independente em ambos os eixos, com o esquema McPherson confiável, e por trás encontramos uma suspensão multilink.
Os amortecedores são equipados com o sistema Magneride, que através de impulsos elétricos pode modificar o grau de viscosidade do fluido interno do cartucho, tornando-o mais macio ou mais rígido, dependendo das necessidades no momento.
No interior dois elementos chamam a atenção: os bancos assinados pela Recaro e o botão da alavanca de engrenagem que emula uma bola de bilhar. A cor predominante é o preto, com revestimento em couro nos bancos, painéis de porta, consoles central e frontal.
No console fica o centro nervoso de Mach 1, uma tela sensível ao toque de 8 polegadas, onde se pode configurar praticamente tudo no automóvel, inclusive os seis modos de condução: Normal, Esportivo, Esportivo+, Pista, Drag e Neve-Molhado, e também um chamado My Mode, em que o motorista ou piloto pode fazer configurações individuais.
Impressões ao dirigir
Seja fã ou não, dirigir um Mustang é um evento. E ter a chance de experimentar o modelo na pista é memorável. O acionamento da alavanca é muito mecânico, enquanto o pedal de embreagem é firme, sem ser duro, mas o condutor tem de ser suave na operação, caso contrário o Mach 1 vai pegar um fôlego e reagir de forma violenta.
O Mustang Mach 1 tem seis modos de condução: Normal, Neve-Chuva, Esportivo, Esportivo+, Pista e Drag. O som do escapamento é viciante.]
Durante a condução esportiva, não é preciso lutar com o volante, que tem ótima pegada. Graças ao design dos bancos, o corpo fica bem firme. O Mustang é um bom esportivo, com boa resposta e belo design. Muito americano.