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Decoração e Arquitetura

Dicas para montar quarto de irmãos

Profissionais de arquitetura explicam aos pais o que deve ser considerado para facilitar a rotina dos filhos no compartilhamento do ambiente

Por Redação

05 de agosto de 2021, às 07h10 • Última atualização em 05 de agosto de 2021, às 07h41

Durante a infância, o compartilhamento de quartos entre irmãos pode ser motivo de conflitos. E não é para menos: desde cedo, a criança exprime o desejo de ter seu próprio cantinho onde possa expressar suas singularidades e gostos. Mas, na impossibilidade de ter um dormitório para dormir sozinho e chamar de seu, é possível sim que o ambiente dividido possa prover essas sensações de pertencimento e bem-estar.

Conhecer o perfil de cada criança, entender as características inerentes à faixa etária e realizar um bom planejamento são alguns dos caminhos apontados por Erika Mello, arquiteta no escritório Andrade & Mello Arquitetura. Para ela, a leitura individualizada e as soluções proporcionadas pela arquitetura de interiores podem, inclusive, incutir nos irmãos a felicidade de crescerem e dormirem juntos no mesmo dormitório.

“Muito além do descanso noturno, um espaço bem planejado assegura a oportunidade de os pequenos realizarem atividades educativas, brincadeiras e uma ambiência tranquila para as tarefas escolares e as aulas online. No final das contas, o objetivo é prover experiências e memórias muito positivas para os pequenos moradores”, explica Erika.

Junto com o também arquiteto e seu sócio, Renato Andrade, eles elencaram alguns pontos que norteiam esse processo.

Com uma área pequena, o dormitório para duas irmãs teve a marcenaria como fio condutor do projeto. Com uma essência montessoriana, a estrutura de um beliche diferente: na parte debaixo, os nichos permitem expor o lúdico dos brinquedos e livros infantis. A cama superior é protegida pelo acrílico, provendo toda segurança para a tranquilidade dos pais.  

Delimite os espaços de cada um

Independente do gênero dos irmãos que coabitam o mesmo quarto, é importante que cada um tenha um espaço que se reconheça como indivíduo, independentemente da idade. Renato Andrade argumenta que, em alguns projetos, a diferença entre a faixa etária pode até se revelar como limitante em alguns pontos, mas as boas ideias cooperam a equacionar os desafios.

Cada irmã com sua caminha: embora no conceito de beliche, os arquitetos Erika e Renato eliminaram a sensação de aperto – tanto para quem dorme na parte inferior, quanto em cima – Foto: Luis Gomes

“Em dormitórios pequenos, o beliche é, sem dúvida, um móvel que contribui para aumentar a circulação. Ao mesmo tempo, pode causar receio aos pais, que temem pela segurança dos pequenos. Mas já realizamos um projeto que a caminha de cima foi toda protegida por acrílico e, para a escada, a marcenaria produziu degraus muito mais leves e tranquilos para o movimento de subir e descer”, descreve.

Aposte em cores e decoração

Depois de traçar o espaço dos pequenos moradores no dormitório, pensar na cor é outra missão muito importante. “A paleta adotada precisa dialogar com eles, destacando as preferências de cada um. O layout e o décor de um quartinho costumam se manter pelo período da infância e é fundamental que se sintam felizes, realizados e acolhidos no ambiente. Precisa se democrático e agradar a todos”, discorre Erika.

Já nesse quartinho assinado pela arquiteta Cristiane Schiavoni, um móvel entre as camas foi responsável por criar a divisão entre as camas dos irmãos – Foto: Carlos Piratininga

Fugindo dos padrões, os profissionais do escritório também afirmam que o arquétipo que antigamente definia uma determinada cor para menino e outra para menina ficou no passado. O paradigma foi quebrado pelo décor sem gênero, que propõe um estilo neutro, que não explora uma cor predominante, mas sim um colorido que traz alegria e vida para o ambiente.

“Isso não significa que os clássicos devem ser deixados de lado, mas sim que podemos combinar com tons mais neutros, como o cinza e o branco, para deixar o cômodo mais sofisticado e harmonioso. Para a parede, além da tinta, papéis e adesivos, que podem ser retirados com o tempo, são opções bacanas para as crianças, que de acordo com o crescimento, podem mudar suas predileções e redecorar de tempos em tempos sem mexer com a estrutura do quarto”, relata o arquiteto.

Divisão de brinquedos e roupas em móveis separados

Armários para cabides e gavetas que ordenam o vestuário das crianças – Foto: Luis Gomes

Os arquitetos recomendam que cada irmão possa ter o seu cantinho para acomodar os itens que façam parte da sua história… brinquedos, livros, material escolar podem ser dispostos em uma divisão inteligente e composta por prateleiras, nichos e caixas organizadoras, entre outros recursos. “Ainda que ambos brinquem juntos, precisamos respeitar a individualidade de cada um. Os brinquedos são bem valiosos e as crianças precisam ser estimuladas a guardar, preservar e tê-los sempre em ordem”, comenta Erika.

Para as roupas e o momento de estudar, o pensamento não se difere: a decoração contribui para o compromisso que os pais têm em oferecer cultivar o jeito de ser e a identidade de cada filho.

Aposte em mobiliários seguros

Principalmente se tratando de crianças pequenas, o cuidado precisa ser redobrado. Portanto, nada mobiliários pontudos, quinas e até mesmo tomadas de fácil acesso ou sem proteção.

No dormitório com inspiração genderless, nichos e pequenas prateleiras estimulam que cada irmão preserve seus objetos – Foto: Carlos Piratininga

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