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Estrela da natação

‘Tenho propostas para ir aos EUA’, revela Murilo Sartori

Destaque na natação, americanense foca em vaga para os Jogos Olímpicos do Japão, no próximo ano, mas também começa a pensar no seu futuro

Por Rodrigo Alonso

22 de dezembro de 2019, às 07h49 • Última atualização em 30 de junho de 2021, às 18h23

Principal promessa brasileira na natação, o americanense Murilo Sartori passa por um momento de decisões pessoais e profissionais, conforme revelou em entrevista ao LIBERAL. Ele concluiu o ensino médio neste ano e não pensa em fazer faculdade em 2020, quando focará apenas em buscar uma vaga nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Porém, o atleta de 17 anos já começa a planejar o futuro.

Sem o apoio necessário no Brasil, Murilo cogita mudar de país após as Olimpíadas. Ele afirmou, inclusive, ter recebido propostas de universidades dos Estados Unidos, onde poderia aliar treinos e estudos.

Mas o atleta vai continuar na equipe Natação Americana, com o técnico Fabio Cremonez, pelo menos até a seletiva olímpica, que será o Campeonato Brasileiro Absoluto, denominado Troféu Maria Lenk. A competição está marcada para abril, no Rio de Janeiro.

Murilo é treinado por Fabio desde quando deu suas primeiras braçadas, aos 9 anos. Em 2019, essa parceria rendeu uma medalha de bronze no Mundial Júnior e uma quinta colocação no Troféu Maria Lenk, além de títulos e recordes nacionais na categoria Júnior.

Murilo começa a pensar no seu futuro e estuda possibilidades – Foto: João Carlos Nascimento / O Liberal

Como foi este ano de 2019 para você?

Consegui muitos objetivos que eu tinha traçado no começo do ano. A gente já pode começar pelo Maria Lenk, em abril, onde eu consegui três melhores marcas. Foi uma competição muito boa para mim, que me colocou num parâmetro nacional um pouco mais para o lado do Absoluto, fora do de categoria. Gostei bastante dessa competição. Isso me classificou para o Mundial. E chegar ao Mundial, pegar aquela medalha, foi muito importante para mim.

Você também tem sido destaque na mídia nacional e já deu até autógrafos. Como é para um rapaz de 17 anos passar por tudo isso?

É meio esquisito, porque eu me vejo, dois anos atrás, pedindo autógrafos, olhando as pessoas mais velhas, olhando o que elas faziam, tentava copiar. E, hoje, algumas pessoas fazem isso comigo. Então, é um pouco estranho para mim ainda. Não sei lidar muito bem com isso, mas fico muito feliz por saber que estou sendo reconhecido pelo que eu faço.

E quais são seus planos para 2020, que será um ano olímpico?

Eu tenho um sonho de chegar à Olimpíada. Depois dessa temporada de 2019, realmente vi que é possível. Tive uma melhora muito expressiva. Então, agora acho que é mais treinar, acreditar em mim mesmo. Eu e o Fabio já traçamos objetivos, e o objetivo é estar na Olimpíada. Então, agora é, no treinamento, lutar todos os dias.

E fora das piscinas, o que você está planejando para a sua vida? Pensa em fazer faculdade?

Nesse ano agora, até as Olimpíadas, vou ficar bem de boa mesmo, aproveitar para focar bastante na natação. Depois disso, não sei ainda. Tenho propostas para ir para os Estados Unidos, fazer faculdade e nadar lá. Ao mesmo tempo, estou focando na natação. Então, já estou me preparando um pouco para o meu futuro, para o que vai acontecer depois das Olimpíadas, se eu vou mudar para fora, se vou continuar aqui. Agora, vou ficar focado mais na natação mesmo. E aí, depois da Olimpíada, vou resolver o que vou fazer. Eu gostaria bastante de fazer a parte de administração, negócios, seguir a linha da família. Meu pai teve loja, meu irmão trabalha lá. Então, essa parte que me chama bastante atenção, para conseguir gerenciar, talvez, uma equipe de natação.

Você tem proposta também aqui no Brasil para mudar de equipe?

Ainda não. Aqui no Brasil, está sendo difícil. Acho que não estou tendo investimento em mim. É difícil até, porque eu gostaria de ficar no Brasil por mais tempo, junto com o Fabio, com a minha família. Mas, realmente, está bem difícil. Não tenho muitas opções aqui. Mas a gente ainda está vendo qual é a melhor opção. Vamos esperar um pouco talvez depois da Olimpíada, se eu realmente pegar Olimpíada, se eu for bem na seletiva. Talvez, apareçam algumas propostas a mais.

Você já concluiu o ensino médio neste ano, mas como estava sendo sua rotina na escola? Como você conseguia conciliar a natação e os estudos?

Este ano foi bem difícil. Tive de sair da sala de aula em que eu estudei desde o 5º ano. Tive de mudar para a noite, justamente para focar na natação. Acabei perdendo um pouco do vínculo que eu tinha com os meus amigos. Mas acho que tudo isso é importante. Eles sempre me apoiaram. Todos os professores me conhecem, sabem o que eu faço. Os diretores sempre me apoiam, sempre veem meus resultados, sempre me parabenizam. E eu fico muito feliz.

Murilo, conta também como foi seu início na natação. O que te fez ingressar no esporte?

Eu comecei num acaso. Lembro que eu não gostava muito da natação e acabei vindo ver alguns treinos do meu irmão [Lucas Sartori]. Foi na época que a gente teve a mudança de treinador. Então, conheci o Fabio aqui [Centro Cívico] e ele começou a tentar me puxar para a natação. Eu fui gostando do treino dele, a gente foi se encaixando. A partir disso, a gente criou um vínculo muito grande, eu e ele. Fomos cada vez mais crescendo em competições, ganhando bons resultados em torneios menores. E aí a gente foi criando cada vez objetivos maiores, tentando cada vez coisas maiores. E acho que tudo isso deu certo.

E, na sua visão, qual é o seu diferencial? O que te fez atingir esse patamar na modalidade?

Acho que não tem diferencial nenhum. Sempre gostei do que eu faço, amo a natação, não consigo ver mais a minha vida fora da natação. O que eu gosto de fazer é, todo dia que eu chego nessa piscina, tentar dar o meu máximo, fazer aquilo que eu amo. Sei que tem momentos ruins e momentos bons, mas, independente de tudo isso, faço a natação por amor.

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