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Futebol

Platini é liberado da prisão após interrogatório policial: ‘Dói’

Por Agência Estado

19 de junho de 2019, às 09h08 • Última atualização em 27 de abril de 2020, às 12h46

Após um dia de interrogatório policial focado no período em que foi uma das figuras centrais da gestão do futebol mundial, Michel Platini foi liberado da prisão na madrugada de quarta-feira e disse que encarou uma experiência dolorosa diante de tudo o que fez pelo esporte.

Convocado na terça-feira de manhã para testemunhar em uma investigação francesa sobre corrupção no processo de escolha do Catar como sede da Copa do Mundo de 2022, o ex-presidente da Uefa disse que esperava ser questionado apenas como testemunha, como também fez há 18 meses.

“Eu cheguei e fui imediatamente levado sob custódia. Isso dói. Dói por tudo o que posso pensar, tudo que fiz. Dói, dói. Mas depois eles fizeram o seu trabalho e, em seguida, tentamos responder a todas as perguntas”, disse.

Estrela da seleção da França e da Juventus, o ex-meia disse que os investigadores o questionaram sobre uma série de torneios, incluindo a Eurocopa de 2016, as Copas do Mundo da Rússia em 2018 e do Catar em 2022, torneios em que participou diretamente do processo de escolha das sedes com o presidente da Uefa e vice da Fifa. Os investigadores também o questionaram sobre o Paris Saint-Germain, comprado por um grupo do Catar em 2011.

“Foi longo, mas dado o número de perguntas, não poderia ser diferente”, disse Platini, acrescentando que se sentiu “em paz”. “Eu me sinto totalmente estranho a qualquer um desses assuntos. Este é um assunto antigo, você sabe disso, nós explicamos isso. Eu sempre me expressei com total transparência em todos os jornais. É isso, eles investigam.”

Além de Platini, Sophie Dion, uma conselheira esportiva na administração do ex presidente francês Nicolas Sarkozy, também foi detida na terça-feira para interrogatório, sendo mais tarde libertada. Já Claude Gueant, ex-secretário-geral do palácio presidencial do Eliseu sob Sarkozy, foi apenas interrogado.

Esses envolvimentos acrescentaram uma conotação política à investigação da polêmica de se realizar a Copa do Mundo de 2022 no Catar, onde, pelo seu calor, o torneio teve de ser transferido de junho e julho para novembro e dezembro. A votação secreta da Fifa em 2010 surpreendeu, pois a nação do Golfo Pérsico não possui tradição no futebol, embora esteja investindo bilhões no esporte.

Antes da votação da Fifa, Sarkozy organizou uma reunião em novembro de 2010 que contou com as presenças de Platini e Tamim bin Hamad al-Thani, então o príncipe herdeiro do Catar e agora seu emir. No ano seguinte, um grupo de investimentos do Catar comprou o Paris Saint-Germain e começou a gastar muito em contratações, incluindo as de Kylian Mbappé e Neymar. Sarkozy é torcedor do PSG e costumar ir ao estádio para acompanhar os jogos do time.

Promotores franceses estão investigando uma série de propostas vencedoras para grandes eventos esportivos, incluindo as Copas do Mundo de 2018 e 2022, os Jogos Olímpicos de Tóquio e Mundiais de Atletismo. Escândalos em cascata no futebol, no atletismo e no esporte olímpico atingiram dirigentes de organizações com acusações como compra de votos, propinas e suborno.

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