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Rio Branco 90

Passo a passo da campanha: plano começou um ano antes

Projeto até conquista do acesso passou pela saída de técnico antes do início da campanha; veja fotos dos atletas e saiba onde estão atualmente

Por Claudio Gioria

01 de dezembro de 2019, às 08h26 • Última atualização em 27 de abril de 2020, às 12h17

Luiz Carlos Ferreira, o Ferreirão, seria o técnico do Rio Branco em 1990. Ele havia encerrado a Divisão Especial de 1989 no cargo após substituir Walter Zaparolli e planejava a temporada seguinte quando o supervisor de futebol, Afrânio Riul, decidiu ir buscar no Operário (MS) três jogadores que já havia visto jogar: Silva, Bugre e Gilson.

Ferreirão não gostou, achou que era ele quem deveria montar o time e foi embora. Era dezembro de 1989 e mais uma vez o nome do próprio Afrânio voltava a ser cotado para treinar o time, algo que ele descartava desde quando havia voltado ao clube como supervisor, em junho daquele ano.

Foto: Arquivo / Claudio Gioria
Times perfilados antes da partida de estreia diante da Central Brasileira de Cotia

Nomes foram aparecendo, entre eles Nicanor de Carvalho, João Magoga, Zé Duarte, Ernesto Guedes, Borba Filho e Lauro Burigo. Não houve acerto. Enquanto isso, Afrânio seguiu com a montagem do elenco e foi buscar mais dois jogadores no mesmo Operário, Jorge Luis e Cido.

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A pedido de Afrânio, o garoto Macedo voltou de empréstimo do Palmeiras de Porto Ferreira e assinou contrato. Para ficar, teve de cortar o cabelo, apelidado pelos companheiros de “Três Andares”, para transmitir uma imagem mais séria. Afrânio trouxe ainda o atacante Rinaldo, colocou o ex-zagueiro Agenor como auxiliar, negociou a manutenção de jogadores do ano anterior e acabou aceitando o desafio: seria o técnico do grupo que havia montado.

Foto: Arquivo / Divulgação
Chegada em Americana

O time, que se concentrava no Florença Palace Hotel, encaixou desde o início da competição e poucos reforços foram necessários durante a maratona que era a Divisão Especial: 42 jogos para quem chegasse ao fim, entre março e dezembro. Na 1ª fase, o Tigre teve a melhor campanha entre os 26 participantes. Na 2ª, repetiu a dose. Na 3ª, foi o melhor de seu grupo e garantiu vaga no hexagonal final com duas rodadas ainda por jogar. Dos seis finalistas, quatro subiriam.

Clique aqui e confira as fichas técnicas de todos os jogos do Rio Branco na campanha do acesso

O início da fase decisiva assustou a torcida. Em três jogos, o time perdeu um e empatou dois, mas conseguiu reagir na sequência. O acesso veio com um empate sem gols em Olímpia, em uma tarde de sábado, na penúltima rodada.

Foto: Arquivo / Divulgação
Invasão de campo em 1990, após Rio Branco x Comercial

Na volta, a delegação dormiu em Limeira para ser recebida com festa no domingo pela manhã. Uma caravana de 150 veículos seguiu o carro dos bombeiros onde estavam jogadores, dirigentes e comissão técnica. Na sede social, 5 mil litros de chope e 5 mil litros de refrigerantes. À época, estimou-se de 4 mil a 5 mil pessoas na festa, que foi até as 15h30.

“A cidade inteira em festa. Uma carreata, fogos, rojões, todo mundo festejando. Essa é uma cena que me marcou muito”, conta Chico Sardelli, que era o presidente do clube naquele ano.

O tão sonhado acesso chegou com o vice-campeonato, mas na soma de todas as fases ninguém fez mais pontos que o Tigre, nem mesmo o Olímpia, que embora tenha disputado quatro partidas a mais (46 x 42), somou três pontos a menos que o Rio Branco (60 x 57). O Tigre teve ainda o melhor ataque da competição, com 61 gols.

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