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cardiovasculares

Enzima pode indicar predisposição a doenças

Segundo estudo, problema pode ocorrer mesmo que a pessoa analisada seja saudável e não tenha nenhum dos fatores de risco

Por Marina Zanaki

12 de julho de 2019, às 09h04 • Última atualização em 12 de julho de 2019, às 15h28

A principal causa de mortes no Brasil são as doenças cardiovasculares. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, uma pessoa morre por cardiopatias a cada 90 segundos.

Em Americana, problemas no coração e no sistema circulatório também são o motivo mais comum de morte. No ano passado, 350 pessoas perderam a vida por conta disso, segundo dados informados pela Prefeitura. Essas doenças incluem arritmia, parada cardíaca e derrame cerebral.

Foto: Divulgação
Estudo aponta que a medição da enzima PDIA1 no plasma sanguíneo pode indicar quem tem tendência a desenvolver doenças cardiovasculares

Existem fatores de risco que podem predispor uma pessoa a sofrer com essas doenças, tanto de ordem comportamental quanto genéticos (veja na tabela). Contudo, mesmo pessoas que não se enquadram nesses fatores podem sofrer um mal súbito e morrer por conta de cardiopatias.

Foi descoberto recentemente que uma enzima presente no corpo humano pode ser um indicador de predisposição a doenças cardiovasculares, mesmo que a pessoa analisada seja saudável e não tenha nenhum dos fatores de risco.

Um estudo publicado na revista Redox Biology por pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo), Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e Instituto Butantan aponta que a medição da enzima PDIA1 no plasma sanguíneo pode indicar quem tem tendência a desenvolver essas doenças.

O estudo concluiu que indivíduos com níveis mais baixos dessa proteína podem ser mais propensos a cardiopatias. Forma analisadas amostras de plasma sanguíneo de 35 voluntários saudáveis, sem histórico de doenças crônicas ou agudas. Nenhum era fumante, usuário de drogas ou de medicamentos de uso contínuo.

Além disso, foram medidos os níveis de PDIA1 em 90 amostras de um banco de plasma de pacientes com doenças cardiovasculares em fase crônica. Nessa análise, os níveis da proteína foram sempre baixos.

PERFIL

“Nosso estudo mostrou que pessoas com baixo nível de PDIA1 no plasma têm um perfil de proteínas mais inflamatório, mais propenso a trombose. Por outro lado, indivíduos com plasma rico em PDIA1 têm mais proteínas do tipo que chamamos de housekeeping, relacionadas à adesão e à homeostase celular, ou seja, mais ligadas ao funcionamento normal do organismo”, disse Francisco Rafael Martins Laurindo, professor da Faculdade de Medicina (FM) da USP e coordenador dos estudos.

Mas por que isso acontece? Os autores realizaram estudos adicionais utilizando células que recobrem os vasos sanguíneos tratadas com dois tipos de plasma: um rico na PDIA1 e um pobre. Eles observaram que as células tratadas com plasma pobre na proteína que estava sendo estudada tiveram a adesão e migração celular retardada em comparação às que receberam plasma rico nessa mesma enzima.

Os próximos passos da pesquisa preveem estudos que vão confirmar ou não o potencial desses proteína como indicadores de propensão a doenças cardiovasculares.

O trabalho foi realizado durante o doutorado de Percíllia Victória Santos de Oliveira com bolsa da FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).

Fatores de risco de doenças cardiovasculares

  • Hipertensão
  • Trombose
  • Sedentarismo
  • Dietas inadequadas
  • Uso de tabaco
  • Uso de álcool
  • Glicemia alta
  • Hiperlipidemia
  • Sobrepeso
  • Obesidade.

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