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Futebol

Tite promete acelerar o processo de renovação da seleção

Técnico deverá aproveitar que o próximo compromisso oficial será apenas no ano que vem e acelerar a renovação do elenco

Por Agência Estado

09 de julho de 2019, às 07h00 • Última atualização em 27 de abril de 2020, às 12h42

Precisando conquistar a Copa América para não ver seu trabalho visando o Mundial do Catar minado – ou até mesmo interrompido – três anos antes, Tite preferiu ser ortodoxo e renovou pouco a seleção que ganhou no último domingo a competição continental. O treinador repetiu 14 nomes que fracassaram na Copa da Rússia. Agora, ele deverá aproveitar que o próximo compromisso oficial será apenas no ano que vem e acelerar a renovação do elenco.

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
Tite preferiu ser ortodoxo e renovou pouco a seleção que ganhou a Copa América

A seleção começará a disputar as Eliminatórias para a Copa do Catar apenas em março, e até lá irá se ocupar com amistosos nas datas Fifa – serão seis jogos entre setembro e novembro. A tendência é de que as partidas sirvam para lançar novos nomes e consolidar atletas mais jovens que tiveram bom desempenho na Copa América.

“Vamos construir de novo a equipe, novos atletas vão surgindo, novas promessas vão acontecendo. Para nós, o trabalho de selecionar é difícil. Quem diria que o Everton ia virar titular e ser o melhor em campo na final?”, ponderou Tite após a final diante do Peru.

Na Copa América, a maior renovação aconteceu do meio para a frente, com Richarlison e David Neres, além de Everton. Apenas o jogador do Grêmio deu a resposta esperada à comissão técnica. Com isso, nomes como Vinicius Júnior, do Real Madrid, e Pedro, do Fluminense, devem ganhar espaço.

As maiores mudanças, contudo, deverão ser feitas no campo defensivo. Setor mais regular e eficiente desde que Tite assumiu, parte da defesa brasileira está ficando “velha” e dificilmente terá condições de disputar a Copa do Mundo do Catar.

Jogadores mais experientes ainda relutam em reconhecer que seus ciclos na seleção estejam terminando, mas alguns já deixam escapar que avistam o fim da linha. “Esperamos dar continuidade, mas é natural, muitos vão sair”, admitiu o zagueiro Miranda, que fará 35 anos em setembro.

Titular no Mundial da Rússia, ele foi desbancado por Marquinhos, de 25, na Copa América. Mesmo assim, o defensor da Inter de Milão espera continuar na seleção. “Tem de dar oportunidade para que os jovens que estão chegando consigam suportar toda a pressão de jogar na seleção brasileira. A gente mostrou isso com a mescla de experiência e juventude.”

Marquinhos já vê uma nova base surgindo, mas ao mesmo tempo evita considerar uma mudança muito grande. “Alguns jogadores surgem, outros caem um pouco de nível. Acho que todos aqui podem estar na Copa do Mundo. Isso não depende da idade”, destacou, citando as atuações de Daniel Alves e Thiago Silva.

Titular na decisão, o lateral-esquerdo Alex Sandro tem a admiração de Tite desde antes da Copa da Rússia. Deverá permanecer na seleção e tem tudo para virar o dono da posição, pelo menos nas próximas convocações. Isso porque, além de ser mais novo, seus principais concorrentes, Filipe Luís e Marcelo, caíram bastante de rendimento em seus clubes na temporada passada.

CRIAÇÃO – O setor que mais preocupa Tite é o mesmo de sempre: o de criação. O treinador sofreu com isso na Rússia, depois da Copa e no torneio continental recém encerrado. Falta alguém para ditar o ritmo no meio de campo.

Philippe Coutinho apresenta altos e baixos, mas é bem visto por Tite pela capacidade de finalização. Arthur, que se destaca pela qualidade do passe, ainda parece retraído na seleção. Nenhum dos dois tem a característica de “ritmista” esperada pelo técnico, mas continuarão sendo chamados porque são úteis na engrenagem montada pela comissão técnica.

Quem também deve ganhar novas chances é o volante Allan. “O pensamento é esse, de continuar. Nos treinamentos e nas oportunidades que tive, acho que deixei uma boa impressão”, avaliou o jogador.

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