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Autismo

Má informação pode dificultar ajuda a paciente com autismo

O grau do transtorno varia e pode ser difícil a sua identificação algumas vezes

Por Da Redação

07 de maio de 2020, às 11h52

O filósofo, psicanalista e pesquisador Fabiano de Abreu, especialista em estudos da mente humana, já deparou-se e estudou diversos casos de autismo. “O número de autistas é bem maior do que podemos imaginar, inclusive, quem está lendo este artigo pode conhecer algum e não saber.

Um autista é uma pessoa com transtornos no desenvolvimento do cérebro, mais conhecido como TEA (Transtornos de Espectro Autista). Levando em consideração que no grau evolutivo ninguém é igual a ninguém então, o autista pode não ser tão diferente assim de uma pessoa que se diga normal já que não há um padrão normal. O grau de autismo varia e pode ser difícil a sua identificação algumas vezes”.

Uma criança autista pode ter habilidades únicas e se for ajudada a desenvolvê-las, podem tornar-se grandes profissionais – Foto: Adobe Stock

Abreu diz que se deve identificar a diferença entre os diferentes graus de autismo e as suas nuances específicas. O desconhecimento e as más informações podem dificultar na ajuda.

“Li um artigo num grande site de notícias que dizia que a ativista Gretta Thunberg era muito inteligente já que tinha a Síndrome de Asperger e geralmente pessoas com essa síndrome são inteligentes. Isso é uma informação falsa e induziu muitos leitores ao erro. Pessoas com esta síndrome podem ter um tipo de inteligência bastante acentuada mas focal. E a sua cognição, que está ligada à inteligência, tende a não ser tão desenvolvida. Por outras palavras, ela pode ter um tipo de inteligência desenvolvida mas não terá a capacidade total, faltará a versatilidade, flexibilidade, abstrações e etc”.

Abreu diz que podemos fazer sobressair o melhor do autista para que seja um bom profissional.

“Devemos observar as crianças e os seus comportamentos, eu sempre digo que temos que ver o lado bom de tudo na vida. Uma criança autista pode ter habilidades únicas e se o ajudarmos a desenvolvê-las, podem tornar-se grandes profissionais. Sinais como falta de interesse em se relacionar com pessoas, ausência do contato visual a que chamo de desfoque, atenção exagerada a objetos, ou incomodo com toque, sons e textura de alimentos são os traços mais comuns. No entanto tudo depende do grau de autismo que pode ser avaliado como leve, médio e grave”.

TRATAMENTO
“Não há remédio para o autismo, portanto, se faz necessário uma terapia e geralmente em grupo para estimular a socialização. É bom que o autista seja acompanhado desde cedo para que possa ter uma vida normal quando adulto, principalmente ao nível profissional. Trabalham-se as relações afetivas, atividades motoras, aprimora-se a comunicação e o incentivo a realizar atividades diferentes. Tudo deve ser feito de acordo com o tipo de autismo e o grau que ele representa para que o mesmo possa ter uma vida funcional e laboral satisfatória”.

Fonte: Fabiano de Abreu, membro da Mensa, associação de pessoas mais inteligentes do mundo com sede na Inglaterra

ORIENTAÇÕES
Como lidar com o autismo durante a pandemia

Estar em isolamento social durante a pandemia do novo coronavírus não é fácil para a maioria das famílias. E, para aquelas que têm membro com Transtorno do Espectro Autista (TEA), o desafio é ainda maior. Para que esse momento seja mais tranquilo, ter uma rotina é fundamental para essa população, independente da gravidade do diagnóstico.

A tensão natural durante a pandemia do novo coronavírus faz com que a atenção com pessoas com o TEA seja redobrada, já que elas pertencem ao grupo de risco.

“O cuidado precisa ser ainda maior, porque muitas dessas pessoas não têm o total entendimento da situação que estamos passando e não compreendem a necessidade e importância de lavar as mãos com frequência, usar álcool em gel, não levar a mão a boca, entre outros cuidados”, explica Carolina Quedas, doutora e mestre em Distúrbios do Desenvolvimento, com ênfase em avaliação e intervenção em habilidades motoras em crianças com TEA e coordenadora do curso de Educação Física da Anhanguera de Osasco, cidade da Grande São Paulo.

Dicas para famílias com pacientes de TEA durante a quarentena

Para ajudar as famílias, Carolina Quedas tem algumas dicas de como ter uma rotina saudável:

  • Tente manter suas atividades como eram antes da pandemia. A criança e o adolescente com autismo ficam mais tranquilos quando sabem o que vai acontecer no seu dia. Desse modo, os impactos não serão tão agressivos com as pessoas que tenham algum grau do transtorno.
  • Procure adaptar as terapias para meios online. É importante que a criança ou adolescente tenha contato com especialistas mesmo que virtualmente.
  • Programe uma rotina de atividades físicas. É uma maneira de manter a criança em movimento. Entre as sugestões estão: jogar bola, saltar as almofadas, encher bexigas, rolar no chão, engatinhar, passar por obstáculos, brincar de estátua, amarelinha, “vivo ou morto”.
  • Mantenha uma alimentação saudável.
  • Converse sempre. O diálogo é muito importante, explique o que está acontecendo e a importância das medidas de higienização por exemplo.

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