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Tratamentos

Lipodistrofia ginoide: como lidar com a popular celulite

Dermatologista de Americana sugere opções de tratamento para as celulites, que afetam cerca de 95% das mulheres

Por Isabella Holouka

22 de novembro de 2020, às 08h52

A cada cem mulheres que estão ou já passaram pela puberdade, apenas 5 não têm celulites, segundo dados da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia).

Apesar de extremamente comum, trata-se de uma preocupação estética importante para grande parte da população feminina, e que depende de mudanças nos hábitos alimentares e no estilo de vida para um tratamento eficaz, para além de procedimentos estéticos.

Celulite se caracteriza pelo aspecto ondulado da epiderme, que lembra uma casca de laranja, com covinhas – Foto: Adobe Stock

Celulite é o nome popular da lipodistrofia ginoide, que nada mais é que o depósito de gordura sob a pele. Ela se caracteriza pelo aspecto ondulado da epiderme, que lembra uma casca de laranja, com covinhas.

Tende a ocorrer nas áreas em que a gordura está sob a influência do hormônio feminino estrógeno, como acontece nos quadris, coxas e nádegas, mas também nas mamas, na parte inferior do abdômen, nos braços e até na nuca – locais em que há um padrão feminino de deposição de gordura.

A obesidade não é condição necessária para a celulite, pois há mulheres magras com a patologia. Ela ocorre em todas as etnias, embora seja mais comum e visível entre as mulheres de pele branca.

Raramente é observada em homens, mas pode ocorrer em casos de desequilíbrio hormonal.

Ainda segundo a SBD, existem vários graus de celulite e, na condição mais leve, as depressões só aparecem quando se pinça a pele com os dedos ou quando os músculos se contraem.

Nos graus avançados, a pele fica com aspecto acolchoado e nodulações sempre visíveis. Além disso, pode ocorrer de a mulher sentir dor, pois a celulite promove a compressão de terminações nervosas locais. Os casos mais iniciais são assintomáticos, mas os mais adiantados podem incluir endurecimento, dor, sensibilidade, sensação de que a região é mais fria ou pele com aspecto irregular.

Dermatologista da Vie Privilège Clinique, em Americana, Amarilho Soares Júnior explica que a celulite é uma patologia multifatorial. “É uma associação de várias coisas. Existe um acúmulo de gordura, uma questão de fibrose do tecido, e também uma retenção hídrica”, resume.

Por isso o tratamento também precisa de uma combinação de ações, como a melhora na ingestão de líquidos, ajuste da dieta e prática de atividade física. Associados a estes cuidados primordiais para a manutenção da saúde, os tratamentos estéticos ajudam a potencializar a melhora nos quadros.

Tratamentos para celulite
“A drenagem linfática ajuda a retirar o líquido acumulado. O uso de ultrassom é bastante recomendado porque ajuda a uniformizar o tecido, e a radiofrequência vai estimular a produção de colágeno para melhorar o aspecto da pele”, enumera o médico Amarilho Soares Júnior.

Em casos em que há um grande acúmulo de gordura, ele também sugere a mesoterapia, aplicação localizada de medicamentos (chamados popularmente de enzimas) capazes de melhorar a circulação e destruir acúmulos de gordura.

Outra opção é o uso de bioestimuladores de colágeno, medicações que estimulam a produção localizada desta proteína, melhorando a qualidade e o tônus da pele, que fica com um aspecto mais firme, liso e bonito.

Por fim, ele aponta a possibilidade de utilizar o ultrassom microfocado, que também atua nas fibras de colágeno. “Ele dá um ‘plus’ no bioestimulador para fazer com que a produção de colágeno seja mais intensa. O efeito é como se a pele colasse na musculatura”, explica.

Tipos de celulite
Três dermatologistas brasileiras desenvolveram uma metodologia para avaliar de maneira objetiva as principais características clínicas da celulite.

A metodologia é reconhecida mundialmente e leva em conta: o número e a profundidade de depressões na pele; o aspecto das áreas elevadas da celulite; a presença de lesões elevadas; a presença de flacidez e graus da antiga classificação.

Cada um dos itens recebe uma pontuação de zero a três e a soma total vai mostrar se a celulite é:
– Leve – 1 a 5 pontos
– Moderada – 6 a 10 pontos
– Grave – 11 a 15 pontos
A escala leva em consideração os detalhes clínicos mais relevantes para cada paciente e possibilita determinar o tratamento mais eficaz.

Como prevenir a celulite
Segundo a SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia), os fatores agravantes para o aparecimento de celulites são hábitos alimentares inadequados, sedentarismo, estresse, gravidez, medicamentos como anticoncepcionais e fumo.

Por isso, a melhor maneira de prevenir é investir em hábitos saudáveis, como:

  • Beber uma grande quantidade de água diariamente para melhorar a circulação sanguínea;
  • Diminuir a ingestão de sódio, que pode causar retenção hídrica;
  • Evitar alimentos gordurosos e muito doces;
  • Parar de fumar;
  • Praticar uma atividade física, que irá melhorar a circulação sanguínea, além de reduzir a gordura corporal e diminuir as medidas, o que pode atenuar o problema.
Hábitos alimentares adequados ajudam no aparecimento da celulite – Foto: Adobe Stock

Estrias, mal das mulheres
Assim como as celulites, as estrias ocorrem mais em mulheres, podendo ser discretas ou exuberantes. Mas também acontecem nos homens, especialmente nos casos de ganho de peso em pouco tempo.

As estrias surgem quando as fibras elásticas e colágenas, responsáveis pela firmeza da pele, se rompem e formam uma espécie de cicatriz. Segundo o dermatologista Amarilho Soares Júnior, trata-se de uma patologia um pouco controversa na literatura médica, porque existe uma teoria sobre o seu surgimento, e não uma definição.

Os tratamentos estéticos para estria focam em melhorar a aparência da pele com relação à espessura, relevo ou cor – Foto: Adobe Stock

“A teoria mais aceita é de que, diante do estiramento da pele, com uma predisposição genética, há uma ruptura, como se fosse um papel que rasga. A pele forma uma fibrose, que é a estria”, explica.

Para evitar o surgimento das estrias, principalmente em mulheres grávidas e adolescentes na fase de estirão de crescimento, ele recomenda o controle do ganho de peso, já que o “efeito sanfona” piora ainda mais a condição de quem tem tendência a estrias.

Além disso, é preciso manter a hidratação da pele.”Quanto mais hidratada a pele estiver, a tendência de acontecer a ruptura para a formação da estria é menor”, afirma.

Já que as estrias não têm uma solução, os tratamentos estéticos focam em melhorar a aparência da pele com relação à espessura, relevo ou cor. “Você pode fazer peelings químicos, tratamentos com lasers, e até mesoterapia, quando aplicamos ativos que melhoram a qualidade da pele”, conclui.

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