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Futebol

Rooney se revolta com pressão por redução de salários: ‘Somos bodes expiatórios’

Por Agência Estado

05 de abril de 2020, às 11h05 • Última atualização em 27 de abril de 2020, às 11h58

O veterano Wayne Rooney, atualmente no Derby County, time da segunda divisão inglesa, ficou revoltado com a forte pressão das autoridades britânicas para que os jogadores reduzam os seus salários durante a pandemia do novo coronavírus.

Ex-capitão da seleção inglesa e ídolo do Manchester United, Rooney escreveu um artigo de opinião no jornal The Sunday Times em que critica veementemente o governo britânico. Segundo o jogador, os atletas são “alvos fáceis”.

“Eu estou numa posição que me permite largar qualquer coisa, o que não é o caso de todos os futebolistas. E, subitamente, todos são confrontados com um pedido de redução de salários de 30%. Por que os jogadores são os “bodes expiatórios”?” questionou Rooney. “Somos alvos fáceis”.

“Se o governo me contatar para que ajude financeiramente enfermeiros ou que financie a compra de ventiladores, ficarei orgulhoso de o fazer, enquanto souber para onde vai o dinheiro”, sublinhou Rooney.

As críticas de Rooney são direcionadas principalmente ao ministro da Saúde britânico, Matt Hancock, que fez um apelo nesta semana para os jogadores profissionais se juntarem ao “esforço nacional” e reduzirem seus vencimentos no momento em que o país passa por uma crise em razão das medidas restritivas como forma de conter a propagação da covid-19.

“Como os últimos dias se desenrolaram é uma desgraça. Primeiro o ministro da Saúde, Matt Hancock, disse que os jogadores da Premier League deveriam ter um corte nos salários. Ele deveria estar dando ao país as últimas notícias sobre a maior crise que enfrentamos em nossas vidas”, reclamou o veterano de 34 anos. “Será que ele está desesperado para tirar a atenção de como o governo está lidando com essa pandemia?”, insinuou.

Neste sábado, os jogadores do Campeonato Inglês rejeitaram uma proposta dos clubes para cortar seus salários em 30% durante a pandemia do coronavírus, com o sindicato dos atletas alegando que o governo perderia mais de 200 milhões de libras (mais de R$ 1,312 bilhão) em impostos.

Os jogadores da Premier League estão, por enquanto, na contramão da maioria dos atletas das outras ligas europeias, que aceitaram diminuir seus salários. Desde a paralisação dos campeonatos por conta do coronavírus, no início de março, alguns clubes ingleses anunciaram cortes nos vencimentos dos funcionários, casos de Tottenham, Bournemouth, Norwich, Newcastle e o Liverpool. Essas agremiações colocaram seus funcionários em recesso, se aproveitando que o governo decidiu bancar 80% dos salários, até um limite de 2,5 mil libras (aproximadamente R$ 16,4 mil) por mês, em uma iniciativa para evitar demissões.

Segundo dados do governo, a Grã-Bretanha registrou até este domingo mais de 48 mil casos de pessoas infectadas pela covid-19, com quase 5 mil mortes.

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