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Futebol

Dono do Valladolid, Ronaldo melhora estrutura do clube e quer criar ‘alicerces’

Por Agência Estado

15 de setembro de 2019, às 08h20 • Última atualização em 27 de abril de 2020, às 12h33

Quando Ronaldo Fenômeno comprou 51% das ações do Real Valladolid e se tornou dono da equipe espanhola, em setembro de 2018, muitos esperavam uma mudança imediata de patamar da modesta equipe. Mas, diferentemente do que acontece quando xeques milionários assumem times de futebol e investem volumosas quantias de dinheiro, o brasileiro não fez loucuras financeiras e começou sua nova empreitada no futebol preocupado em criar um alicerce: os primeiros gastos e esforços foram voltados para melhorar a infraestrutura antes de se pensar na chegada de grandes estrelas.

Para se manter inteirado de tudo que acontece no time enquanto atende seus outros compromissos comerciais, Ronaldo recebe relatórios no escritório recém-criado pelo Valladolid em Madri, onde ele mora. Estar perto da capital espanhola e, por consequência, dos grandes anunciantes, também é visto no clube como uma oportunidade de mercado. As idas do agora dirigente para Valladolid ocorrem a cada semana ou dez dias. Por lá, ele tenta acompanhar alguns treinamentos e jogos.

“Ele é nosso principal embaixador. Se trata de uma celebridade mundial que transcende os aspectos do futebol e a projeção que traz é enorme. A cada oportunidade, menciona o Real Valladolid e nos ajuda a difundir a imagem do clube a nível mundial”, explica ao Estado o chefe do gabinete da presidência, David Espinar.

Se em campo Ronaldo era conhecido por chamar a responsabilidade, como dirigente o perfil é outro. “Ele gosta de delegar funções”, conta Espinar. O jornalista já havia trabalhado com a imagem do ídolo no Barcelona e Real Madrid e foi contratado para ser seu “braço direito” no projeto.

Por ter esse relacionamento de longa data, o cartola não se espanta como a chegada do astro elevou rapidamente a projeção do Valladolid na Espanha e por todo o mundo: “A chegada de Ronaldo trouxe um incremento muito significante em todos os aspectos relacionados ao clube. Por exemplo, a venda de camisetas, coincidindo com a mudança do patrocinador esportivo para Adidas, cresceu exponencialmente”.

As arquibancadas no estádio José Zorrilla também nunca estiveram tão cheias. Na temporada passada, houve uma ocupação média de 80%, mais que o dobro do que há dois anos, na segunda divisão. Essa porcentagem crescerá mais nesta temporada, pois o clube já conta com cerca de 21 mil carnês vendidos, um recorde.

No primeiro ano, porém, um susto. A equipe lutou até a penúltima rodada contra o risco de rebaixamento, fato que diminuiria os valores ganhos com direitos de TV. “Grande parte do nosso projeto entende que um rebaixamento de divisão seja um problema, mas não uma tragédia. Isso significaria a desaceleração de algumas decisões, mas não um freio definitivo. A melhor maneira de controlar essas situações é criar forças suficientes dentro da entidade para sairmos reforçados de cada dificuldade. A reação do clube diante das injustificadas acusações recebidas no caso Oikos é uma boa amostra de nossa força institucional”, diz.

O caso Oikos, citado por Espinar, foi uma operação policial que prendeu 11 pessoas em junho por suspeita de um esquema de manipulação de resultados na última rodada do Campeonato Espanhol. Gravações interceptadas acusam sete jogadores do Valladolid de estarem envolvidos em facilitação para a vitória do Valencia, que garantiu o time na Liga dos Campeões. Nada foi comprovado até agora.

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