17 de abril de 2024 Atualizado 23:47

8 de Agosto de 2019 Grupo Liberal Atualizado 13:56
MENU

Publicidade

Compartilhe

Futebol

Presidente estima que Atlético-MG deve R$ 700 mi, mas diz: ‘Não é clube falido’

Por Agência Estado

24 de outubro de 2019, às 21h00 • Última atualização em 27 de abril de 2020, às 12h27

O presidente do Atlético-MG, Sérgio Sette Câmara, concedeu uma longa entrevista coletiva nesta quinta-feira na Cidade do Galo, onde acompanhou o treinamento realizado pela equipe comandada por Vagner Mancini e abordou diversos assuntos. E entre os principais esteve a complicada situação financeira atual do clube. Ao abordar o tema, o dirigente revelou uma série de detalhes, como por exemplo o fato de que estima que a dívida atual atleticana seja de cerca de R$ 700 milhões.

Apesar do cenário desfavorável, Sette Câmara exibiu muito otimismo ao projetar o futuro, assegurando que na sua gestão as pendências serão honradas e o time alvinegro consequentemente voltará a trilhar o caminho das vitórias e dos títulos dentro de campo. Ele fez esta previsão lembrando também que várias outras agremiações da elite do futebol nacional enfrentam sérias dificuldades para pagar as suas contas atualmente.

“Tem muitos clubes por aí que não têm a menor noção do que devem. Eu sei o que devo, agora é encontrar caminhos pra sair do buraco. Em termos simplistas, o Atlético tem, hoje, uma receita que é inferior à despesa dele. Mas não é muito. Depende do ano. Tem ano que é maior, tem ano que é pior. O que mata o Atlético é o endividamento de anos e anos que continua a crescer. Já foi de 500, 600, 700 (milhões de reais). Se paga aí alguma coisa de R$ 66 milhões de juros e encargos. Dinheiro que poderia ser aplicado no futebol”, ressaltou o presidente.

“É segredo pra alguém que o Atlético é um dos clubes que mais devem no Brasil? Acho que não, né? A dívida do Atlético gira em torno de 700 milhões de reais. 280 (milhões) é dívida tributária, o resto são dívidas de médio e curto prazo”, revelou.

E ele fez questão de ressaltar que o clube não está enfrentando um processo de falência. “Quero que o torcedor entenda que nós estamos, sim, construindo um Atlético que vai ser protagonista. O Atlético vai ser um dos grandes clubes protagonistas. Eu garanto isso ao torcedor. O Atlético não é um clube falido. Está passando por uma situação complicada, mas tem solução”, assegurou.

E uma das razões para dar entrevista coletiva nesta quinta-feira foi a de explicar as práticas que a sua gestão está adotando para tirar o Atlético “do buraco”. Uma das iniciativas para o clube sanear as dívidas e poder voltar a trabalhar no azul no futuro foi contratar os serviços de uma importante empresa inglesa de auditoria e consultoria, a Ernst & Young, para traçar um plano estratégico a longo prazo.

“É um plano estratégico de gestão. Isso tudo será encaminhado ao Conselho (Deliberativo). O Conselho, na minha gestão, sempre foi informado e opina em tudo. Para que vocês saibam, a empresa também está fazendo um trabalho no Athletico-PR, no São Paulo, no Palmeiras, no Santos, no RB Brasil, no Fluminense, no Grêmio, no Inter e agora no Flamengo”, destacou.

SALÁRIOS ATRASADOS – Entre as dívidas altas do Atlético estão os salários atrasados do elenco profissional, que Sette Câmara está confiante de que serão quitados até o final deste ano. E o dirigente citou até uma conversa que teve com o goleiro Victor, hoje reserva da equipe, mas ídolo histórico do clube, na qual fez uma espécie de promessa ao jogador.

“Estava brincando com o Victor outro dia. Falei: Victor, eu nem durmo quando tem essa questão de salário atrasado no Atlético, porque eu trabalho muito, muito, muito internamente, viajo muito, tenho ido atrás de instituições, tentando conversar com fundos para tentar criar soluções interessantes para que a gente possa estar, de alguma maneira, gerando recursos para o clube’. E aí brinquei com ele e falei: ‘O salário pode estar atrasado aqui, mas hoje eu diria para você que as chances de vocês virarem o ano sem dívida é grande, porque vamos receber um valor grande em dezembro e vamos colocar os salários em dia e pagar o 13º”, revelou o presidente.

E Sette Câmara apontou como um motivo importante para os atrasos nos pagamentos dos salários do time atleticano a nova forma de repasse de verbas aos clubes adotado pela Rede Globo, detentora dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro.

“Este ano foi o primeiro em que houve uma mudança na forma de remuneração da televisão. Então, isso impactou muito nos clubes. Por isso, tem muitos clubes que estão com dificuldades financeiras nestes meses agora de outubro e novembro. Não é só o Atlético. São vários clubes que estão com essa dificuldade, porque foi feita uma divisão em que foi feito um pagamento de um terço no primeiro semestre, que é praticamente igual para todo mundo. O restante é dividido em: colocação final no Campeonato Brasileiro e exposição, que vai de Globo, canal fechado e tem toda uma avaliação. Esse pagamento acontece em dezembro”, explicou o dirigente.

CAZARES – E o dia do Atlético-MG foi mesmo repleto de notícias nesta quinta-feira. Uma delas, também bastante importante, foi a de que o jogador Juan Cazares se livrou de ser indiciado pela Polícia Civil de Minas Gerais após ser acusado de agressão e estupro durante uma festa ocorrida na madrugada do dia 9 de setembro, em uma casa que o atleta tem em Lagoa Santa, município da região metropolitana de Belo Horizonte.

Após a conclusão do inquérito, que durou 30 dias, as autoridades disseram não ter encontrado indícios suficientes de autoria ou mesmo materialidade para indiciamento do jogador. E isso após a investigação ter colhido depoimentos de diversos envolvidos no episódio.

Pesou positivamente para o equatoriano também o fato de que a Polícia Civil conseguiu comprovar que ocorreram agressões entre as próprias mulheres que disseram terem sido vítima de prática violenta por parte do atleticano. As duas envolvidas nesta farsa, porém, foram punidas apenas com um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) e elas foram liberadas pela polícia.

A quinta-feira, entretanto, não foi só de notícias boas para Cazares. Horas após a decisão positiva para ele na Justiça, em julgamento ocorrido à noite, no Rio, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) condenou o jogador a cumprir duas partidas de suspensão. A punição ocorreu pela sua expulsão na derrota por 4 a 1 para o Grêmio, sofrida em jogo da 25ª rodada do Brasileirão, no estádio Independência, em Belo Horizonte.

Naquela ocasião, ele recebeu o cartão vermelho por causa de uma solada no pé do gremista Luan, em irregularidade constatada pelo juiz após auxílio ao VAR. Como já cumpriu um jogo de suspensão automática, no empate com o CSA, em Maceió, e em seguida defendeu a equipe mineira contra o Santos no último domingo, ele se tornou desfalque confirmado para o confronto deste domingo, contra o São Paulo, às 16 horas, no Morumbi, pela 28ª rodada do Brasileirão.

Publicidade