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Bem-Estar

O impacto do autocuidado: dicas simples para adotar no dia a dia

Kika Chammas, farmacêutica e fundadora da Dermare, é a responsável pelos conselhos de cuidados simples, capazes de restabelecer a saúde mental e o bem-estar

Por Geovanna Portante

24 de julho de 2021, às 11h58 • Última atualização em 26 de julho de 2021, às 12h02

Neste sábado, 24 de julho, é comemorado o Dia Internacional do Autocuidado, data idealizada e implementada, em 2011, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), com o intuito de conscientizar as pessoas a fazerem escolhas e a construírem hábitos que influenciam positivamente a saúde e o bem-estar do corpo e da mente.

O autocuidado é o equilíbrio entre a saúde mental e a física e se estende desde a nutrição adequada e a prática de atividades físicas, até a boa higiene, o bem-estar mental e o autoconhecimento. Com a chegada da pandemia, muitos hábitos essenciais ficaram de lado, com as preocupações, a ansiedade e o estresse, que interromperam a constância tão importante na vida das pessoas.

Dia Internacional do Autocuidado: confira dicas simples – Foto: Anete Lusina – Pexels

Pensando nisso, Kika Chammas, farmacêutica e fundadora da Dermare, marca brasileira de dermocosméticos para tratamentos estéticos, faciais e corporais, separou algumas dicas para incentivar as pessoas a reservarem um tempo para si mesmas nesta data, buscando relaxar a mente, diminuir o estresse e a ansiedade e elevar a autoestima. “Praticar o autocuidado é mais poderoso do que se imagina. Traz uma melhor qualidade de vida, ajuda no bem-estar e pode ser um ótimo jeito de enfrentar dias difíceis”, explica.

1. Óleos essenciais nas suas atividades

Óleos essenciais são substâncias voláteis extremamente concentradas, que possuem princípios ativos naturais versáteis para tratamento de saúde e beleza. Usados corretamente superam as expectativas tanto no tratamento da saúde como da beleza. “Para quem quer diminuir a ansiedade, uma dica é usar o Óleo de Laranja Doce, popularmente chamado de ‘Óleo da Alegria’, durante o banho, na prática de atividades físicas, leitura ou até quando está limpando a casa ou lavando a louça. É só colocar 4 gotas do óleo no difusor e deixar aromatizar o ambiente, trazendo uma sensação de segurança e equilíbrio. Como um detox natural, melhora o humor e diminui a fadiga”, conta Kika.

2. Rotina de skincare

Cuidar do rosto faz parte das práticas de autocuidado que eleva a autoestima e causa bem-estar a curto e longo prazo. Por isso, tire um tempo para colocar uma música animada ou relaxante enquanto cuida da pele, sem pressa. “O produto que não pode faltar quando se fala em cuidados com a pele é a argila natural.  Existem vários tipos – verde, branca, vermelha, roxa, rosa, preta e amarela – e você deve escolher segundo a sua necessidade e o seu tipo de pele”, afirma a especialista. “No geral, as argilas possuem ações bactericidas, esfoliantes,  anti-inflamatórias e antissépticas, além de auxiliarem no rejuvenescimento da pele”, completa. Com formato em pó, as argilas devem ser misturadas com água mineral, água termal ou hidrolatos, subprodutos extraídos da destilação dos óleos essenciais e que vão ajudar a alcançar uma mistura homogênea, que deve ser aplicada com um pincel limpo e esterilizado.

3. Tome um banho relaxante e hidrate o corpo

Aproveite agora o inverno e tome um banho quente no fim do dia. Separe os produtos que irá usar, como, por exemplo, um sabonete que goste ou um esfoliante cheiroso. Após o banho, reserve um tempo para hidratar o corpo, mantendo, assim, a pele mais saudável e a mente totalmente relaxada. “Dê preferência à itens que sejam formulados com ingredientes naturais, assim, a epiderme irá reconhecê-los rapidamente, diminuindo a barreira de proteção, para que a substância permeie a pele, resultando em um efeito muito mais efetivo e duradouro”, finaliza.

Medicamentos isentos de prescrição

A OMS aponta que o autocuidado está baseado em atitudes que buscam estabelecer ou manter a saúde, além de prevenir e lidar com doenças, o que inclui medidas de higiene, nutrição, estilo de vida em geral (como a prática de esportes, atividades de lazer, etc.), boas condições ambientais (moradia, hábitos sociais), socioeconômicas, culturais, e por último, mas não menos importante, o uso racional de medicamentos, como os MIPs.

“A discussão sobre o autocuidado é de extrema importância, já que pode não só ajudar as pessoas a entenderem como praticá-lo, mas também sobre o seu potencial na otimização de recursos e serviços nos sistemas de saúde, empoderando o indivíduo para que ele cuide de si próprio e de sua família, e como consequência, da sociedade e do ambiente em que vive”, explica Sydney Rebello, presidente da divisão de Consumer Health da Bayer no Brasil.

adoção de hábitos saudáveis e o uso responsável de medicamentos isentos de prescrição são práticas que contribuem com a otimização de recursos e serviços nos sistemas de saúde – Foto: Divulgação

O discurso do executivo está alinhado aos resultados de um estudo conduzido pela Associação Latino-americana de Autocuidado Responsável (ILAR), que buscou entender os benefícios do uso responsável de medicamentos isentos de prescrição nos sistemas nacionais de saúde em cinco países – Brasil, Argentina, Colômbia, Chile e México. O estudo revelou que as despesas gastas nos sistemas nacionais de saúde pública com quatro doenças comuns não graves (lombalgia, candidíase vaginal, resfriado, diarreia e lombalgia) chegam a US$ 2.7 bilhões (o equivalente a R$ 13.3 bilhões). Só no Brasil, são gastos cerca de US$ 1.2 bilhão (equivalente a R$ 5.9 bilhões) anualmente no atendimento destas condições no sistema público, atingindo a marca de 59 milhões de casos.

Um dos pilares do autocuidado, o uso consciente de produtos para a saúde, que inclui os medicamentos isentos de prescrição (MIPs), pode trazer alívio e cura para muitas condições médicas como essas, que geralmente são de curta duração e não necessitam de um medicamento de prescrição ou atendimento médico em hospital, por exemplo. E dados do estudo do ILAR comprovam isso: se 50% desses casos fossem solucionados pelo autocuidado, por meio do uso de medicamentos isentos de prescrição, poderia ser alcançada uma economia substancial de US$ 1.3 bilhão (equivalente a R$ 6.4 bilhões) aos sistemas nacionais de saúde pública.

O levantamento mostrou que a candidíase vaginal, por exemplo, gera despesas de US$ 11.2 milhões (cerca de R$ 55.1 milhões) ao sistema público de saúde no Brasil. “Um estudo encomendado pela Bayer ao IBOPE revelou que 3 a cada 4 mulheres terão candidíase vaginal em algum momento de suas vidas. Ou seja, é importante que elas tenham acesso à informação sobre essa condição e a medicamentos eficazes para o seu tratamento, sem necessariamente precisar recorrer ao médico no hospital/consultório”, conclui Rebello.

Vale a pena lembrar que o autocuidado estimula o uso racional e responsável de medicamentos de venda livre, mas o oposto disso pode significar o abuso de medicamentos – o que pode ser também considerado como auto prescrição. É importante sabermos diferenciar as duas práticas. Enquanto a automedicação é o ato de usar medicamentos isentos de prescrição para tratar condições simples e não graves, a auto prescrição é a prática (incorreta) de comprar e utilizar, por exemplo, medicamentos que só podem ser receitados por médicos.

Por isso, o acesso à informação e, se necessário, ao profissional de saúde, é fundamental para a orientação da prática do autocuidado. Segundo a vice-presidente executiva da Associação Brasileira da Indústria de Medicamentos Isentos de Prescrição (ABIMIP), Marli Martins Sileci, a entidade visa apoiar o sistema de saúde promovendo ações educacionais com informações qualificadas para a sociedade. “Esse empoderamento das pessoas sobre autocuidado deve ser feito de forma correta, consciente, responsável e segura. O autocuidado consiste em atitudes aplicadas em várias áreas da vida, por 24 horas e 7 dias na semana”, afirma Marli.

Uma alternativa que pode contribuir com a solução de casos menos graves – e, consequentemente, na diminuição da sobrecarga do sistema de saúde -, é o atendimento via telemedicina. O formato, que já era praticado antes da pandemia, se tornou ainda mais forte com a necessidade do isolamento social. Por exemplo, se o paciente está com sintomas como dores de cabeça, ou dores no corpo, mas não se sente seguro de tomar um remédio sem a indicação de um médico, ele pode optar por fazer um atendimento online e confirmar o melhor tipo de tratamento com um especialista.

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