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Mais que estética

Parar de fazer exercícios na quarentena pode comprometer a saúde

Profissionais da educação física alertam para perda de condicionamento e comprometimento da saúde física e mental

Por Natália Velosa

21 de julho de 2020, às 08h14

Deixar de realizar exercícios físicos no período de quarentena, quando estava habituado a realiza-los frequentemente, podem ter consequências negativas para o organismo, de acordo com o coordenador do curso de Educação Física da FAM (Faculdade de Americana) e delegado do CREF-SP (Conselho Regional de Educação Física do Estado de São Paulo), Evandro Murer.

Evandro explicou que, conforme uma pessoa vai parando de se exercitar, ela perde condicionamento físico, capacidade aeróbica, força, flexibilidade e massa muscular.

“À medida que a pessoa parou de realizar exercícios, ela vai ativar sua porcentagem de gordura. Tem casos que a pessoa perde peso, mas não necessariamente ela emagreceu, e sim perdeu massa muscular”, contou Evandro.


Mesmo em ambiente virtual, a atividade física é de competência exclusiva do profissional de educação física – Foto: Imagem de rob9040 por Pixabay

É o caso do cabelereiro Fernando Henrique Lusvordes, de 40 anos, que costumava realizar musculação diariamente e parou de realiza-los no início da quarentena por “comodismo”. Fernando conta que no início da quarentena iniciou com os exercícios em casa, mas por não ter os mesmos equipamentos, não sentiu que estava sendo igual.

Além da perda de condicionamento físico, relatou se sentir indisposto. “Me alimentava direitinho, dormia mais cedo, minha disposição era mil. Agora, não tenho horário para nada, estou comendo errado, dormindo tarde, zero autoestima e sinto alguns sintomas de depressão”, disse Fernando.

Entretanto, o educador físico explicou que o exercício em casa não equivale ao feito na academia por conta da falta de equipamentos necessários, mas que é importante para estabilizar ou retardar as perdas.

Melhora geral
A ideia também foi defendida pelo educador físico e proprietário da Scar CrossFit, André Carlini. Segundo André, treinar melhora o sistema imunológico e cardiorrespiratório, principalmente daqueles que decidiram mudar de vida agora. Também, propiciam a diminuição de dores articulares, do percentual de gordura, melhoram a consciência corporal, entre outros benefícios.

A fisioterapeuta Camila Ariane Vitor não parou com os seus exercícios – Foto: Arquivo pessoal

A fisioterapeuta Camila Ariane Vitor, de 31 anos, sentiu esses benefícios. Acostumada a ir ao crossfit e fazer musculação, não deixou de realizar atividades em casa por meio de acompanhamento virtual.

“As aulas online foram essenciais para eu manter e melhorar principalmente o condicionamento cardiorrespiratório e mobilidade articular. O que fez toda diferença foi ter essa assistência profissional durante esse período. Além disso, o incentivo deles me ajudou a descobrir novas atividades que complementaram principalmente no equilíbrio psicológico em meio a esse caos”, relatou.

Fiscalização
Com o aumento da demanda de aulas e acompanhamentos virtuais, o CREF-SP (Conselho Regional de Educação Física do Estado de São Paulo) normatizou e passou a fiscalizar os encontros nas redes sociais e plataformas digitais de maneira mais rígida. Na resolução consta que, mesmo em ambiente virtual, a atividade física segue de competência exclusiva do profissional de educação física.

Para melhor identificação, o CREF-SP pede para que os profissionais incluam os números de registros nas páginas de perfis pessoais ou em publicações nas redes sociais que contenham orientação de atividades próprias.

Desse modo, a atuação do educador físico é valorizado e permite constatar que o profissional é habilitado para tal função. Aqueles que não divulgarem a identificação ficarão em evidência para fiscalização e atuação do conselho.

O CREF-SP reforça que qualquer pessoa pode denunciar práticas ilegais às autoridades policiais ou no próprio site do conselho, no www.crefsp.gov.br.

*Estagiária sob supervisão de Cristina Bianco

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