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PÁSCOA

Chocolate, um aliado da saúde?

Nutricionista do Vera Cruz Hospital, Fernanda Carvalho Mangabeira Albernaz, dá dicas de como consumir corretamente a guloseima

Por ALINE REGINA TELLES DE ALMEIDA_WGO Comunicação

18 de abril de 2022, às 07h16 • Última atualização em 18 de abril de 2022, às 07h23

“Eu nunca imaginei que poderia comer chocolate sem culpa. Com o acompanhamento de uma nutricionista, descobri que é possível incluir a iguaria na rotina, mas na quantidade e tipo certo”, conta a bacharel em direito Carla Santos, de 39 anos. “Eu pesava 112 quilos, tentei de tudo para emagrecer: várias dietas, medicações, exercícios, e não conseguia. Foi quando pesquisei sobre a cirurgia bariátrica, me aprofundei no assunto e fiz o procedimento. Hoje, sete meses após a cirurgia, estou com 34 quilos a menos, e ainda posso me dar ao prazer de comer dois quadradinhos de chocolate 70% cacau por dia”.

O caso de Carla faz parte dos 82,6% dos lares brasileiros em que o chocolate está na lista de compras. Fernanda Carvalho Mangabeira Albernaz, nutricionista do Vera Cruz Hospital, explica que a presença do item nas residências pode ser justificada pela sensação de prazer após o consumo. “O chocolate contém mais de 300 substâncias químicas que nos dão a sensação de bem-estar, de concentração e energia, além de melhorar o humor. Por possuir um sabor doce e agradável, faz parte de inúmeras receitas, como brigadeiros, bolos, coberturas, trufas, bombons, achocolatados em pó, e dos próprios tabletes de chocolate que combinam com café expresso e proporcionam aquele momento aconchegante e feliz nas famílias”, detalha.

Na visão da nutricionista, as pessoas não precisam se privar do alimento, mas é fundamental fazer uma boa escolha e comer em pequenas quantidades. “Se a ideia for consumir ovos recheados de chocolate, a dica é procurar por aqueles que possuam frutas secas e castanhas no recheio. Tome bastante cuidado com chocolates que tenham conservantes, pois fazem mal à saúde. Evite também aqueles que possuam gordura vegetal hidrogenada (a chamada gordura “trans”) ou que contenham gordura anidra de leite”, esclarece.

O mercado de doces oferece diversas opções de chocolates, como meio amargo, amargo, extra amargo, ao leite, branco, de soja, de alfarroba, light, diet. Segundo Fernanda, os da linha “amargo” são aqueles que realmente oferecem benefícios à saúde, mas o consumo em excesso (acima de 30g por dia) é prejudicial à saúde. “Os benefícios acontecem pelo fato de o chocolate amargo contar com boas quantidades de pó de amêndoa de cacau em sua fórmula, que, por sua vez, é uma excelente fonte de flavonoides, um poderoso antioxidante que ajuda na redução do risco de doenças cardiovasculares, de câncer, protege o cérebro e é de grande auxílio na redução do colesterol ruim e da pressão arterial”, elenca.

Com maior teor de gordura e açúcar, o chocolate branco é o menos saudável. “Ele não possui o pó de cacau em sua composição, é feito de leite, manteiga de cacau e açúcar, e, muitas vezes, a manteiga de cacau é quase totalmente substituída por gordura vegetal hidrogenada. Sendo assim, não traz benefícios relevantes. Consumir chocolate com poucos nutrientes, muita gordura e açúcares pode causar obesidade, diabetes, dislipidemia, enxaqueca e, consequentemente, elevar o risco de doenças cardiovasculares”, explica.

ACERTE NA ESCOLHA

Para quem não conseguem se controlar e atacm os doces em datas pontuais, a dica é levar em consideração a qualidade e quantidade do chocolate ingerido. Foto: Junior REIS_UnsplashFoto:

Para quem gosta da iguaria, a nutricionista faz recomendações para auxiliar na escolha. O indicado é que tenha pelo menos 50% de cacau (no caso de crianças) ou 70% (no caso de adultos), com quantidade reduzida de açúcares e gorduras. “Além disso, evite aqueles com adoçantes tóxicos na fórmula, como sacarina, ciclamato e aspartame. E compre o que tiver menor quantidade de açúcar. Mesmo que tenha 70% de teor de cacau, é preciso evitar aqueles que têm o açúcar em primeiro lugar na lista de ingredientes”.

Sobre crianças, a nutricionista ressalta que o consumo de açúcar só é liberado a partir dos dois anos de idade e, ainda, que é preciso respeitar o horário de alimentação na hora de introduzir a iguaria na rotina dos pequenos. “Para crianças, é bom saber que o chocolate precisa ter, pelo menos, 50% de teor de cacau em sua composição e ser livre de açúcares. No entanto, como criança é criança, você pode até comprar aqueles que possuam esse ingrediente”, conclui.

Escolha porções menores: em vez de pegar um ovo de Páscoa inteiro, pegue pedaços menores para não boicotar a dieta. Evite comer chocolate de estômago vazio. Dê preferência para comer o chocolate como sobremesa, pois evita que o consumo seja excessivo. E não deixe de praticar atividade física para evitar que as calorias a mais se transformem em ‘gordurinhas’ mais tarde”, conclui.

Páscoa requer cuidados com os pets em casa

Consumo de chocolate pode ser prejudicial para a saúde de gatos e cães; confira outros alimentos que também são danosos para o bem-estar dos animais

A Páscoa é uma celebração bastante presente nos lares brasileiros e, entre as tradições que ela traz, está o consumo de diversos pratos, como a tradicional bacalhoada, arroz de forno, salada de maionese e, ainda, o protagonista da comemoração: os ovos de chocolate. Todas essas delícias, porém, são uma verdadeira ameaça para a saúde dos pets. Os tutores precisam ter cuidado redobrado com os gatos e cães durante as celebrações para que os animais não sejam prejudicados, afinal esses alimentos podem ser tóxicos para eles.

Confira as dicas de Natália Lopes, Médica-Veterinária e Gerente de Comunicação Científica da empresa, sobre como o tutor pode proceder caso tenha algum problema neste sentido.

Chocolate

A teobromina, substância presente no cacau (em maior concentração nos chocolates do tipo amargo e de preparo culinário), pode causar intoxicação quando consumida mesmo em pequenas quantidades, acarretando vômito, diarreia, agitação, arritmia cardíaca, espasmos musculares e convulsões, podendo levar à morte. Geralmente os sintomas de intoxicação ocorrem cerca 6 a 15 horas após o consumo de qualquer tipo de chocolate ou receitas com o ingrediente. A teobromina é lentamente eliminada do organismo, e possui um efeito cumulativo, o que significa que ingestões repetidas em quantidades menores (não tóxicas) ainda podem causar a intoxicação.

Alho e cebola

Desde 1930 é conhecida a sensibilidade dos cães e gatos ao alho e cebola, sejam crus, cozidos ou desidratados. Essas substâncias provocam alterações nas hemácias (células sanguíneas) dos gatos e cães, levando-as à ruptura, e consequentemente, anemia. A gravidade do efeito é dose-dependente, e mesmo quantidades muito pequenas podem ser tóxicas. Os sintomas são secundários à anemia, aparecem dias após a ingestão, e incluem membranas mucosas pálidas, taquicardia, taquipneia, letargia e fraqueza. Vômito, diarreia e dor abdominal também podem se apresentar. Casos graves evoluem para icterícia e insuficiência renal, podendo levar à morte.

Uvas e passas

Cães acometidos normalmente apresentam dores gastrintestinais seguidas por insuficiência renal aguda. Os sinais iniciais de toxicidade neste caso são vômito, seguido por letargia, anorexia, diarreia, dor abdominal, ataxia e fraqueza, que podem aparecer nas primeiras 5-6 horas após a ingestão. Os sinais da insuficiência renal aguda são menos frequentes e podem ocorrer com 24 horas ou dias depois, e se caracterizam por anorexia, apatia, vômito, diarreia, ataxia e convulsões. A gravidade da intoxicação não parece estar relacionada diretamente à quantidade ingerida.

De modo geral, evite fornecer quaisquer alimentos que não foram desenvolvidos especificamente para cães e gatos ou não prescritos pelo Médico-Veterinário. Além dos riscos citados acima relacionados a intoxicações, outros alimentos podem provocar desconfortos digestivos, flatulência, vômitos e diarreia. Também existem riscos relacionados à segurança do animal, por exemplo, quando da ingestão de ossos e o risco de perfuração esofágica. Além disso, desenvolver este hábito de ceder nossos alimentos aos nossos pets também pode levar a uma desnutrição, uma vez que provoca um desbalanço nutricional.

Meu pet comeu os alimentos proibidos, e agora?

Se o tutor vir ou suspeitar que seu pet tenha ingerido alguns desses alimentos, ou qualquer outra coisa fora do habitual, deve conectar-se imediatamente com o seu Médico-Veterinário e explicar a situação.

Caso perceba sintomas de intoxicação, o tutor deve levar o pet imediatamente ao Médico-Veterinário para que o tratamento adequado possa ser realizado o mais rápido possível, para evitar danos à saúde do animal. Não é recomendado a administração de qualquer substância ou medicamento que não tenham sido orientados.

Referências: FEDIAF Diretrizes Nutricionais – 2018

Assessoria de Imprensa ROYAL CANIN® – InPress Porter Novelli

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