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Bem-Estar

Gravidez turbulenta

Pesquisa aponta que o estado emocional abalado da mãe pode influenciar no comportamento e na personalidade do bebê após o nascimento

Por Da Redação

20 de julho de 2022, às 14h55 • Última atualização em 20 de julho de 2022, às 14h58

O conceito de que a maternidade é um período no qual o sentimento de felicidade é unânime tem sido cada vez mais desconstruído. Para além de uma gravidez mais tranquila, o estado psicológico da mãe influencia não apenas na saúde da própria, mas na formação psicológica da criança – o que pode se refletir, inclusive, na fase adulta.

Uma pesquisa conduzida pelo Instituto de Psiquiatria e Neurociência do King’s College London, no Reino Unido, aponta que o estado emocional abalado da mãe pode influenciar no comportamento e na personalidade do bebê após o nascimento, sendo este um fator determinante para o desenvolvimento de um adulto com problemas emocionais.

A psicogenealogista Roberta Calderini aponta que essa relação se estabelece porque a personalidade, a inteligência e os traumas de um adulto podem ser relacionados a sentimentos experimentados ainda no ventre da mãe. Segundo ela, no momento em que a mãe vivencia um trauma, ocorre uma descarga emocional. Essa liberação de tensões, por sua vez, chega nas memórias celulares, que são passadas para o ventre e, consequentemente, atingem o bebê.

“Vamos imaginar o cenário de uma mãe ansiosa. Essa mulher está constantemente sob tensão, essa aflição é liberada no sangue por meio de hormônios e isso chega até o bebê. Da mesma forma, se a mãe fuma, bebe ou vive em um ambiente de grandes tensões, ela se torna uma pessoa com o emocional instável. Esses sentimentos vão ficar gravados na mente da criança, podendo se manifestar ao longo dos anos”, explica.

Por esse motivo, uma mãe que não deseja o filho pode influenciar a criança a crescer com os sentimentos de negação e rejeição. “O nosso coração tem neurônios, e a partir das cinco semanas, esse órgão já está formado e batendo no ventre da mãe. Desta forma, todos os sentimentos da mãe em relação ao bebê são sentidos por ele, dando início a sua baixa percepção de valor. O bebê se sente negado espiritualmente, pois também ocorre uma negação daquela alma”, exemplifica Roberta.

Início da vida

Baseada nesses estudos, a Dra. Eleanor Luzes desenvolveu a tese do início da vida, na qual a pesquisadora frisa a importância de se preparar para conceber uma vida, antes mesmo da fecundação. “O casal que deseja engravidar deve se preparar emocionalmente ainda no planejamento da gestão, se abstendo de álcool, drogas e de brigas, por exemplo. Durante a gestação, além do pré-natal cotidiano, o pré-natal psicológico também é importante para a mãe, inclusive, para aquela que não pode fazer esse planejamento”, destaca Roberta.

De acordo com a psicogealogista, o amparo profissional com essa mãe irá trazer mais harmonia, tranquilidade e segurança para o período, o que previne que ela nutra sentimentos de melancolia e estresse. “Essa gestação precisa se passar em um ambiente tranquilo justamente para que a formação biológica do bebê e, consequentemente, a formação psíquica dele sejam o mais saudável possível. Se preparar para gestar é entender que o bebê é uma prioridade, porque toda a descarga emocional gerada por tensões é liberada no sangue do bebê e se multiplica diariamente. Diante do cenário, o bebê já nasce tenso e com propensão a diversos desequilíbrios emocionais como a ansiedade, por exemplo”, reforça a especialista.

Fonte: Roberta Calderini, psicogenealogista

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