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Novembro Diabetes Azul

Mês da prevenção e detecção da diabetes

No mês de combate, especialista prepara lista das questões sobre a doença que afeta mais de 12 milhões de brasileiros

Por Redação

17 de novembro de 2020, às 20h30

O Novembro Diabetes Azul alerta para que a população se atente para a prevenção e detecção da diabetes, com objetivo de conscientizar sobre a importância dos cuidados em relação à doença que afeta 6% dos brasileiros, o que corresponde a 9 milhões, segundo Pesquisa Nacional de Saúde, realizada pelo Ministério da Saúde em parceria com o IBGE.

Diabetes é uma doença causada pela falta ou má absorção de insulina, hormônio que promove o aproveitamento da glicose como energia para o corpo e, de acordo com relatório da IDF (International Diabetes Federation), em 2040, a estimativa é que 642 milhões de pessoas ao redor do planeta estejam com a patologia.

98,2 mil adolescentes até 15 anos são diagnosticados com diabetes tipo 1 a cada ano – Foto: Adobe Stock

Portanto, a previsão é que mais de 570 milhões serão detectadas com o tipo 2 da doença. Além disso, segundo relatório da IDF, o Brasil é o terceiro País com mais casos entre crianças e adolescentes e até os 15 anos cerca de 98,2 mil são diagnosticadas com diabetes tipo 1 a cada ano.

“São dados alarmantes tanto do número de pessoas detectadas quanto ao desconhecimento sobre a doença. Ainda mais considerando que este tipo de doença é controlável e as alterações são descobertas facilmente nos exames, porém precisa ser tratada e diagnosticada rapidamente”, explica a cardiologista Rica Buchler, da Clínica Buchler.

A estimativa é que 642 milhões de pessoas ao redor do planeta estejam com a patologia em 2040 – Foto:

Já uma recente pesquisa analisou a prevalência, percepção e o tratamento dos fatores de risco cardíacos na diabetes tipo 2. O levantamento global Capture apontou que quatro em cada dez brasileiros com diabetes tipo 2 tem doenças cardiovasculares, sendo que a doença é a mais comum e aumenta em até quatro vezes a propensão a infarto cardíaco e derrame cerebral.

“O esclarecimento sobre a diabetes é importante, principalmente, diante do atual panorama da pandemia em que muitas pessoas deixaram de realizar suas consultas médicas”, avalia o cardiologista Gabriel Buchler. “Por isso, é importante uma rotina de consultas ao especialista e a realização de exames periodicamente”, finaliza.

Saiba mais sobre a diabetes

Qual a diferença de cada tipo de diabetes? Qual a mais comum?
Existem essencialmente dois tipos de Diabetes Mellitus. A diabetes tipo 1 é relacionada à perda de produção de insulina pelas células pancreáticas, ocorrendo em sua maioria em populações mais jovens e com apresentações mais dramáticas e potencialmente fatais se não diagnosticadas.

A diabetes tipo 2 exibe uma apresentação mais tardia e arrastada, relacionada à resistência a insulina e a uma combinação de fatores genéticos e pessoais como obesidade, sedentarismo e estilo de vida. A diabetes tipo 2 é a mais comum na população geral.

Diabetes é uma doença relacionada principalmente ao fator genético e obesidade. Isso é verdade?
Sim, a diabetes, em especial tipo 2, exibe um componente familiar e de estilo de vida, como a obesidade e sedentarismo.

Os idosos possuem mais propensão? Existe uma faixa etária que tem mais risco?
Tratando-se de uma manifestação associada ao estilo de vida é natural que a diabetes tipo 2 seja mais comum conforme a faixa etária, pois o descontrole de peso, o abandono de atividades físicas regulares, de dieta e a associação a outras comorbidades (hipertensão e dislipidemia) prevalecem.

Ao invés de precisar um grupo etário, deve-se alertar as populações com risco de desenvolver a diabetes.

Quais são os primeiros sintomas da diabetes?
Ela costuma se apresentar com uma sede e fome intensas junto com um aumento da frequência urinária. Conforme o quadro evolui pode-se observar perda de peso e, em casos de diabetes tipo 1, um hálito característico (“hálito cetônico”), náuseas, vômitos, coma e até mesmo o óbito.

Por que algumas pessoas tomam insulina e outras não? Existem diferentes tratamentos? Está relacionado ao tipo de diabetes?
O uso de insulina na diabetes tipo 1 é obrigatório, pois a doença em si está relacionada à falta de produção da mesma pelo pâncreas e não há outra maneira de substitui-la que não pela reposição.

Na diabetes tipo 2 o mecanismo envolve também uma resistência do corpo à ação da insulina, sendo indicado nesses casos outros tratamentos com medicamentos que não a insulina. Conforme a doença progride, a suplementação de insulina torna-se obrigatória.

A diabetes tem cura? Pode ser evitada?
A diabetes tipo 1 não tem cura e sim controle, o qual, se bem realizado, permite uma excelente rotina e qualidade de vida. Já em relação à diabetes tipo 2, casos relacionados ao estilo de vida podem ser revertidos. No entanto, muitos casos são considerados crônicos e, desta maneira, passíveis de controle com dieta, atividade física e terapia medicamentosa.

Existem alimentos que potencializam diabetes?
Alguns alimentos são potencializadores, dentre estes, carboidratos (arroz, massas, doces) ingeridos em excesso que provocam um aumento no nível de açúcar no sangue e a um descontrole da diabetes.

Em tempos de Covid-19, por que os pacientes com diabetes fazem parte do grupo de risco da doença? Qual a relação?
Segundo os estudos sobre o novo coronavírus, a doença tem impacto na resposta imunológica e na eventual condução em cenários mais críticos. Por isso, os pacientes diabéticos e sem controle da patologia, assim com fatores associados como hipertensão, tabagismo, obesidade, sedentarismo possuem maior risco se tiverem Covid-10.

Exercícios físicos ajudam na prevenção e controle da doença

O Dia Mundial da Diabetes celebrado ontem alerta para a prevenção e controle das complicações causadas pela doença. Caracterizada pela ausência, produção insuficiente ou baixa sensibilidade de insulina, hormônio que regula a glicose no sangue, a diabetes tem o exercício físico como um dos pilares para o seu tratamento.

Exercícios físicos são um grande aliado na luta contra a diabetes – Foto: Adobe Stock

Mas para isso, é necessário fazer no mínimo 150 minutos semanalmente, associando exercícios de fortalecimento com aeróbicos.

“Tanto atividades físicas quanto nutrição fazem parte do tratamento de doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e dislipidemias”, conta Gustavo Souza, profissional de educação física do Núcleo Ampliado de Saúde da Família (NASF), gerenciadas pelo Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” (CEJAM).

Os exercícios auxiliam na captação da glicose e intensificam a ação da insulina para controlar o nível de açúcar no sangue.

“É importante medir a glicemia antes de iniciar a atividade física. Caso esteja baixa, a prática do exercício pode baixar ainda mais, causando hipoglicemia, que é uma baixa concentração de glicose no sangue, levando a tontura, visão turva e palpitações”, alerta o profissional.

Independentemente da aplicação de insulina, as atividades físicas ajudam na captação do açúcar em até 2 horas após o exercício e melhoram a sensibilidade à ação da insulina por até 48 horas.

“O ideal é que a atividade seja de moderada a intensa e que não tenha um intervalo maior que dois dias. Em casa, é possível fazer exercícios de fortalecimento, como agachamento, flexão e abdominal, usando o próprio peso do corpo e aeróbicos como corrida no lugar, polichinelo e pular corda”, exemplifica Souza, que recomenda estabelecer os exercícios conforme o condicionamento físico da pessoa, com orientação de um profissional e a recomendação do médico.

A população ainda pode contar com o Programa de Automonitoramento Glicêmico (PAMG), do Sistema Único de Saúde (SUS), que está presente em todas as Unidades Básicas de Saúde.

O programa oferece monitoramento dos pacientes em tratamento para diabetes, com apoio no diagnóstico da doença, assim como na oferta de aparelhos e insumos necessários para acompanhamento da doença.

Diagnóstico requer acompanhamento periódico

Quase metade dos brasileiros que convive com a doença, desconhece a ocorrência do problema

O número de brasileiros diabéticos cresce a cada ano. A falta de diagnóstico está relacionada, principalmente, a ausência de sintomas físicos evidentes, pois a maioria só aparece em fases mais avançadas.

“Os chamados sintomas agudos surgem quando os níveis de açúcar já se encontram muito elevados, causando perda de peso abrupta sem esforço, cansaço excessivo, visão turva, muita sede e vontade de urinar a todo momento”, explica o endocrinologista credenciado da Paraná Clínicas, Caoê von Linsingen.

Se não tratado de maneira adequada, o excesso de açúcar no sangue pode gerar complicações graves nos vasos sanguíneos e nos nervos do paciente, como “problemas renais e de retina, cegueira, risco aumentado de infarto do coração e derrames cerebrais, alterações no intestino e parestesias, que são descritas pelos pacientes como uma queimação constante nas extremidades do corpo com perda de sensibilidade”, completa o médico especialista.

Por isso, é tão importante acompanhar periodicamente os níveis de glicemia no sangue – em especial, quando há histórico familiar, como pais ou avós com a doença.

“O diabetes é uma doença traiçoeira, pois mesmo antes de causar sintomas já aumenta os riscos de efeitos secundários. Nos exames de check-up a glicemia de jejum deve sempre ser solicitada. Detectar precocemente a alteração permite intervenção eficaz mais cedo, e melhor controle no risco de complicações futuras”, enfatiza Caoê.

Entenda a diferença

Tipo 1: crianças e adultos jovens
Tem causa autoimune, quando o próprio organismo destrói as células que fabrica e são responsáveis pela produção de insulina. É menos prevalente, tem início abrupto e precisa ser tratado com aplicação periódica de insulina injetável obrigatoriamente.

Tipo 2: mais comum após os 40 anos
É causado por fatores genéticos associados a um estilo de vida baseado em sedentarismo, má alimentação e obesidade. É o tipo mais comum, tem início silencioso e pode ser controlado com a adoção de hábitos mais saudáveis, uso de medicamentos orais ou, dependendo da gravidade do caso, com injeções de insulina.

Gestacional: de 2 e 4% das grávidas
É uma condição temporária causada pelo aumento de peso e a ação hormonal da placenta. Além de afetar a mãe, esse tipo pode resultar em má formação do bebê, crescimento exagerado de órgãos e maior risco de infecção. Uma dieta equilibrada, exercícios físicos regulares e monitoramento da glicemia são essenciais para o controle durante a gestação.

Controle sua glicemia de jejum

  • abaixo de 99mg/dL é normal
  • entre 100 e 125mg/dL é alterada
  • a partir de 126mg/dL é diabetes

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