Velocidade
Reportagem do LIBERAL enfrenta dia de mecânico
Profissionais da equipe Hot Car Competições ensinaram sobre as três etapas de uma troca de pneu dentro da Stock Car
Por Rodrigo Alonso
09 de novembro de 2019, às 08h26 • Última atualização em 27 de abril de 2020, às 12h07
Link da matéria: https://liberal.com.br/esporte/reportagem-do-liberal-enfrenta-dia-de-mecanico-1103669/
Tive um dia de mecânico da Stock Car nesta sexta-feira, no Autódromo Velo Città, em Mogi Guaçu. Apesar de toda a dificuldade e lentidão, consegui concluir todas três as etapas de uma troca de pneu. A experiência foi proporcionada pela equipe Hot Car Competições.
Primeiro, eu me arrisquei no “air jack”, o sistema de macaco inflável. A minha função era injetar ar numa válvula localizada na parte traseira, por meio de uma mangueira.
Quando o carro estivesse no alto, eu tinha de tirar a mangueira. E, depois que os outros mecânicos tivessem terminado a troca de pneu, cabia a mim soltar a válvula para que o veículo voltasse ao chão.
Nas duas primeiras tentativas, me enrolei nesse terceiro passo. Peguei o jeito de verdade só na terceira vez. Na Hot Car, essa função fica a cargo de Renato Ferreira.
Em seguida, fui para os pneus. A troca em si é feita por dois mecânicos. De forma resumida, na Hot Car, Fábio Pascoal tira o pneu, e Luciano Miranda encaixa um novo.
Fiz primeiro a retirada do pneu. Com a ajuda de uma pistola, eu precisava desenroscar a porca, tirar o pneu velho e firmar o pneu novo. Confesso que passei vergonha. Pode-se dizer que deu certo, pois finalizei o procedimento, mas meus tempos foram lamentáveis. Os encaixes exigem prática.
Por fim, fiquei responsável pelo encaixe do pneu novo. Bastava colocá-lo com precisão no local correto. Nessa etapa, tivemos um recorde de 5s76.
No entanto, segundo o chefe da equipe, Amadeu Rodrigues, a troca de um pneu não pode passar de três segundos numa corrida. “O desempenho dessa equipe de troca de pneus é importantíssimo, tanto quanto na Fórmula 1. Se a gente perder dois segundos aqui, na pista, às vezes, você não consegue recuperar”, disse.
De acordo com ele, até atingir o desempenho adequado, os mecânicos treinam todos os dias, durante uma hora. Também há a necessidade de um bom condicionamento físico.
“É um treino de reflexo e eles que são as peças-chaves no pit”, afirmou o único piloto da Hot Car na Stock, Rafael Suzuki, que ocupa o 20º lugar na classificação geral.