Balayage, ombré e french
Ondas iluminadas nos seus cabelos
Entenda a diferença entre as técnicas de tingimento de cabelos que prometem fios mais louros, tendência para além do verão
Por Isabella Holouka
29 de novembro de 2020, às 07h34
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O verão vem aí, e com ele o desejo de cabelos mais louros, que têm tudo a ver com o clima quente, de sol, mar e piscina, além de combinar perfeitamente com a pele bronzeada e as roupas mais leves e coloridas que marcam a estação.
Diante da grande diversidade de técnicas que possibilitam cabelos mais claros, e da necessidade de cuidar dos fios antes e depois dos processos químicos para a manutenção da saúde das madeixas, a cabeleireira e maquiadora Aline Amorim, do salão Illuminato Corpo & Beleza, de Americana, compilou tudo o que é preciso saber antes de mergulhar de cabeça nestas ‘ondas iluminadas’.
De acordo com ela, atualmente as três técnicas de tingimento dos fios – balayage, ombré e french – se destacam e devem continuar em alta, não só no verão, mas em 2021, de maneira geral.
“A balayage é uma mistura de tonalidades. Costuramos as mechas e usamos desde os tons quentes até os mais frios, fazendo mechas diversificadas. O ombré é um pouco diferente, pois trabalhamos com uma tonalidade só e não costuramos a mecha, eriçamos ela para dar um efeito de profundidade. A raiz fica com um tom mais escuro e as pontas mais claras”, define Aline.
Já a french, uma técnica mais nova, consiste na coloração suave para agregar nuances de outras tonalidades aos cabelos, de uma maneira bastante natural.
“Também clareia, mas mantém o cabelo mais escuro e natural, com um tom mais sóbrio, em que você não vê com tanta clareza as mesclas de mechas no cabelo, mas percebe uma suavidade na cor”, explica a cabeleireira. “Quem é mais conservador faz french, quem quer mudar o visual, balayage ou ombré”, resume ela.
PARA TODAS
Além das técnicas já citadas, Aline ressalta a tendência de aplicar tons mais claros nos cabelos das áreas de contorno do rosto. As chamadas bordas iluminadas podem ser aliadas às outras técnicas de tintura, e vem se mostrando uma unanimidade entre mulheres de diferentes faixas etárias e tons de pele.
“As mulheres que tinham na cabeça que não podiam ser loiras, porque não combinava com a pele delas, hoje não têm mais isso. Elas gostaram das bordas iluminadas, da morena iluminada, desses novos conceitos”, conta a cabeleireira. “Não tem mais regra”, acrescenta.
Ondulação das mechas
Para completar o visual de cabelos praianos, a dica do momento é investir na ondulação das mechas. Para isso há uma grande diversidade de técnicas, e a escolha vai depender principalmente da referência escolhida para o resultado final.
“Estão usando muito a ondulação que é apenas uma marcação com as pontas retas, chamada ‘beachwaves’ [‘ondas de praia’, em inglês]. A ondulação traz um movimento para o cabelo”, afirma a cabeleireira e maquiadora Aline Amorim.
A recomendação da profissional é o uso do produto mais adequado para a finalização, que além de proteger os fios contra o secador ou babyliss (se eles forem usados) também vai bloquear os raios solares, além de envolver as mechas e ajudar a prevenir problemas com frizz e volume indesejados.
“Hoje temos produtos termoativados que podem ser usados na finalização. As marcas também tem produtos específicos para quem gosta de fazer a ondulação no cabelo, ou para quem quer amassar e sair”, afirma ela, citando sprays de preparação ou finalização e mousses.
Vai descolorir? Cuide, sempre
Cabeleireira recomenda reconstrução e hidratação dos cabelos antes, durante e depois dos processos químicos
Independentemente da vontade de mudar radicalmente ou acrescentar discretos toques de luz, a saúde dos cabelos deve ser preservada com cuidados para manter a maciez, a força e o brilho de acordo com as necessidades dos cabelos a cada momento.
Além disso, antes de iniciar qualquer processo químico, é essencial a realização de um teste de mecha, que vai indicar a resistência dos fios e a tonalidade que eles conseguem alcançar.
“Normalmente quando se trabalha com um cabelo natural conseguimos chegar em qualquer tom. Mas quando é um cabelo já processado, já colorido, essa é uma barreira para as mulheres fazerem o que querem nos cabelos”, explica a cabeleireira e maquiadora Aline Amorim, do salão Illuminato Corpo & Beleza.
Quando um cabelo não é aprovado no teste de mecha a recomendação é a realização de reconstruções, tratamentos com produtos específicos e que visam o fortalecimento intramolecular dos fios. Para exemplificar, Aline conta que um cabelo quimicamente tratado, poroso e quebradiço pode demandar de 2 a 3 meses de tratamentos semanais de reconstrução antecedendo qualquer processo químico.
Depois de recuperado o cabelo, é necessário fazer um novo teste de mecha, garantindo que ele está saudável o bastante para a tintura. Aline afirma que atualmente o pó descolorante também costuma incluir alguns tipos de proteína, o que permite mais segurança no processo químico.
FORTALECIMENTO
E se engana quem pensa que os cuidados param após a transformação. “Mesmo se o cabelo não emborrachou, foi feita uma química que removeu a melanina, a queratina, todo o manto lipídico e a água, que davam maciez e força para o cabelo, então é importante fortalecer”, aconselha Aline.
“Você devolve água e o cabelo volta a ficar com aspecto de nutrido, forte, sem porosidade. É importante a cliente ter esse cuidado antes, durante e depois, para o cabelo ter uma vida saudável. E quando fizer o retoque, terá um cabelo mais forte, até para conseguir clarear tons máximos, que talvez não conseguisse antes”, explica ainda.
Quanto aos populares produtos contra o amarelamento dos cabelos, ela defende que as cores azul ou roxa dos produtos podem ajudar a “maquiar” o cabelo instantaneamente, mas não têm efeito a longo prazo. “Não neutraliza o pigmento, mas faz uma limpeza superficial para o cabelo permanecer na cor”, diz.
Produtos adequados para o seu momento
A cabeleireira e maquiadora Aline Amorim explica que os tratamentos de hidratação ou reconstrução dos cabelos podem ser feitos no salão ou em casa, desde que sejam utilizados produtos específicos e recomendados pelo profissional após a avaliação dos fios.
“O ideal é sempre conversar com um profissional para que ele direcione e mostre a linha ideal para você. Você pode não comprar aquele tratamento no salão, mas comprar aquilo que o profissional te indicou”, sugere.
Além disso, ela soluciona uma dúvida comum: não, os cabelos não se acostumam com os produtos, eles apenas suprem uma necessidade do momento.
“Quando tudo que o cabelo estava precisando foi suprido, temos a sensação de que o produto não está mais funcionando, mas não é isso”, explica ela, que indica o uso de diferentes linhas de produtos simultaneamente, de acordo com a necessidade dos fios.