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Revista L Educação

Ensino médio de cara nova: entenda as mudanças que começam a valer em 2022

Ampliação da carga horária e possibilidade de o estudante escolher as áreas em que deseja se aprofundar serão as principais mudanças em 2022

Por Marina Zanaki

25 de novembro de 2021, às 07h57

O ensino médio no Brasil estará de cara nova em 2022. No ano que vem, entra em vigor o Plano Nacional de Educação, que criou o Novo Ensino Médio. Entre as principais alterações estão o aumento na carga horária e a possibilidade de escolher em quais áreas o estudante quer se aprofundar. A novidade vale para as redes pública e privada de ensino.

Os três anos do ensino médio terão a carga horária ampliada de 2,4 mil para 3 mil horas. Os alunos passarão de sete para oito aulas por dia, totalizando assim 40 aulas semanais. Em 2021, a rede estadual de São Paulo já iniciou a ampliação para o primeiro ano do ensino médio. No ano que vem, a mudança inclui o segundo ano, e em 2023 todo o ensino médio terá passado pela transição.

Gestor do Novo Ensino Médio na Secretaria de Estado da Educação, Gustavo Mendonça explicou que a principal mudança é que os alunos vão passar a escolher quais áreas querem dedicar mais tempo de sua jornada de aprendizagem. Chamado de itinerário formativo, essa metodologia vai consistir na composição do currículo escolar com base na decisão do estudante.

Ao invés de matérias, os conteúdos serão ministrados por meio de quatro áreas do conhecimento: linguagens, matemática, ciências humanas e ciências da natureza. Os itinerários formativos trarão essas mesmas áreas, e também a opção de serem integradas. Assim, um estudante pode, por exemplo, optar por se aprofundar em linguagens e ciências humanas, ou matemática e ciências da natureza.

Outra possibilidade do itinerário formativo é aplicar esse tempo para formação técnica ou profissional. Com isso, o estudante pode se formar no ensino médio já com diplomas profissionalizantes. Essa qualificação vai ocorrer por meio dos programas Novotec Expresso e Novotec Integrado.

Ampliação da carga horária e possibilidade de o estudante escolher as áreas em que deseja se aprofundar serão as principais mudanças em 2022 – Foto: Pixabay

Mendonça explicou que, das mais de 5 mil escolas estaduais de São Paulo, cerca de 3,7 mil oferecem ensino médio e terão itinerários formativos. Entre elas, 800 contam com formação técnica e profissional. A Secretaria de Educação não informou quantas unidades da Diretoria de Ensino de Americana vão oferecer itinerário formativo técnico ou profissional.

“Não serão todas as escolas. É uma inovação muito grande e temos articulado com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico a questão de custos, já que o ensino técnico é mais caro e ainda não conseguimos chegar em todas as escolas do Estado. Mas o plano é chegar a 30% dos alunos até 2023”, disse o gestor à reportagem.

Evasão

A criação do Novo Ensino Médio ocorre dentro da chamada BNCC (Base Nacional Comum Curricular), um documento que define o conjunto de aprendizagens essenciais que todo aluno deve acessar ao longo da educação básica. A BNCC tem como objetivo elevar a qualidade de ensino no País. As mudanças previstas para o ensino médio têm como meta reduzir a evasão escolar nessa etapa e melhorar os índices de aprendizado.

“Imagina-se que, quando o aluno estuda o que ele tem mais interesse, há uma melhora nos resultados de aprendizagem, além de reduzir a evasão. Se tenho muito interesse em língua portuguesa e não gosto de física, vou ter a oportunidade de usar mais tempo da minha jornada na escola estudando língua portuguesa do que física. Isso vai ser muito positivo, vai motivar a permanecer até o final do ensino médio”, aposta Mendonça.

Além de reduzir o abandono, o Novo Ensino Médio também busca oferecer suporte para os alunos que trabalham terem acesso à qualificação profissional e serem preparados para uma graduação.

“Será importante para se preparar para o mercado de trabalho, principalmente pela formação técnica. Os cursos geralmente são ofertados no contraturno, e isso é ruim especialmente para o aluno que já trabalha, então vai trazer essa opção para ele. Também vai prepará-lo mais para ingressar e permanecer no ensino superior”, indica o gestor.

“Se olhamos para países desenvolvidos e em desenvolvimento próximos, os estudantes na educação básica podem escolher em quais áreas vão se aprofundar. O Brasil busca seguir a trajetória de outros países que são referência na educação”, finalizou Mendonça. 

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