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30 de maio

Dia Mundial da Esclerose Múltipla

Aumento do número de casos preocupa especialistas: Brasil tem atualmente 35 mil pacientes de Esclerose Múltipla

Por Da redação

30 de maio de 2020, às 08h30

Atualmente, mais de 2,3 milhões de pessoas em todo o mundo tem Esclerose Múltipla (EM), uma das doenças mais comuns do sistema nervoso central, que é lembrada hoje, 30 de maio, em seu Dia Mundial, organizado pela Federação Internacional da Esclerose Múltipla (http://www.msif.org/).

Trata-se de uma doença neurológica, crônica e autoimune na qual as células de defesa do organismo atacam o próprio sistema nervoso central, provocando lesões no cérebro e na medula.

Já bastante reconhecida, estudada e utilizada, a cannabis no tratamento da Esclerose Múltipla é capaz de proporcionar alívio da dor, do sofrimento gastrointestinal e dos espasmos musculares – Foto: Divulgação

De causa desconhecida, acomete pacientes geralmente jovens, em especial mulheres de 20 a 40 anos. Segundo a Federação Internacional desta enfermidade, a Esclerose Múltipla não tem cura e pode se manifestar por sintomas como: fadiga intensa, depressão, distúrbios visuais, fraqueza muscular, alteração do equilíbrio da coordenação motora, dores articulares e disfunção intestinal e da bexiga.

A prevalência desta enfermidade vem aumentando no mundo e preocupando especialistas, segundo estudos como este, publicado na revista The Lancet.

Apesar de ser mais comum nas regiões mais afastadas da linha do Equador, o incremento também pode ser observado na América Latina, como registra esta revisão da Universidade Veracruzana, no México, e o estudo Registro de Esclerose Múltipla na América Latina e Caribe, do Instituto de Neurologia da Universidade La República, no Uruguai. No Brasil, associações de pacientes como a ABEM estimam que 35 mil pessoas tenham Esclerose Múltipla.

Recentes estudos têm indicado que a utilização de produtos a base de cannabis pode ajudar a reduzir os sintomas em muitos pacientes.

Segundo o médico e diretor associado global da Spectrum Therapeutics, Wellington Briques, “há resultados bastante positivos na utilização dos canabinóides (THC e CBD) na diminuição da rigidez muscular causada pela Esclerose Múltipla. Um estudo publicado pelo Journal of Neurology, Neurosurgery and Psychiatry com 1615 pacientes com espasticidade moderada a grave e resistentes aos medicamentos anti espásticos comuns, realizado em 30 centros de EM na Itália demonstrou que 70,5% dos pacientes tiveram uma melhora nesta condição após o uso dos canabinóides”, relata o especialista.

Ele completa: “Em um estudo com doses de THC e CBD em proporções iguais, ficou demonstrado que a melhora na espasticidade (rigidez) se mantém ao longo do tempo, o que é confirmado pelas evidências na prática clínica diária. Além disso, a terapia com canabinóides é em geral bem tolerada, segundo o documento”.

O médico acrescenta que o efeito terapêutico dos canabinóides sobre a dor crónica é também objeto de estudos clínicos em curso. “Os canabinóides estão encontrando mais espaço no moderno arsenal terapêutico e, apoiados pela pesquisa, cada vez mais países têm feito progressos no uso da cannabis medicinal, ajudando a desfazer o estigma nocivo provocado por décadas de proibição”.

Como a cannabis pode ajudar

Embora milhões de pessoas em todo o mundo sejam afetadas pela esclerose múltipla, ainda não há cura. Os tratamentos convencionais envolvem medicamentos como imunossupressores, corticoides, anti-inflamatórios e quimioterapia. Desse modo, infelizmente pacientes relatam efeitos colaterais muito desagradáveis.

Sendo assim, a cannabis pode melhorar a função cerebral e aliviar os sintomas da doença, com efeitos colaterais reduzidos e menos nocivos, seja sob a forma de remédio prescrito ou de óleo. Basicamente, a cannabis no tratamento da Esclerose Múltipla pode: ajudar a dormir, melhorar a rigidez muscular, proteger os olhos, melhorar os espasmos, melhorar a dor, ajudar a digestão, proteger o cérebro.

Fonte: https://blog.drcannabis.com.br/uso-da-cannabis-no-tratamento-da-esclerose-multipla/

Mitos e verdades da esclerose múltipla

Transtornos na fala, perda de memória ou problemas de coordenação motora são sinais comuns de algumas doenças que afetam o sistema nervoso central. Uma das enfermidades mais conhecidas é o Alzheimer, que com a piora dos sintomas apresenta um comprometimento progressivo das atividades diárias.

Porém, existe outro distúrbio, não tão conhecido, mas que, segundo estimativa da Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM), afeta cerca de 35 mil brasileiros: a esclerose múltipla (EM). Você conhece essa doença? Fábio Armentano, gerente médico para Esclerose Múltipla da Novartis, esclarece aqui mitos e verdades sobre a EM.

Pacientes com esclerose múltipla não devem tomar a vacina contra a Influenza.
MITO.
A Campanha Nacional de Vacinação contra a gripe, promovida todos os anos pelo Ministério da Saúde (MS), visa imunizar a população contra os vírus influenza, que em 2019 matou mais de 1,1 mil pessoas no Brasil. Os pacientes com doenças crônicas, como a esclerose múltipla, estão entre essa população. “De maneira geral, pacientes com esclerose múltipla devem, sim, receber a vacina contra a gripe. Só não devem ser imunizados aqueles que apresentam alergia grave a algum componente da vacina,” explica Armentano. Ele reforça que essa vacina não protege contra a Covid-19.

Mas é importante que todos sejam imunizados, pois essa vacina, além de proteger as pessoas contra a influenza, também vai ajudar os profissionais de saúde na triagem de casos suspeitos de infecção pelo novo coronavírus”, completa.

Durante a pandemia, pacientes com esclerose múltipla não devem modificar seu tratamento sem orientação médica.
VERDADE.
Em geral, pacientes crônicos não devem parar ou modificar um tratamento sem conversar com um especialista. “A recomendação é que a pessoa diagnosticada com esclerose múltipla que apresentar os sintomas da Covid-19, ou qualquer outro sintoma, procure um médico para que juntos possam avaliar e ajustar o tratamento, se necessário, ” explica Armentano.

A esclerose múltipla não tem cura.
VERDADE.
Ela é uma doença crônica, ainda sem cura. Chegar a um diagnóstico o mais rápido possível é a chave para controlar a EM ainda em estágios iniciais. “Com o diagnóstico da EM é imprescindível que o paciente inicie o tratamento. Hoje em dia, a abordagem terapêutica inclui Medicamentos Modificadores do Curso da Doenças (MMDCs),que ajudam a reduzir a frequência e a gravidade das crises, independentemente do paciente apresentar uma forma muito ou pouco agressiva da doença”, esclarece Armentano.

No Brasil, esse tipo de terapia já está disponível na rede pública e privada de saúde. Fábio diz ainda que, tratar os sintomas também é importante para o paciente com EM. “É possível tratar os sintomas isoladamente, e garantir assim uma melhor qualidade de vida”, completa o neurologista.

A causa da esclerose múltipla é desconhecida.
VERDADE.
As informações conhecidas sobre a EM é que é uma doença autoimune que faz com que o sistema imunológico do paciente ataque seu próprio sistema nervoso central, provocando uma série de sintomas, como formigamento nos membros inferiores, espasmos, problemas de coordenação motora, transtornos visuais, cognitivos e emocionais, entre outros.

Outro aspecto importante e já conhecido é que existem três tipos de EM: Esclerose Múltipla Remitente Recorrente (EMRR), que é o tipo mais comum, e provoca crises inesperadas que podem ou não deixar sequelas; Esclerose Múltipla Primária Progressiva (EM PP), que apresenta uma evolução dos sintomas com o tempo, e a Esclerose Múltipla Secundária Progressiva, que é uma evolução da doença em pacientes com EMRR.

Mulheres com esclerose múltipla não podem engravidar.
MITO.
Considerando que a esclerose múltipla atinge jovem adultos, entre 20 e 40 anos, e em sua maioria mulheres, a gravidez se torna causa de preocupação. Entretanto, Armentano esclarece que pacientes com EM podem engravidar.

“Estudos mostram que durante a gestação existe uma estabilização da doença, que chega a diminuir em 70% no número de crises, se comparado ao período anterior”, comenta o médico neurologista. O médico ressalta também, que o mais indicado é que a paciente faça um acompanhamento, antes mesmo de engravidar, e discuta como será o tratamento da EM e quais os riscos associados, pois muitos medicamentos usados no controle da EM não são indicados para gestantes.

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