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Transtorno

Você sabe o que é nomofobia?

Transtorno que causa pavor em ficar longe de aparelhos eletrônicos pode ser prejudicial; especialistas alertam os perigos à saúde física e mental

Por Agência Estado

15 de janeiro de 2020, às 16h21

Utilizado por mais de 5 bilhões de pessoas em todo o mundo, o celular já é quase uma extensão do corpo humano, visto que está frequentemente nas mãos do usuário. Segundo a Pesquisa Anual do Uso de TI nas Empresas, realizada pela Fundação Getúlio Vargas, até o fim de 2019 o País teve 420 milhões de aparelhos digitais ativos, ou seja, dois dispositivos por habitante.

Foto: Pixabay
OMS sustenta que crianças até 5 anos não devem passar mais de 60 minutos por dia em frente a uma tela

É fato que smartphones facilitam a vida e a comunicação, entretanto, o uso abusivo pode gerar um transtorno psicológico, a nomofobia.

O medo irracional de ficar sem celular e outros aparelhos eletrônicos, bem como a incapacidade de usá-los por insuficiência de bateria, ausência de sinal ou falta de internet são alguns dos sintomas da síndrome de dependência digital. Do inglês “No Mobile Phobia” (medo de ficar sem o celular), mais do que o tempo gasto no aparelho, o abuso acarreta prejuízos à vida do usuário.

As grandes vilãs por trás dos excessos são as redes sociais. A preocupação com o número de curtidas e compartilhamentos, a apresentação de uma vida que não corresponde com a real e a procura da selfie perfeita são sinais de que o uso se tornou prejudicial para a saúde, visto que o indivíduo vive em função da realidade virtual. À medida que se intensifica o contato com aparelhos eletrônicos, sutilmente efeitos como dificuldade em socializar, estresse, ansiedade e depressão surgem.

Não apenas psicológicos, a nomofobia pode motivar também problemas físicos, como fadiga, sedentarismo, dores musculares, distúrbios do sono e problemas oculares. Não obstante, o uso de celulares desvia a atenção cotidiana, podendo acarretar em acidentes de trânsito, por exemplo.

Uso na infância

“Estamos em plena era tecnológica e as crianças desta geração já crescem com um tablet na mão, porque muitos pais querem tranquilidade e, por isso, apelam para os eletrônicos”, comentou Sueli de Oliveira, coordenadora pedagógica. De acordo com uma pesquisa divulgada pela Associação Americana do Coração (AHA), crianças de 8 a 18 anos passam cerca de sete horas por dia com dispositivos eletrônicos, tempo que deveria ser reduzido drasticamente para não prejudicar o desenvolvimento físico e intelectual.

A coordenadora alertou que o vício em celulares pode se iniciar desde cedo, porque as crianças já não sabem o que é brincar, correr e pular com os amigos num parque, por exemplo, já que estão constantemente envolvidas na realidade virtual.

“A maioria dos alunos que recebemos na escola apresentam prejuízos grandes, principalmente na coordenação motora ampla. Eles não têm destreza para correr e se exercitar, além de alguns ainda apresentarem dificuldades de se relacionar, porque estão imersas nos celulares e não interagem com os demais colegas e familiares”, lamentou Oliveira.

O deslumbramento, desde a infância, com a infinidade de possibilidades que os aparelhos eletrônicos oferecem resulta, futuramente, na nomofobia. Como se já não bastasse, os excessos geram um efeito dominó que compromete outras áreas da vida. Por exemplo: o uso contínuo de celulares predispõe o indivíduo a adotar um comportamento sedentário, fator de risco para obesidade e que, por sua vez, pode provocar doenças cardiovasculares e diabetes.

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