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Covid-19

Com inverno e pandemia, doenças cardiovasculares entram na mira dos médicos

Entenda como as baixas temperaturas e as mudanças na rotina em meio à quarentena podem afetar a saúde do coração

Por Isabella Holouka

03 de agosto de 2020, às 10h18

Os riscos de desenvolvimento de doenças cardiovasculares, que costumam se elevar no inverno, podem ser ainda maiores neste ano em virtude da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) que alterou a rotina de grande parte das pessoas.

“O sedentarismo aumentou e hábitos alimentares mudaram com o isolamento. Somam-se a isso todas as angústias, frustrações e ansiedade. E no inverno as temperaturas mais baixas favorecem o aparecimento ou agravamento de doenças cardiovasculares”, resume o médico cardiologista Felipe Toledo.

A pandemia do novo coronavírus pode ter efeitos negativos na saúde cardiovascular – Foto: Adobe Stock

“O efeito imediato do frio é o encolhimento das veias e artérias, o que aumenta a pressão sanguínea. Em uma artéria já doente, comprometida por placas de gordura ou de colesterol, e dependendo especialmente do local, esse estreitamento pode dificultar bastante a chegada de sangue à determinado órgão”, complementa o médico.

Os casos mais graves são aqueles que acometem artérias coronárias, com risco de infarto, ou cerebrais, com risco de AVC (Acidente Vascular Cerebral), conhecido popularmente como derrame.

Segundo o médico, outro fator que deve ser considerado, especialmente em regiões com invernos mais rigorosos, é o aumento no consumo de alimentos gordurosos ou de bebidas alcoólicas, o que também contribui para o aumento na pressão sanguínea e impulsiona os riscos de desenvolvimento de problemas cardiovasculares.

TEMPO SECO

No interior paulista, onde o inverno é ameno, ele alerta para o tempo seco e a poluição, que além de terem efeitos negativos no sistema respiratório também representam riscos, especialmente para pacientes cardiopatas.

“Complicações respiratórias deste período de inverno podem fazer com que o coração piore o seu trabalho, com inflamação do músculo cardíaco, a miocardite, ou insuficiência cardíaca. Por isso os pacientes cardiopatas têm indicação anual da vacina da gripe e, dependendo do histórico, vacina pneumocócica, para evitar pneumonia”, explica Toledo.

Os principais sintomas de problemas cardiovasculares são a angina, dor cardíaca, além de falta de ar e cansaço excessivo ou desproporcional ao exercício que está sendo feito. Contudo, o médico alerta para a necessidade de diagnóstico precoce.

“Recomendamos não aguardar sintomas, mas sim manter um acompanhamento cardiológico regular, identificando precocemente e tratando da melhor maneira possível as doenças”, finaliza.

SENTIMENTOS

A pandemia do novo coronavírus (Covid-19) também pode ter efeitos negativos na saúde cardiovascular devido às recomendações de quarentena, distanciamento de familiares ou amigos e sensações de angústia, estresse ou tristeza características do período.

“Frustrações podem levar ao aparecimento de sintomas, sem a doença propriamente, mas podemos ter uma aceleração do coração, insônia, distúrbios de ansiedade. Pode haver um descontrole de pressão arterial ou de diabetes, que somados vão levar a um risco maior do acometimento cardíaco. O sistema cardiovascular reflete bastante o nosso estado de espírito”, pontua o médico cardiologista Felipe Toledo.

PREVENÇÃO

Para prevenir infartos ou derrames, as principais recomendações são a manutenção de uma alimentação equilibrada, pobre em gorduras e rica em alimentos naturais, hidratação com ingestão de água e atividade física – “seja qual for e da maneira que der, considerando as restrições e o uso de máscara”, acrescenta o médico cardiologista Felipe Toledo.

O abandono de vícios ou hábitos como o tabagismo ou o etilismo também está na lista de cuidados, além do controle de doenças.

“Se você é hipertenso, diabético, tem colesterol, já teve infarto, derrame ou alguma artéria entupida, tem que ter um controle rigoroso”, finaliza Toledo.

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