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Futebol

Uefa admite relaxar regras do fair-play financeiro por causa da crise

Por Agência Estado

07 de abril de 2020, às 16h21 • Última atualização em 27 de abril de 2020, às 11h56

A Uefa analisa realizar mudanças nas regras do fair-play financeiro em resposta à súbita perda de renda sofrida pelos clubes por causa da parada abrupta de torneios na Europa. As regras entraram em vigor há uma década, na sequência da crise financeira global que causou o colapso de bancos, tudo para impedir que os clubes europeus sofressem grandes perdas.

A legislação para manter as contas em ordem, forçando os clubes classificados para a Liga dos Campeões e a Liga Europa a gastar apenas o que arrecadam, buscava evitar que proprietários com fortunas imensas injetassem fundos para transferências e pagamento de salários.

Agora, essas contribuições em dinheiro dos investidores podem ser necessárias para preservar o bem-estar financeiro dos clubes. Alguns times como o Tottenham, que chegou à final da Liga dos Campeões em 2019, se beneficiaram da ajuda governamental, colocando em licença funcionários, para que não precisasse bancar seus salários na integralidade.

A Uefa, enquanto tenta determinar quando pode retomar a temporada, avalia as mudanças que seriam necessárias à medida que a pandemia atinge as finanças do futebol europeu.

“A tarefa de um grupo de trabalho é analisar como o processo de fair play teria que ser adaptados levando em conta os desafios extraordinários que os clubes enfrentam como resultado da crise da covid-19”, disse a Uefa à Associated Press nesta terça-feira. “A situação evolui rapidamente e o grupo de trabalho monitora regularmente a situação, a fim de apresentar uma proposta nas próximas semanas.”

O presidente da Liga Espanhola, Javier Tebas, tem apoiado firmemente fair play financeiro, em particular para punir Paris Saint-Germain e Manchester City por se beneficiarem dos recursos de proprietários árabes ricos. O clube inglês foi, inclusive, banido da Liga dos Campeões pelas próximas duas edições.

Mas Tebas agora relaxou sua posição sobre os proprietários que são capazes de sustentar clubes com suas fortunas, se isso não distorcer as contratações. “Se essas pessoas querem investir muito dinheiro no futebol para reduzir dívidas de clubes, acho que deveria ser analisado e poderia ser possível.”

De acordo com os dados mais recentes da Uefa, os clubes da Europa alcançaram um lucro combinado de 140 milhões de euros (R$ 797 milhões, na cotação atual) em 2018, comparado a perdas de 1,663 bilhão de euros (R$ 9,46 bilhões) em 2009, antes do fair play financeiro entrar em vigor.

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