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Moda e tendência

Lenços na cabeça são destaques no vestuário feminino

Professora do curso de Design de Moda do Centro Universitário de João Pessoa, explica a origem do adorno na moda e suas diferentes formas de usar

Por Press Voice

06 de maio de 2021, às 19h45

Nos últimos meses, o lenço vem ganhando destaque na mídia por compor os looks de famosas e de diversas influenciadoras digitais. Segundo Valesca Sperb Lubnon, professora do curso de Design de Moda do Centro Universitário de João Pessoa (Unipê), o acessório esteve presente antes nas passarelas internacionais de marcas famosas, com composições chamativas, e logo caiu no interesse de blogueiras e influenciadoras, que publicavam formas de usá-lo. Com isso, Valesca relembra as origens dos lenços.

Versátil e criativo, o lenço transitou em diversos contextos históricos, seja com função social e religiosa (para cobrir os cabelos das mulheres), ou cultural em danças no Oriente Médio há séculos. E ainda como proteção contra o sol e a poeira por mulheres europeias que trabalhavam no campo na Idade Média (entre 476 e 1453).

Para quem quer entrar na tendência e deixar os looks ainda mais estilosos, basta escolher uma opção que combine com o seu estilo – Foto: Kelly Martin / Pixabay

“Relatos dizem que a rainha Nefertiti, do Egito, foi uma das primeiras mulheres a utilizar o lenço como ornamento, em 1350 a.C., mas foi a partir de 1930 que a peça caiu na graça de artistas e famosos, por meio das coleções da Hermès, marca que já produzia o adereço há décadas. A elegante Jackie Kennedy Onassis, esposa do 35º presidente dos Estados Unidos John F. Kennedy, tinha um vasto acervo de lenços de seda e foi ícone na sua época usando o acessório em várias ocasiões, esbanjando estilo e elegância”, diz Valesca.

Os romanos utilizavam um lenço aromatizado feito de linho amarrado ao pescoço para conter o suor, na época de Cristo. “Daí o nome sudário”, diz a especialista. No caso das camponesas europeias, “características como lenço cabeça, pele queimada pelo sol e roupas feitas de tecidos simples e grosseiros definiam a mulher de origem humilde. E, portanto, vistas com preconceito pelas famílias abastadas, para as quais o uso de lenços de bolso, feitos de seda, linho ou algodão, com bordados requintados, demonstravam o status da pessoa”, pontua.

MODOS DE USAR
Apesar de serem atemporais, os lenços vêm repaginados porque a moda se reinventa o tempo todo. Para quem quer entrar na tendência e deixar os looks ainda mais estilosos, a designer de moda diz que basta escolher uma opção que combine com o seu estilo e usá-la de formas diferentes, como faixa, bandana, turbante e para dar acabamento aos coques e rabos de cavalo.

Além de sua versatilidade na cabeça, o adorno também pode ser usado em bolsas, como cinto ou pulseira. “Existem vários tutoriais no YouTube ensinando a fazer lindas amarrações para usar o lenço no pescoço, tanto no verão quanto no inverno. Levar o lenço amarrado delicadamente na bolsa, deixa a peça acessível para quando entrar em um ambiente mais frio e poder usá-lo para aquecer”, afirma.

Não só como acessório para todos os estilos e idades, o lenço tem ainda papel fundamental no empoderamento, que, de acordo com a especialista, muitos movimentos a favor da autoestima da mulher tem estimulado o uso, principalmente, em apoio a perda dos cabelos provocados por enfermidades.

“Além do poder que hoje traz para as mulheres no enfrentamento de doenças como o câncer, o lenço também já foi usado por homens em diferentes momentos na história como forma de diferenciação social, feito com tecidos nobres e amarrações elegantes, sendo um antecessor da gravata, que auxiliava na identificação de seu status”, conta.

“No Oriente Médio, eles utilizavam os lenços para proteger a cabeça do sol do deserto, com amarrações e estampas diferenciadas identificando sua tribo e origem. Aqui no Brasil, no Rio Grande do Sul, lenços brancos ou vermelhos identificavam a posição política do gaúcho durante a Guerra dos Farrapos (1835-1845). As bandas de rock nos anos 1970 e 1980 difundiram o uso de bandanas entre jovens, identificando esses grupos urbanos”, finaliza Valesca.

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