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Futebol

Atacante do Porto abandona jogo do Português por causa de ofensas raciais

Por Agência Estado

16 de fevereiro de 2020, às 18h13 • Última atualização em 27 de abril de 2020, às 12h04

O Porto venceu neste domingo o Vitória de Guimarães por 2 a 1, fora de casa, e se aproximou do Benfica na liderança do Campeonato Português, mas isso ficou em segundo plano. A partida foi marcada pela revolta do atacante Moussa Marega, do Porto, com ofensas raciais proferidas por torcedores do clube da casa. Ele abandonou o jogo após ter marcado o gol da vitória de sua equipe.

Aos 14 minutos do segundo tempo, Marega se viu cara a cara com o goleiro De Jesus e marcou com um sutil toque de cobertura. Na sequência, ele correu em direção às arquibancadas batendo em um dos braços para mostrar a cor de sua pele – uma resposta às ofensas. O clima ficou ainda mais pesado, uma cadeira foi atirada na direção do jogador e ele decidiu sair do campo.

Companheiros de time, o técnico do Porto, Sérgio Conceição, e até jogadores do Vitória fizeram de tudo para convencer o malinês a mudar de ideia, mas não foi possível. O atacante, que já jogou no clube de Guimarães, estava mesmo decidido a abandonar a partida e se dirigiu ao vestiário, o que forçou o treinador a gastar uma substituição.

A Uefa e a Fifa recomendam aos árbitros que interrompam qualquer jogo em que haja manifestações de discriminação racial – em último caso, a partida pode ser até encerrada precocemente. O juiz do duelo entre Vitória e Porto, porém, não tomou qualquer providência, o que revoltou os jogadores da equipe visitante.

Após a partida, Sérgio Conceição falou em nome do time da Cidade do Porto e deu total apoio a Marega, que fez o primeiro abandono de campo por causa de ofensas raciais da história do futebol português.

“Estamos completamente indignados com aquilo que se passou. Sei da paixão que existe aqui no Vitória pelo clube e que a maior parte dos torcedores não se reconhece na atitude de algumas pessoas que estavam na arquibancada insultando o Moussa desde o aquecimento”, disse o treinador. “Nós somos uma família, independentemente da nacionalidade, da cor da pele, da altura, da cor do cabelo. Nós somos uma família. Somos humanos e merecemos respeito. O que se passou aqui é lamentável. Lamentável.”

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