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Futebol

Com êxito em rivais, Mattos assume Atlético-MG tendo Eduardo Maluf como ‘espelho’

Por Agência Estado

18 de março de 2020, às 12h11 • Última atualização em 27 de abril de 2020, às 12h00

Apresentado na última terça-feira como novo diretor de futebol do Atlético-MG, Alexandre Mattos está de volta a Belo Horizonte. O dirigente, afinal, iniciou a sua trajetória no futebol no América-MG e se tornou conhecido nacionalmente pelo seu trabalho no Cruzeiro. Agora, se inspira em um dirigente marcante nas últimas décadas no futebol de Minas Gerais – Eduardo Maluf – para colocar em seu currículo mais um trabalho de sucesso no Estado.

“É uma honra enorme, talvez, poucos profissionais trabalharam nas três grandes equipes de Belo Horizonte”, comentou. “Não sou daqueles que gostam só de passar, gosto de marcar. Nas instituições, a gente precisa marcar, tocar no coração das pessoas e mostrar a elas que você passou aqui. É assim que vivo e é assim que pretendo fazer aqui”, acrescentou.

Hoje com 43 anos, Alexandre Mattos iniciou a sua trajetória de dirigente em 2005, pelo América-MG. Em 2008, assumiu o cargo de gerente de futebol do clube. E começou a se destacar. O time venceu naquele ano a segunda divisão estadual. Depois, em 2009, faturou a Série C do Campeonato Brasileiro. A equipe, com Mattos na gestão do futebol, ainda conseguiu o acesso à elite nacional em 2010, com a quarta posição na Série B. Mas foi rebaixada na temporada seguinte, encerrando o seu ciclo pelo clube.

“Minha chegada foi de oportunidade, pois o América-MG vivia talvez a pior situação de sua história, com enorme dificuldade financeira. Quando cheguei, os funcionários estavam sem receber há sete meses. Não havia nem campeonato nacional, e, na minha saída, o América-MG estava na primeira divisão”, comentou.

Em 2012, o dirigente foi contratado pelo Cruzeiro, acertando a chegada de jogadores que seriam importantes para o time levantar taças como Borges e Ceará. E os frutos viriam nas duas temporadas seguintes, com as conquistas dos títulos do Brasileirão em 2013 e 2014, com nomes contratados por Alexandre Mattos sendo fundamentais nas conquistas como Éverton Ribeiro, Ricardo Goulart, Willian e Dedé. Outros reforços também foram coadjuvantes importantes – casos de Egídio, Dagoberto e Nílton.

Nem todos os investimentos realizados por ele, porém, deram certo como Julio Baptista, um reforço considerado caro e que rendeu pouco dentro de campo, e Manoel, por seu elevado salário e oscilação dentro de campo. Já em 2015, trocou o Cruzeiro pelo Palmeiras. “Uma dificuldade financeira enorme, dificuldade técnica também, e conseguimos deixar um legado importante. Com conquistas e recursos, o Cruzeiro conseguiu nesse período uma das maiores receitas de sua história”, disse o dirigente, relembrando a sua passagem pelo clube mineiro.

Passados cinco anos, portanto, Alexandre Mattos retorna ao futebol mineiro depois de uma passagem em que contribuiu para o retorno do protagonismo do Palmeiras, com as conquistas de dois títulos do Brasileirão e um da Copa do Brasil, mas também criticado pelos gastos elevados em contratações, política que o clube paulista abandonou em 2020, apostando na chegada de reforços pontuais.

Essa postura agressiva no mercado e a passagem pelo Cruzeiro provocam alguma desconfiança sobre Alexandre Mattos, mas é um outro dirigente que trabalhou nos clubes celeste e alvinegro a inspiração para o novo diretor de futebol do Atlético-MG: Eduardo Maluf, que faleceu em 2017.

O dirigente trabalhou no Cruzeiro entre 1998 e 1999 e de 2001 a 2010 com a conquista de vários títulos, com destaque para o Brasileirão e a Copa do Brasil de 2003. Mas também atuou no Atlético-MG, em 2000 e de 2010 a 2017. E não com menos sucesso, pois participou da montagem e administração dos elencos campeões da Copa Libertadores de 2013 e da Copa do Brasil de 2014.

“Na minha opinião, ele conseguiu ser o melhor diretor-executivo profissional do Atlético-MG e do Cruzeiro, ele conseguiu essa façanha. Não terei a ousadia de dizer que quero me aproximar ou chegar perto porque não vou conseguir, por tudo que ele representou. E, se hoje sou um diretor-executivo de futebol, é porque, quando eu ainda não estava no futebol, eu via o Maluf e desejava fazer o que ele fazia, me espelho muito nele”, disse.

Em 2020, após não conseguir obter o visto necessário para trabalhar no Reading, da Inglaterra, além de tentar se inspirar no sucesso de Maluf no Atlético-MG, buscará um feito marcante, o seu quinto título do Brasileirão como dirigente na década. “O presidente (Sergio Sette Câmara) também já me disse que tem esse desejo, esse sonho de conquistar o Campeonato Brasileiro. Acho que tudo tem seu tempo, com muita tranquilidade, a gente vai conseguir aí, junto com todos, principalmente nosso torcedor, fazer esse sonho, quem sabe, virar realidade”, completou.

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